Mais do que a nave espacial de Jornada nas estrelas, estamos audaciosamente indo a rumos nunca dantes visitados.
Nada tememos porque sabemos que há uma Inteligência Suprema que tudo governa, tudo preside.
Enquanto navegamos pelo espaço, prosseguimos com nossa vida cotidiana, nossas atividades costumeiras.
E, mais de uma vez, afirmamos que estamos vivendo a rotina de todos os dias.
Ingenuidade de nossa parte.
Não estamos mais onde estivemos ontem.
Quantos quilômetros viajamos, pelo espaço, nem conseguimos calcular.
Ao mesmo tempo, em nosso entorno, milhões de detalhes se modificaram. O botão de ontem desabrochou.
A flor aberta há dois dias dispensou todas suas pétalas.
O arvoredo jogou folhas ao chão, os passarinhos que nos visitam perderam algumas penas, e os voos que realizam hoje, pelo ar, tecem arabescos diferentes do ontem.
Bem assinala certa emissora, nas suas chamadas para o noticiário:
Em um minuto tudo pode mudar.
Pura verdade.
Em um minuto estamos vibrando de alegria pela vitória do piloto de nossa preferência.
No minuto seguinte, nos chega a notícia de um ídolo que se foi, no rumo do Grande Além.
A notícia de que alguém ganhou uma imensa fortuna, que a emissora de nossa preferência está perdendo pontos no Ibope.
E, enquanto tudo isso acontece, caminhamos para o mundo de regeneração.
Um mundo que nos propõe que sejamos mais solidários, mais companheiros, mais amigos e irmãos uns dos outros.
Um mundo que nos acena com perfeita igualdade nas relações sociais, onde todos reconhecem Deus e tentam caminhar para Ele, cumprindo-lhe as leis.
Não é a felicidade total.
É a aurora da felicidade.
Nesse mundo estaremos menos absorvidos pelas coisas materiais e mais voltados para as coisas da alma.
Estamos vivendo esse período de transição.
Estamos migrando para uma nova faixa evolutiva.
Na mesma medida em que, como seres humanos nos tornamos mais moralizados e, verdadeiramente, mais humanos, solidários e preocupados com o nosso semelhante, materialmente progride o planeta a fim de que alcancemos aquelas condições de trabalharmos mais as coisas da alma.
Ao contemplarmos o avanço tecnológico, podemos verificar que estamos caminhando para o tempo em que as máquinas realizarão muitas das nossas tarefas, nos possibilitando preocuparmo-nos mais conosco mesmo, ser imortal.
Ser imortal que acionará mais suas potencialidades, para criar no campo das artes, da beleza, do bem.
Quantos benefícios poderemos criar a fim de que o mundo novo seja um lar de refazimento para o Espírito.
Um lar verdadeiro em que nos sintamos irmãos.
Com certeza, não será um paraíso pleno.
Apenas, a antevisão de um lugar melhor para se viver.
Poderemos nos dedicar em nos tornarmos menos egoístas, menos vaidosos, em oferecer à Humanidade o que nossa mente tenha de melhor.
E à noite, na hora do repouso, poderemos contemplar a imensa abóbada com suas estrelas, e sóis, e planetas e indagar:
-Deus, para que mundo iremos, depois daqui?
O que nos reservas, Senhor, para além do que veem os nossos limitados olhos?
Redação do Momento Espírita, com base no
cap. III, item 18, de O Evangelho segundo
o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. FEB.
Em 28.7.2023.
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