Bruce e Andréa Leininger |
Primeiro, ele ganhou um boneco de cabelo castanho e logo o chamou de Billy.
No Natal, sua tia lhe deu outro boneco: louro, musculoso e vinha com uma balsa salva-vidas de borracha preta e um motor de popa movido à pilha.
Excelente para brincar na banheira. Ele o chamou de Leon.
Os pais acharam o nome um pouco estranho. Não conheciam ninguém chamado Leon. Nem amigos, nem familiares.
E o nome parecia não combinar com um boneco de plástico. Mas o garoto e os bonecos brincavam e tomavam banho juntos e ele até mesmo dormia com os dois bonecos.
Por isso, no Natal seguinte, seu pai o presenteou com um terceiro boneco.
Era ruivo e vinha com muita bagagem: uma maleta repleta de uniformes e acessórios. E, logo, James levou o boneco para ser apresentado aos outros dois.
James, como você vai chamar o novo boneco? - Perguntou o pai.
Walter. - Respondeu, rápido.
Os pais se olharam, achando aquilo divertido. Eles não conheciam nenhum Walter. Riram. O pai se mostrou curioso:
Ei, por que você chamou os bonecos de Billy, Leon e Walter?
Enquanto continuava a vestir novos uniformes nos bonecos, respondeu James:
Porque foram eles que vieram ao meu encontro quando cheguei lá no céu.
Não era a primeira vez que o menino falava de coisas que escapavam à compreensão dos pais. Por isso, eles tinham começado a fazer pesquisas.
Assim, sem alarmar o pequeno, que continuava a brincar com seus amigos de plástico, o casal foi ao escritório e fechou a porta.
Em meio aos papéis, o marido encontrou uma lista. Tratava-se de uma lista dos homens que haviam sido mortos a bordo do porta-aviões Natoma Bay, durante a Segunda Guerra Mundial.
E lá estavam os nomes de Leon Conner, morto em 25 de outubro de 1944; Walter Devlin, morto em 26 de outubro de 1944 e Billie Peeler, morto em 17 de novembro de 1944.
E James Huston Junior, a personalidade que seu filho afirmara, mais de uma vez, ter sido, fora morto no dia 3 de março de 1945.
Os amigos o haviam recebido quando ele chegara ao mundo espiritual. Todos estavam mortos quando James morrera.
E eles o haviam aguardado: o companheiro de lutas, o amigo.
* * *
A história é comprovadamente verídica.
O que ressalta e emociona é saber que não se morre, que a vida prossegue.
Aqueles pilotos e guardas-marinha eram jovens, convocados para lutarem em um conflito mundial.
Cuidavam uns dos outros, nos combates. Perderam suas vidas físicas. Mas a amizade que os unia, a camaradagem que os fazia companheiros nesta vida não findou.
Assim, os que haviam partido antes, aguardaram o amigo, recepcionando-o, após a morte trágica, abatido pela artilharia antiaérea inimiga, aos 21 anos de idade.
Bela e confortadora constatação. Quando morrermos, os que nos precederam, os amores, amigos que cultivamos, estarão lá, nos aguardando.
Não estaremos sós, perdidos em um mundo diferente.
Pensemos nisso! A vida não se encerra no túmulo, nem morrem as afeições conquistadas.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 22
do livro A volta, de Bruce e Andréa Leininger, com
Ken Gross, ed. Best Seller.
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