sábado, 23 de abril de 2016

CARMA DE SOLIDÃO

Caminhas, na Terra, experimentando carência afetiva e aflição, que acreditas não ter como superar. Sorris, e tens a impressão de que é um esgar que te sulca a face. Anelas por afetos e constatas que a ninguém inspiras amor, atormentando-te, não poucas vezes, e resvalando na melancolia injustificável. Planejas a felicidade e lutas por consegui-la, todavia, descobres-te a sós, carpindo rude angústia interior. Gostarias de um lar em festa, abençoado por filhos ditosos, e um amor dedicado que te coroassem a existência com os louros da felicidade. Sofres e consideras-te desditoso. Ignoras, no entanto, o que se passa com os outros, aqueles que se te apresentam felizes, que desfilam nos carros do aparente triunfo, sorridentes e engalanados. Também eles experimentam necessidades urgentes, em outras áreas, não menos afligentes que as tuas. Se os pudesses auscultar, perceberias como te invejam alguns daqueles cuja felicidade cobiças... A vida, na Terra, é feita de muitos paradoxos. E isto se dá em razão de ser um planeta de provações, de experiências reeducativas, de expiações redentoras. Assim, não desfaleças, porquanto este é o teu carma de solidão. Faze, desse modo, uma pausa, nas tuas considerações pessimistas e muda de atitude mental, reintegrando-te na ação do bem. O que ora te falta, malbarataste. Perdeste, porque descuraste enquanto possuías, o de que agora tens necessidade. A invigilância levou-te ao abuso, e delinquiste contra o amor. A tua consciência espiritual sabe que necessitas de expungir e de reparar, o que te leva, nas vezes em que o júbilo te visita, a retornar à tristeza, rememorar sofrimentos, fugindo para a tua solidão... Além disso, é muito provável que, aqueles a quem magoaste, não se havendo recuperado, busquem-te, psiquicamente, assim te afligindo. Reage com otimismo à situação e enriquece-te de propósitos superiores, que deves pôr em execução. Ama, sem aguardar resposta. Serve, sem pensar em recompensa. O que ora faças no bem, atenuará, liberará o que realizaste equivocadamente e, assim, reencontrar-te-ás com o amor, em nome Daquele que permanece até agora entre nós como sendo o amor não amado, porém, amoroso de sempre. 
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A dor é mecanismo de aprendizado sempre. Nas Leis maiores do Criador não existe o sofrer por sofrer. Todo sofrer visa aprendizado, visa redenção da alma que busca a felicidade. Saber bem sofrer é uma arte, e toda arte exige disciplina, disciplina e disciplina. E uma das belezas desta vida é que quando nos propomos a bem sofrer, nunca estamos realmente sozinhos. 
Redação do Momento Espírita com base no cap. 13, do livro Viver e amar, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 25.10.2010.

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