A morte é um fenômeno biológico inevitável.
Os homens são Espíritos encarnados.
Eles estão na Terra, mas não são da Terra.
Permanecem aqui de forma transitória, a fim de que evoluam intelectual e moralmente.
Por falta de informações, ao longo do tempo surgiram variadas teorias sobre o estado dos Espíritos após a morte.
Concebeu-se a ideia de um céu de eleitos, em completo ócio e totalmente indiferentes ao tormento de quem não mereceu a salvação.
Como contraparte indispensável, surgiu o conceito de um inferno onde os infelizes pecadores seriam eternamente torturados.
De acordo com as concepções religiosas, inúmeras outras formulações teóricas foram feitas.
Entretanto, as descrições sempre foram bastante genéricas e um tanto fantasiosas.
Há evidentes incoerências em algumas descrições.
Por exemplo, pessoas bondosas merecem o céu, mas se tornam egoístas ao lá chegar, pouco se importando com o sofrimento de quem não teve a mesma dádiva.
Nessa linha, uma mãe amorosa e boa seria eternamente feliz, embora sabendo que seus filhos sofreriam para sempre.
Essa artificialidade gerou bastante descrença.
Consequentemente, persiste uma dúvida generalizada a respeito do que ocorre com o Espírito após a morte do corpo.
O Espiritismo lança luz sobre essa questão.
Ele não formula uma mera teoria, a partir de concepções filosóficas.
São os próprios Espíritos desencarnados que relatam sua situação.
A mediunidade bem empregada permite o intercâmbio com os integrantes do plano espiritual.
Por meio dela é possível verificar como eles vivem, se sofrem ou são felizes e a razão disso.
Não se trata de imaginar como está atualmente um Espírito que viveu na Terra de determinado modo.
Ele próprio descreve sua situação.
O livro O céu e o inferno compõe as obras básicas da Codificação Espírita.
Ele é rico de relatos feitos por Espíritos a respeito de como se sentem, da vida que levam, de sua felicidade ou infelicidade.
Desses relatos extrai-se que a morte não é um processo milagroso que converte homens em anjos.
Quem era bondoso na Terra persiste bondoso e solidário no plano espiritual.
Se amava o trabalho, permanece laborioso.
Já o homem mesquinho também assim se mantém.
Não há saltos na evolução.
A análise dessas descrições revela que a felicidade depende de como se viveu, do bem ou do mal que se fez.
Não há favores ou privilégios.
Cada qual é feliz ou infeliz de acordo com seu próprio mérito.
O homem caridoso é recebido pelos inúmeros seres a quem amparou enquanto na Terra.
Ele experimenta extremo júbilo ao sentir-se amado, ao saber que bem gastou seu tempo e seus talentos.
Já o criminoso vivencia grandes padecimentos.
Ele vê suas vítimas, revê mentalmente as maldades que cometeu e não há fuga ou desculpa possível.
O Espírito é feliz ou infeliz na exata proporção das virtudes que possui.
* * *
Ciente dessa realidade e de que você inevitavelmente morrerá, reflita sobre o modo como vive.
Para evitar construir sua casa sobre a areia, no dizer evangélico, dedique-se a amealhar virtudes e a fazer o bem.
Apenas isso garantirá sua felicidade, quando retornar ao seu verdadeiro lar.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita.
Disponível no Cd Momento Espírita, v. 17, ed. Fep.
Em 03.11.2010.
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