terça-feira, 25 de julho de 2023

LECIONANDO HUMILDADE

Eram os dias derradeiros dEle, sobre a face da Terra.
E Ele o sabia. 
Anunciado Seu nascimento por mensageiros celestes, aguardado pelos séculos afora, Ele afinal chegou. 
Viveu com os homens por pouco mais de três décadas. 
Iniciou o Seu messianato numa festa de alegrias, em Caná, comemorando as bodas de um parente de Sua mãe. 
E, na noite daquela quinta-feira ele encerra o Seu messianato, na Terra, comemorando a páscoa judaica, conforme a tradição de Israel. 
Após a ceia, Ele despe a túnica, coloca uma toalha sobre os rins, toma de um jarro com água, uma bacia e começa a lavar os pés dos apóstolos.
Surpreendem-se eles. 
Aquela é uma tarefa exclusiva dos escravos. 
Nenhum patriarca em Israel, nenhum pai de família israelita a realizava.
Recebia-se o convidado à porta com um beijo de boas-vindas. 
De imediato, um escravo desatava as sandálias do nobre conviva e lhe lavava os pés, diminuindo o desconforto gerado pelo uso das sandálias abertas, naquelas terras poeirentas. 
Pedro procura se esquivar. 
-O Mestre é muito especial para se humilhar tanto! 
Contudo, como Jesus lhe diz que se ele não se permitir lavar os pés, não terá parte com Ele, em Seu reino, Pedro aceita o gesto. 
Concluída a tarefa, o excelente professor da Humanidade toma assento novamente entre os que privam da ceia, e aduz: 
-Compreendeis o que vos fiz? Vós chamai-me mestre e senhor, e dizeis bem, porque o sou. Se eu, pois, senhor e mestre, vos lavei os pés, deveis lavar-vos os pés uns aos outros. Porque eu dei-vos o exemplo, para que, como eu vos fiz, assim façais vós também. 
Quanta grandeza no enunciado!
Primeiro, Ele ensina que nenhum de nós deve se esquivar ao autoconhecimento. 
Autoconhecer-se é imprescindível para se alcançar a felicidade. 
Dessa forma, Jesus enfatiza que Ele é Mestre e Senhor. 
Diz-nos, assim, que cada um de nós deve ter consciência das virtudes adquiridas. 
Cada qual deve saber o que já conquistou, o seu valor. 
Nada de equivocado, portanto, que, numa autoavaliação, nos qualifiquemos como quem já detém uma ou outra virtude, embora não em sua totalidade. 
Jesus nos exemplifica. 
A segunda lição é a de que, por maiores sejamos, por nossa condição intelecto-moral, por cargos que ocupemos, por responsabilidades que tenhamos, de forma alguma nos devemos aclimatar ao orgulho. 
Afinal, que são alguns anos sobre a Terra face à eternidade que nos aguarda? 
Além do que, de que nos vamos orgulhar? 
De uma determinada conquista, de um posto hierarquicamente superior, da avantajada intelectualidade? 
Que representa isso, face ao Universo e a Eternidade? 
Somos habitantes de um minúsculo planeta em um sistema planetário que tem a sustentá-lo um sol de quinta grandeza! 
Pensemos nisso, recordando o ensino crístico e sejamos mais humildes, aprendendo a servir e servir sempre. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. XIII, versículos 12 a 15 do Evangelho de João. Disponível no livro Momento Espírita, v. 7, ed. FEP.
Em 31.01.2017.

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