quinta-feira, 6 de agosto de 2015

APARÊNCIAS

O ser humano costuma se preocupar com a imagem que transmite ao mundo. Há regras de comportamento e de vestimentas para as mais variadas ocasiões. Conforme o local, as exigências mudam. Há ambientes formais e informais, mais ou menos sofisticados. Para ter uma boa aparência, as pessoas cuidam de seu vestuário e de seu corpo. Uma imagem desleixada em geral dificulta o sucesso profissional. Também a vida social oscila conforme o apuro da apresentação pessoal. É bom e necessário que haja preocupação em ser asseado, agradável no trato e em se vestir conforme a ocasião. Esse acatamento das regras sociais constitui sinal de respeito às pessoas com quem se convive. Contudo, convém não cuidar apenas do que aparece. Tudo o que é material é sempre efêmero. Boas roupas, corpo bem cuidado e maneiras sofisticadas podem ser apenas uma capa para esconder o que realmente se é. A polidez é importante, mas representa apenas uma aparência, que pode ser enganosa, ou a porta de entrada das virtudes. É possível adotar expressões que traduzem atenção e respeito, sem ter o menor interesse no bem estar do próximo. A título de princípio, vale a disciplina do exterior. Entretanto, é preciso que o coração também seja convocado a participar. Não dá para cuidar apenas do exterior e achar que basta. Cedo ou tarde, as aparências cessarão. Todo homem é um Espírito momentaneamente vestindo um corpo de carne. Por lindo que seja esse corpo, seu destino é a sepultura. A essência da criatura reside em sua realidade íntima. Cada qual transcende com o que é, não com o que aparenta. Há pessoas que se ocupam de aparentar pureza. Mas cultivam pensamentos e sentimentos desonestos e lascivos. Para os que estão a sua volta parecem exemplos de dignidade. Mas os Espíritos, que podem perceber seus pensamentos, os veem de modo bem diverso. Conforme a realidade íntima, assim é a constituição espiritual. Alguém de aparência e modos irretocáveis pode ter estrutura espiritual apodrecida. Talvez passe uma imagem respeitável à sociedade, que lhe ignora o íntimo. Contudo, é visto pelos Espíritos como um decaído. Exala fluidos deletérios, literalmente cheira mal, para quem consegue perceber. Será como um lascivo decadente que ressurgirá após a morte do corpo. Convém pensar nisso, para evitar surpresas desagradáveis. Mais cedo ou mais tarde, sua realidade íntima aparecerá, sem nenhum disfarce. 
Redação do Momento Espírita. Em 21.05.2010.

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