Contemplo as pessoas desabrigadas, enfrentando o frio, a fome e sinto-me incapaz de as socorrer.
Contemplo os desastres naturais desalojando famílias inteiras e choro o pranto das mães que abraçam os filhos, em desabrigo.
Contemplo os pais, desarvorados ante a destruição de tudo que haviam construído, em anos de lutas intensas e meu pranto se mistura ao deles.
Além, um barco pesqueiro naufraga e dois dos trabalhadores perecem no mar.
Corpos jamais localizados.
Instala-se o luto pela perda física dos amores, que eram esposos, pais, filhos, irmãos.
Angústia por não poder sequer dar sepultura digna aos corpos daqueles que foram amados.
Em longínquas terras, mulheres precisam abandonar seus lares, deixando para trás os esposos, que estão na frente de batalha de uma guerra cruel.
Seu objetivo é salvar os filhos.
Uma delas, com seu bebê de semanas, viaja cinco dias de carro, até chegar a uma zona que lhes garanta a sobrevivência.
Outra toma um trem, com o filho de meses nos braços e viaja vinte e quatro horas em pé.
Algumas se encontram há meses em abrigos antibombas.
Contemplo um mundo aflito, sofrido.
Contudo, apesar de tantas dores e desespero, dou-me conta de que continuamos insensatos, como se nada disso nos devesse constituir aviso da necessidade de reforma, de retomada de conduta.
Continuamos a nos digladiar por pedaços de terra, por litros de petróleo, por moedas variadas.
O Sermão Profético do Mestre de Nazaré parece esquecido, no tempo.
As informações a respeito dos últimos tempos, dos dias que se findariam para todos os que não se amoldassem à Nova Era, parecem perder-se no vazio.
E tudo isso, ainda e sempre, como lecionou o Rabi Galileu, se trata apenas do início das dores.
Compete-nos um alerta.
Compete-nos acionar as preces constantes por todos os que permanecem de ouvidos cerrados à qualquer orientação ao bem.
Orar por nós mesmos para que não nos falte a coragem, o bom ânimo, quando eventuais borrascas nos alcancem.
É tempo de nos conscientizarmos.
É tempo de renovar atitudes, não aguardando o amanhã que poderá não nos alcançar.
Afinal, o amanhã a Deus pertence.
E somente Ele tem ciência absoluta do que nos poderá suceder.
Por isso, a hora de agir é agora. Se vivemos a bonança, as horas de calmaria, aproveitemos para fortalecer-nos na fé.
Reflitamos e não deixemos para mais tarde ações que se fazem urgentes no hoje.
Se nos descobrimos egoístas, é tempo de praticar um pequeno exercício, pensando no outro.
Se nos descobrimos excessivamente vaidosos, é tempo de trabalharmos nossa autoestima sem tantos exageros.
Se somos demasiado apegados a tudo que temos, treinemos a pouco e pouco, o desapego.
Doemos, hoje, algo que não nos seja tão importante.
Amanhã, algo que consideramos de certo valor.
Usufruamos dos bens mas pensemos que eles devem nos servir e não nós a eles.
E olhemos, para além dos muros de nossa casa, para além das fronteiras do nosso lar.
Vivamos bem.
Vivamos como irmãos uns dos outros.
Redação do Momento Espírita, com base em mensagem mediúnica recepcionada por Maria Helena Marcon, em
data de 19.6.2023, no Centro Espírita Ildefonso Correia.
Em 11.8.2023.
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