Na aldeia era comum se encontrarem as mulheres na praça, em torno do poço que servia à comunidade. Era o momento em que elas faziam pequena pausa em seus tantos afazeres, aproveitando para trocarem ideias, conversarem a respeito das novidades que, afinal, naquela localidade, não eram muitas. Naquela manhã, encontraram-se três mulheres ao lado do poço. E, enquanto retiravam a água e enchiam seus potes com o precioso líquido, puseram-se a conversar. Falou a primeira:
- Meu filho é muito forte, corre e pula. É com alegria que o vejo disputando corrida com outros meninos e vencer a todos.
A segunda disse, logo em seguida:
- O meu filho canta como os passarinhos. Acorda pela manhã e canta. Conhece belas canções e enche de harmonia os meus ouvidos.
E, porque a terceira mulher permanecesse em silêncio, enquanto despejava água do balde em seu pote, um homem que as observava, perguntou:
- Você não tem filhos?
A jovem olhou para ele e respondeu, com delicadeza:
- Tenho um menino. Mas ele é um menino normal como todas as crianças.
Com seus potes cheios de água, as três mulheres foram caminhando, de retorno aos seus lares. No meio do caminho, pararam para descansar e o homem sentou-se ao lado delas. Passados poucos minutos, elas viram seus filhos vindo ao seu encontro. O primeiro vinha pulando pequenos obstáculos pelo caminho e correndo. Notava-se-lhe a vivacidade, a agilidade. O segundo vinha cantando uma linda canção e sua voz soava pelo caminho, de forma encantadora. O terceiro simplesmente vinha andando mas, ao ver sua mãe, foi em sua direção e a abraçou, com especial carinho, como se lhe desejasse transmitir energias renovadas. Depois, abaixou-se, pegou o pote cheio de água e foi andando, no rumo de casa. Nesse momento, as três mulheres se voltaram para o homem que continuava sentado à beira do caminho e lhe indagaram:
- E então, o que o senhor achou dos nossos filhos?
O homem levantou-se, demonstrando que prosseguiria seu caminho e respondeu, de forma sábia:
- Realmente, eu acabei de ver três meninos. Mas vi apenas um filho.
* * *
No Código Divino que conhecemos como o Decálogo, que nos chegou através do grande legislador hebreu, está escrito: Honra a teu pai e tua mãe, a fim de viveres longo tempo na Terra que o Senhor, teu Deus, te dará. A exortação nos remete ao preito de gratidão que devemos ter para com aqueles que são os responsáveis pela nossa vida na Terra. Os que nos geraram um corpo a fim de que, Espíritos imortais, transitemos pela Terra, progredindo e crescendo para a luz. Honrar pai e mãe é estar atento às suas necessidades, é auxiliá-los nas tarefas, é lhes dizer da gratidão, com afagos, carinho. Mesmo que possamos dizer que deles, por uma ou outra razão, não recebemos carinho, apoio, atenção maior, não nos esqueçamos de ser filhos. Qualquer que seja a circunstância, eles nos permitiram viver. E por isso estamos aqui, nesta abençoada escola chamada Terra, um planeta de tantas belezas e generosas bênçãos. Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita, com base em lenda judaica. Disponível no CD Momento Espírita, v. 27, ed. FEP. Em 30.3.2015.
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