Retratando a viagem náutica do navegante genovês Cristóvão Colombo, reproduzia a saga das naus Santa Maria, Pinta e Niña na busca de um continente desconhecido.
A trilha sonora do grego Vangelis retratou com perfeição a grandiosidade do oceano e a ousadia dos intrépidos navegadores.
Era um punhado de homens, aventureiros e sedentos de fortuna fácil. Durante muitas semanas se deixaram guiar pelas estrelas em busca do Eldorado, acreditando, como crianças, num lugar em que o ouro existia em abundância, ao alcance das mãos.
Lograram atingir as praias da América Central em 12 de outubro de 1492.
Seriam aquelas terras, cobertas de mata nativa, o tão sonhado paraíso?
Após o desembarque, contato com os nativos e o necessário refazimento de quase setenta e um dias no oceano largo, deram-se conta de que era uma terra desconhecida, ainda não explorada pela audácia do europeu desbravador.
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O paraíso buscado está quase sempre assinalado pelo muito possuir, pela retenção de terras abundantes, gado a vestir os campos de gramíneas e baús entupidos de ouro e prata.
Na atualidade, pensamos em dólares, euros, a moeda nacional ou investimentos que garantam grandes lucros.
Dificilmente esse lugar dos sonhos é imaginado como sendo o território dos sentimentos e das emoções, onde teríamos alcançado o domínio das paixões e dos arrastamentos perniciosos.
Um lugar onde a vitória não estaria situada no domínio de raças, no esmagamento de adversários e pulverização da oposição existente, mas no partilhamento do pão, na permuta da incessante fraternidade e na extinção do egoísmo feroz.
O lugar perfeito não é aquele onde ninguém trabalhe, e o ócio seja nota dominante, exaltando uma casta de virtuosos mergulhados na preguiça e no imobilismo.
O lugar perfeito tem características opostas.
O emprego útil do tempo não contempla futilidades.
Nesses reinos felizes, não teremos asas nas costas, à semelhança das aves, para os deslocamentos fáceis.
Seremos criaturas reconhecendo as próprias limitações. Seres que continuam a lutar por sonhos, ideais e conquistas, que surgem no esforço diário da melhoria intelecto-moral incessante.
Nossas lágrimas ainda se misturam com gotas de suor com muita frequência.
Ardentes desejos nos abrasam as almas na ânsia de sermos úteis ao Senhor das estrelas.
Amamos sem paixões.
Nem senhores, nem escravos, nos fazemos voluntários e aprendizes da vida.
Muito sabendo, reconhecemos muito mais ter a aprender.
O ambiente externo será cada vez melhor à medida que nos fizermos melhores.
Com o burilamento interno, influenciamos o aperfeiçoamento do mundo externo.
Não estaremos vivendo no paraíso. Estaremos a caminho dele, como aquele genovês decidido.
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E você? Tem coragem de romper suas algemas e tomar o rumo do mar alto das grandes experiências?
Onde está seu paraíso?
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