domingo, 6 de outubro de 2024

MANEIRAS DE DIZER AS COISAS

Uma sábia e conhecida anedota árabe diz que, certa feita, um sultão sonhou que havia perdido todos os dentes. 
Logo que despertou, mandou chamar um adivinho para que interpretasse seu sonho. 
-Que desgraça, senhor! Exclamou o adivinho. Cada dente caído representa a perda de um parente de Vossa Majestade.
-Mas que insolente! – Gritou o sultão, enfurecido. Como te atreves a dizer-me semelhante coisa? Fora daqui! 
Chamou os guardas e ordenou que lhe dessem cem açoites.
Mandou que trouxessem outro adivinho e lhe contou sobre o sonho. 
Este, após ouvir o sultão com atenção, disse-lhe: 
-Excelso senhor! Grande felicidade vos está reservada. O sonho significa que haveis de sobreviver a todos os vossos parentes. 
A fisionomia do sultão iluminou-se num sorriso e ele mandou dar cem moedas de ouro ao segundo adivinho. 
E quando esse saía do palácio, um dos cortesãos lhe disse admirado: 
-Não é possível! A interpretação que você fez foi a mesma que o seu colega havia feito. Não entendo porque ao primeiro ele pagou com cem açoites e a você com cem moedas de ouro.
-Lembre-se, meu amigo – respondeu o adivinho – que tudo depende da maneira de dizer. 
* * * 
Um dos grandes desafios da Humanidade é aprender a arte de comunicar-se. 
Da comunicação depende, muitas vezes, a felicidade ou a desgraça, a paz ou a guerra. 
Que a verdade deve ser dita em qualquer situação, não resta dúvida. 
Mas a forma com que ela é comunicada é que tem provocado, em alguns casos, grandes problemas. 
A verdade pode ser comparada a uma pedra preciosa. 
Se a lançarmos no rosto de alguém pode ferir, provocando dor e revolta. 
Mas se a envolvemos em delicada embalagem e a oferecemos com ternura, certamente será aceita com facilidade. 
A embalagem, nesse caso, é a indulgência, o carinho, a compreensão e, acima de tudo, a vontade sincera de ajudar a pessoa a quem nos dirigimos. 
Ademais, será sábio de nossa parte se antes de dizer aos outros o que julgamos ser uma verdade, dizê-la a nós mesmos diante do espelho. 
E, conforme seja a nossa reação, podemos seguir em frente ou deixar de lado o nosso intento. Importante mesmo é ter sempre em mente que o que fará diferença é a maneira de dizer as coisas... 
* * * 
A sublime arte da comunicação foi sabiamente ensinada por Jesus. 
Ele falava com sabedoria tanto aos doutores da Lei quanto às pessoas simples e iletradas. 
Há pessoas que se dizem bons comunicadores mas que não conseguem fazer com que suas palavras cheguem aos corações e às mentes. Jesus, o comunicador por excelência, falava e Suas palavras calavam fundo nas almas, porque aliava às palavras os Seus atos, ou seja, falava e exemplificava com a própria vivência. 
O grande segredo para uma boa comunicação, portanto, é o exemplo de quem fala. 
Redação do Momento Espírita, com base em história Publicado no jornal Candeia Espírita de julho/1998. Disponível no CD Momento Espírita, v. 4, ed. FEP. 
Em 15.2.2016.

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