domingo, 2 de abril de 2023

JESUS E OS SOFRIMENTOS

DIVALDO PEREIRA FRANCO
E
JOANNA DE ÂNGELIS
Quando procurado pelos portadores de enfermidades, Jesus sempre lhes perguntava se realmente desejavam a saúde, ou criam que Ele os poderia curar. 
Era de fundamental importância para o restabelecimento do enfermo a sua segurança íntima sobre estes dois requisitos: querer e crer. 
Complementando-se um no outro, tornam-se essenciais para o restabelecimento físico e psíquico do candidato à cura. 
O querer em profundidade, sem reservas, altera completamente o quadro psicofísico do indivíduo, que se transfere do estado de desarmonia em que se encontra para o de equilíbrio, auxiliando o organismo na restauração dos seus equipamentos danificados. 
A doença não é mais do que um sintoma do desarranjo do Espírito, em realidade o portador da mesma. 
O ato de querer libera-o dos elementos perniciosos, geradores dos distúrbios que se apresentam na emoção, na mente e no corpo. 
Querer é decidir-se, abandonando a acomodação parasitária ou o medo de assumir responsabilidades novas perante a vida, desse modo arrebentando as cadeias da revolta persistente, da autocompaixão, das sombras nas quais o indivíduo se oculta.
Quem quer, investe; e ao fazê-lo, age de forma a colher os resultados almejados. 
O crer é uma decisão grave, de maturidade emocional e humana. 
A crença vive inata no homem, aguardando os estímulos que a façam desabrochar, enriquecendo de forças a vida. 
Há uma crença automática, natural, herança característica das gerações passadas, que induz à aceitação dos fatos, das ideias e experiências, sem análise racional. 
E existe outra que é resultado da elaboração da lógica, das evidências dos acontecimentos com os quais a razão concorda. 
Crê-se, portanto, por instinto e por conhecimento experimental. 
Quando se quer, despojado de dúvida, a crença no êxito já se encontra no bojo do desejo exteriorizado. 
O receio aí não tem guarida, nem as vacilações produzem desconfiança. A paisagem mental banha-se de luz e os componentes da infelicidade se diluem sob os raios poderosos da vontade bem dirigida. 
Querer e crer conduzem à luta, mediante a decisão de sair da fumaça sombria para o campo do êxito. 
Após a vitória feliz, estes dois valores morais devem prosseguir comandando a integridade emocional, para impedir a recaída. 
No episódio do paralítico, que foi descido pelo telhado e posto ao lado de Jesus, como em outros variados, as duas questões são postas em evidência pelo Mestre. 
À pergunta direta: 
-Tu crês que Eu te posso curar?
O doente respondeu: 
-Sim, demonstrando a fé que o dominava, ao mesmo tempo retratando querer recuperar a saúde, tal o esforço empreendido para estar ali. 
Movimentara amigos e pessoas solidárias; submetera-se ao desconforto de ser conduzido, tivera aumentadas as dores e, porque queria, conseguiu. 
Sensibilizado por tal esforço, Jesus o libertou da doença, de que ele, sem revolta, desejava despojar-se. 
* * * 
Nas tuas dificuldades e dores, abandona a complacência para com elas e toma a segura decisão de querer ser feliz e crer que o conseguirás. 
Nada te impede a tentativa. 
Basta que estabeleças, no íntimo, o desejo forte de libertação. 
Se a dúvida se apresentar, afugenta-a. 
Perturbado pelo pessimismo, contempla os triunfadores que lutaram antes de ti.
Não lhes foi diverso o esforço para a vitória. 
Sucede que iniciaram o labor sem que o soubesses e agora vês somente o seu resultado.
Ademais, apela para Jesus com firmeza, certo de que a tua rogativa não ficará sem resposta, e abre-te ao influxo da força restauradora, não lhe opondo barreiras. 
Se queres a paz e a saúde e crês na sua imediata conquista, não adies o teu momento de consegui-las, pois este momento é agora. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 18 do livro Jesus e atualidade, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Pensamento. 
Em 12.02.2010.

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