Quando acordamos pela manhã, agradecemos por mais um dia.
Quando a saúde nos enlaça, tornamos a afirmar que Deus é bom.
Quando desejamos algo ardentemente e conseguimos, somos gratos ao Deus de bondade que isso nos permitiu conquistar.
Contudo, basta que algo desastroso nos alcance para o panorama mudar de forma repentina.
Deus é injusto.
Nosso filho foi atropelado e está na U T I.
Por que Ele não protegeu o menino?
Então, não ouve nossos cânticos de louvores habituais no templo religioso?
Não recebe o holocausto do nosso coração em prece diariamente?
Como pode permitir que uma criança tenha sua vida cerceada dessa maneira?
Como pode consentir que ela somente venha a respirar através de aparelhos?
Nossa garganta emudece.
Calam-se as vozes de louvores, fecha-se o altar do coração.
Parece que, de alguma forma, retornamos ao passado, quando nosso Espírito era alimentado com lendas de deuses guerreiros e poderosos.
Deuses gregos, romanos, nórdicos que nos prometiam glórias se os honrássemos.
Que nos acenavam com participação em banquetes, até o fim dos tempos.
No entanto, um homem real, como nunca houve outro igual na Terra, andou por aqui e nos falou do Pai que alimenta as aves do céu e veste a erva do campo.
Do Pai que oferece o pão, quando o filho lho pede.
Do Pai que ama a todos indistintamente.
Basta pedir e seremos atendidos.
Basta bater à porta e ela nos será aberta.
Basta...
Por que ainda não entendemos?
Neste mundo em que, conforme o mesmo Sábio Homem, teremos aflições, o Pai socorre a todos.
Não nos libera das dificuldades porque é através dos desafios que amadurecemos, que crescemos.
A criança a quem nunca deixássemos ensaiar os primeiros e vacilantes passos, porque tem risco de cair, jamais aprenderia a andar.
Deus não é um deus de alegrias constantes.
Como Pai, sabe dosar exatamente, os momentos de felicidade, de bonança, que nos devem preparar e fortalecer para os dias de tempestades e carências.
Por isso vivemos períodos calmos.
É para alicerçarmos a fé, a confiança, nos fortalecermos para os dias em que o luto ou a dor poderão nos abraçar.
Deus tudo sabe e a tudo provê.
Nós, Seus filhos, devemos ser prudentes para nos prepararmos para eventuais borrascas.
Levantarmo-nos cada dia, sob Suas bênçãos e rogar por forças para o que quer que nos advenha, o que quer que tenhamos que enfrentar.
Ele é o Deus dos tristes, dos desamparados, dos que padecem, dos que aguardam que, no amanhã, haja sol na Terra e em nossas vidas.
Que haja bom ânimo para os combates, quaisquer que sejam, que tenhamos amigos que nos estendam as mãos, ombros que se ofereçam para nos colher o pranto.
Deus do amor.
Deus que nos criou a todos com destino à perfeição.
Que nos matriculou na escola Terra, para que aprendamos tudo que ela tenha a nos oferecer.
Talvez seja somente o ensino fundamental.
Que não nos falte energia para superarmos tudo e alcançarmos os bancos universitários da escalada celeste, nos avançados cursos de outras tantas moradas do Pai.
Redação do Momento Espírita.
Em 05.08.2023.
Nenhum comentário:
Postar um comentário