Chorava muito.
Para dormir, era imprescindível que alguém estivesse ao seu lado, segurando sua mão.
Certa noite, em que despertou e se descobriu sozinha, antes que o medo a dominasse, percebeu que quando sua mão caiu ao lado da cama, outra mão segurou a sua, carinhosamente.
Ficou tranquila, mesmo que a ansiedade quisesse atrapalhar.
Naturalmente, nenhuma presença física existia ali.
E ela se habituou a buscar aquela mão protetora.
Ela cresceu, buscando a presença da outra mão para segurar a sua, com aquele carinho que lhe confortava o coração.
Mesmo depois de adulta, a presença dessa mão amiga continuou a lhe oferecer apoio, calma.
Quando se casou, nada falou a esse respeito, com seu marido, com receio de que ele achasse aquilo uma criancice.
Quando engravidou, sentiu a falta daquela mão familiar, sua carinhosa companheira.
A mão simplesmente desaparecera.
Em todos os meses que se sucederam, ninguém invisível segurou sua mão.
Então, nasceu sua primeira filhinha.
Poucos meses depois, deitada na cama com a pequena, a bebê lhe segurou a mão.
De imediato, ela reconheceu aquela sensação familiar que percorreu seu corpo e sua mente.
Chorou de felicidade, se sentindo dentro de uma onda de imenso amor.
Percebeu que aquele toque era uma conexão que existia para muito além do mundo físico.
Sua filhinha estivera muitos anos, com ela, em espírito.
E agora, ali estava e, juntas seguiriam a atual caminhada no mundo físico.
Almas amigas, almas que se amavam, desde muito tempo.
* * *
Jamais estamos abandonados pelos olhares e as atenções daqueles que nos amam.
Na Terra, como na Espiritualidade, eles nos acompanham os passos.
Nem sempre registramos essas presenças amigas porque nos envolvemos nas tramas materiais que, por vezes, nos perturbam ou tomam a maioria dos nossos pensamentos.
Somos Espíritos imortais que passamos por várias experiências na face da Terra.
Contudo, nossas raízes estão fixas na pátria espiritual.
Dessa forma, temos muito mais amigos do que imaginamos.
Amigos que fizemos, em outras oportunidades vividas, e que permanecem fiéis ao mesmo sentimento.
Temos muito mais parentes e amores do que supomos.
Seres com os quais convivemos em muitas e distintas situações.
Nosso contato se faz através do pensamento e, mais especialmente, durante nosso sono.
Dependendo do que pensamos e fazemos, atraímos aqueles que nos são simpáticos para junto de nós.
Assim é que formamos parcerias onde estivermos.
Nunca estamos a sós.
Em sua Infinita Bondade, estabeleceu a Divindade que o amor fosse um elo indissolúvel.
Por isso, na esfera física, enquanto ocupando um corpo de carne, ou na Espiritualidade, os que nos amamos, trocamos vibrações de ternura.
Tenhamos sempre em mente essa Divina Bênção e não haveremos de nos sentir solitários, abandonados e tristes, em qualquer circunstância.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita, com adaptação de narrativa
do cap. 6, do livro Só o amor é real. A história do reencontro
de almas gêmeas, de Brian L. Weiss, ed. Pergaminho.
Em 12.03.2022
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