sábado, 5 de agosto de 2023

DEUS DAS AFLIÇÕES

É bastante comum dizermos que acreditamos em Deus, que O consideramos justo e bom. 
Quando acordamos pela manhã, agradecemos por mais um dia. 
Quando a saúde nos enlaça, tornamos a afirmar que Deus é bom.
Quando desejamos algo ardentemente e conseguimos, somos gratos ao Deus de bondade que isso nos permitiu conquistar. 
Contudo, basta que algo desastroso nos alcance para o panorama mudar de forma repentina. 
Deus é injusto. 
Nosso filho foi atropelado e está na U T I. 
Por que Ele não protegeu o menino? 
Então, não ouve nossos cânticos de louvores habituais no templo religioso? 
Não recebe o holocausto do nosso coração em prece diariamente? 
Como pode permitir que uma criança tenha sua vida cerceada dessa maneira? 
Como pode consentir que ela somente venha a respirar através de aparelhos? 
Nossa garganta emudece. 
Calam-se as vozes de louvores, fecha-se o altar do coração.
Parece que, de alguma forma, retornamos ao passado, quando nosso Espírito era alimentado com lendas de deuses guerreiros e poderosos. 
Deuses gregos, romanos, nórdicos que nos prometiam glórias se os honrássemos. 
Que nos acenavam com participação em banquetes, até o fim dos tempos. 
No entanto, um homem real, como nunca houve outro igual na Terra, andou por aqui e nos falou do Pai que alimenta as aves do céu e veste a erva do campo. 
Do Pai que oferece o pão, quando o filho lho pede. 
Do Pai que ama a todos indistintamente. 
Basta pedir e seremos atendidos. 
Basta bater à porta e ela nos será aberta. 
Basta... 
Por que ainda não entendemos? 
Neste mundo em que, conforme o mesmo Sábio Homem, teremos aflições, o Pai socorre a todos. 
Não nos libera das dificuldades porque é através dos desafios que amadurecemos, que crescemos. 
A criança a quem nunca deixássemos ensaiar os primeiros e vacilantes passos, porque tem risco de cair, jamais aprenderia a andar. 
Deus não é um deus de alegrias constantes. 
Como Pai, sabe dosar exatamente, os momentos de felicidade, de bonança, que nos devem preparar e fortalecer para os dias de tempestades e carências. 
Por isso vivemos períodos calmos. 
É para alicerçarmos a fé, a confiança, nos fortalecermos para os dias em que o luto ou a dor poderão nos abraçar.
Deus tudo sabe e a tudo provê. 
Nós, Seus filhos, devemos ser prudentes para nos prepararmos para eventuais borrascas. 
Levantarmo-nos cada dia, sob Suas bênçãos e rogar por forças para o que quer que nos advenha, o que quer que tenhamos que enfrentar. 
Ele é o Deus dos tristes, dos desamparados, dos que padecem, dos que aguardam que, no amanhã, haja sol na Terra e em nossas vidas. 
Que haja bom ânimo para os combates, quaisquer que sejam, que tenhamos amigos que nos estendam as mãos, ombros que se ofereçam para nos colher o pranto. 
Deus do amor. 
Deus que nos criou a todos com destino à perfeição. 
Que nos matriculou na escola Terra, para que aprendamos tudo que ela tenha a nos oferecer. 
Talvez seja somente o ensino fundamental. 
Que não nos falte energia para superarmos tudo e alcançarmos os bancos universitários da escalada celeste, nos avançados cursos de outras tantas moradas do Pai.
Redação do Momento Espírita. 
Em 05.08.2023.

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