domingo, 10 de abril de 2016

CARACTERÍSTICAS DO HOMEM INTEGRAL

Cosme Bastos Massi
Quais são as características que definem o homem integral? Poderíamos dizer que o homem integral é o indivíduo que desenvolveu ao máximo as suas três faculdades essenciais: a faculdade de pensar, a de sentir e a de querer, ou a razão, o sentimento e a vontade. O pensar e o querer são as faculdades ativas do homem integral, o sentir é a faculdade passiva. Nesse sentido, podemos dizer que o pensar e o querer partem do homem, o sentir acontece nele. Em geral, sempre se considerou a razão como o patrimônio maior, e talvez único, da inteligência. Por isso, desenvolver a inteligência significava quase que exclusivamente o desenvolvimento da razão ou do pensar. O homem inteligente é aquele que sabe pensar. É preciso ensinar a pensar, se diz freqüentemente. Fomos levados a acreditar que o papel mais importante do educador é ensinar a pensar. Nos dias atuais, entretanto, a inteligência emocional também tem sido difundida. Muito se tem falado da relevância dos aspectos emocionais no desenvolvimento da inteligência. O ensinar a sentir passou a fazer parte do vocabulário dos educadores, embora não com a mesma força do ensinar a pensar. Pouco, no entanto, tem sido dito da inteligência volitiva, ou inteligência associada à vontade. O papel dessa inteligência na formação integral do homem precisa ser melhor explorado. E a razão é simples. Nunca, como agora, os valores éticos e políticos se tornaram tão necessários. A sociedade moderna, no plano nacional e mesmo internacional, reconhece a importância dos valores éticos na conquista de uma vida mais justa. Aliás, direito e justiça resultam do uso adequado da vontade, ou do querer. Portanto, são frutos de uma inteligência volitiva bem desenvolvida. Ousamos afirmar que a sociedade moderna padece as conseqüências de não ter dado a devida importância ao desenvolvimento da inteligência volitiva. Educadores, em geral, preocupados com a construção de uma sociedade mais justa, deverão assumir, como compromisso inadiável, a tarefa de desenvolver a inteligência volitiva. Uma educação para o desenvolvimento harmônico das inteligências racional, emocional e volitiva deve ser um dos mais importantes objetivos de uma instituição de ensino e de todo educador. Os valores do sentimento e da moral sempre ficaram em segundo plano. Sempre foram considerados como pertencentes aos homens fracos e menos espertos. E esse desprezo trouxe sérias conseqüências, pois muitas das conquistas da Ciência viraram instrumento de violência e submissão. A violência e a guerra ganharam em requinte e sofisticação. O homem atual sabe muito, mas sofre e é infeliz. Sem o sentimento e a vontade para conduzir adequadamente a razão, o homem moderno caminha como um viajante num deserto sem oásis. Sabe para onde ir, mas não encontra a água para matar a sede. Sede de paz e de justiça. Sede de amor e de liberdade. Para reverter esse estado de coisas, é fundamental voltar nossos olhos para o desenvolvimento das inteligências emocional e volitiva. Sem as conquistas do sentimento e da vontade o homem continuará sedento. É comum encontrar pessoas que desenvolveram muito apenas o pensar e que, dominadas pelo orgulho, tornaram-se arrogantes e presunçosas. Carecem da virtude mais importante na caracterização do homem sábio: a humildade. Sem a humildade perdem boas oportunidades de continuar aprendendo. Pensam que já sabem tudo. Existem indivíduos muito inteligentes e com grande habilidade de decisão, mas vingativos e perversos, verdadeiros déspotas. Por outro lado, encontramos indivíduos com bons sentimentos, mas que não conseguem tomar decisões corretas. São, com freqüência, iludidos, enganados pelos mais espertos. O homem integral, portanto, é aquele que logrou o desenvolvimento harmônico do pensar, do sentir e do querer. O indivíduo que é senhor do próprio pensamento, dos sentimentos e da vontade, pode ser considerado um homem virtuoso, um homem integral. Pensemos nisso, e acionemos a vontade para conquistar essa meta. 
Redação do Momento Espírita, com base no texto Educação integral, de Cosme Bastos Massi, disponível no site:
www.educacional.com.br/articulistas/cosme0001.asp
Em 27.10.2008.

Nenhum comentário:

Postar um comentário