segunda-feira, 24 de abril de 2023

DEUS PRESENTE

 No Evangelho de Marcos, lemos que, saindo Jesus do Templo com Seus discípulos, se pôs a falar dos tempos futuros.

Afirmou que se ouviria falar de guerras e de rumores de guerras, porque se levantaria nação contra nação. E reino contra reino.

Disse também que haveria terremotos em diversos lugares, fome e tribulações, sinalizando o início das grandes dores, na transição pela qual o mundo passaria.

Vivemos esses tempos. Guerras civis, nas quais irmãos combatem entre si.

Assistimos a cenas chocantes de uma nação contra outra, como se a desejasse fazer desaparecer da face da Terra.

E, além das tantas dificuldades criadas pelo homem, em sua ânsia de poder, de ambição desmedida, o próprio planeta grita e geme e se contorce.

Pouco mais de uma semana depois do terremoto, que abalou a região central da Turquia e o norte da Síria, contabilizamos mais de quarenta mil mortes.

A cota dos desastres materiais é semelhante ao de várias bombas atômicas.

Estima-se que quarenta e dois mil prédios desabaram ou precisam de demolição urgente, pelos graves danos sofridos.

O que estarrece é que as equipes de resgate, mesmo após dias, prosseguem incansáveis, em seu propósito.

Passadas duzentas horas do primeiro tremor, ficamos estarrecidos ao ouvir sobre o resgate de um idoso e de dois jovens.

Como pode alguém resistir tanto tempo, sob escombros, sem água, sem alimento?

A frase que nos escapa dos lábios é: Só por Deus!

Uma menina de cinco anos de idade, soterrada há quase cinco dias, foi resgatada.

Um repórter lhe perguntou: Você não sentiu fome durante todo esse tempo, debaixo de tantos escombros?

A garotinha abriu um sorriso e respondeu: De vez em quando, alguém vestido de branco vinha me dar água e me alimentar.

Alucinação, dirão alguns. Devaneios, falarão outros.

No entanto, sonhos de loucura manteriam viva uma criaturinha assim, por tanto tempo?

E a teriam mantido tranquila, por mais de cem horas?

Sem fome, sem sede.

Quem a atendeu senão Deus, Nosso Pai, através de um dos Seus mensageiros?

Sim, somente a Providência Divina pode explicar a resistência de alguns, dias e dias a fio.

A providência é a solicitude de Deus para com as suas criaturas. Ele está em toda parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às coisas mais mínimas.

E essa Providência nos remete à mais emocionante das certezas: nunca estamos sós.

Uma mão se estende, mesmo em meio ao caos. E nos protege.

Uma Providência, que estabeleceu que anjos de guarda, seres abnegados nos assistam.

São eles que nos auxiliam a continuarmos andando mesmo com os joelhos feridos.

Anjo de guarda – terá sido ele que esteve tantas vezes com aquela menina, para que não perecesse à fome, à sede, ao frio, ao desespero de estar sozinha, debaixo das ruínas?

Alguém vestido de branco. Branco da paz. Branco do auxílio.

Creiamos: existem muito mais coisas entre o céu e a Terra do que nós, pobres humanos, possamos perceber.

Um fato é inconteste: Deus está conosco! Seus anjos estão conosco!

Prossigamos.

Redação do Momento Espírita, com base no
 Evangelho de Marcos, cap. 13, versículos
 7 e 8 e no cap.  II, item 20 de A Gênese, de
 Allan Kardec, ed. FEB.
Em 24.4.2023.

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