quinta-feira, 19 de maio de 2022

HUMANO E DIVINO

GIORGIO VASARI
Giorgio Vasari, conhecido principalmente por suas biografias de artistas italianos, escreveu: 
De tempos em tempos, o céu nos envia alguém que não é apenas humano, mas também Divino, de modo que, através de seu espírito e da superioridade de sua inteligência, possamos atingir o céu.
LEONARDO DA VINCI
Entre esses, com certeza, se inclui Leonardo da Vinci, vindo ao mundo em 15 de abril de 1452, perto de Florença. O extraordinário e diversificado talento de Leonardo manifestou-se nos primeiros anos de vida. Belo e forte, era excelente esportista, ótimo nadador e cavaleiro; engenhoso artesão e mecânico. Logo revelou seus dons inventivos. O desenho e a pintura também atraíram seu interesse, demonstrando seus dotes artísticos. Era tido, por seus contemporâneos, como um arquiteto perigosamente ousado e um louco cientista. Sobre um ponto, no entanto, todos se viam obrigados a concordar: Leonardo era um argumentador fascinante, um polido conversador, um contador de histórias "mágico" e fantástico, um gênio da palavra acompanhada da mímica. Falando da ciência, fazia calar os cientistas. Argumentando sobre filosofia, convencia os filósofos. Inventando fábulas e lendas, conquistava os favores e a admiração das cortes. Sempre, e em qualquer lugar, Leonardo era o centro das atenções. E jamais decepcionava seu auditório porque tinha, todas as vezes, alguma história nova para contar. Possuía uma reserva inesgotável de historietas. Eram ditos espirituosos, fábulas e apólogos de bom gosto literário e conteúdo moral. Suas fábulas passavam rapidamente de boca em boca, com as inevitáveis variações da repetição oral, e os invejosos procuravam em vão as fontes tradicionais de suas histórias. Da sua engenhosidade nasceram as máquinas de nossa civilização, desde a bicicleta até o avião e o submarino. E a ciência tem em Leonardo da Vinci, em termos de observação da natureza, seu pai espiritual. Pois essa criatura admirável, em seu livro Das profecias, escreveu: 
-O homem é o destruidor de todas as coisas criadas.
* * * 
Nunca, como hoje, na longa História de nosso planeta, uma afirmativa foi mais verdadeira e tão tragicamente atual.
Nosso século, que vê o homem voar como os pássaros, e emigrar para outros planetas, também assiste a cenários tristes de destruição. 
Por onde passa, o homem deixa as suas pegadas destrutivas. Vai à praia e a enche de latas, garrafas, lixo de toda espécie.
Polui rios e mares, interferindo na vida aquática. 
Transita pelas estradas, que cortam as florestas ao meio, lançando toda sorte de detritos. 
O homem, tido como o senhor da Criação, estabelece a caça e a pesca como lazeres predatórios, esquecendo-se de que todo abuso redundará em carência, logo mais.
E, se destrói o que está em seu entorno, projeta para si próprio uma vida de muitas dificuldades. 
Isso porque a natureza responde à agressão com temperaturas extremas, com falta d´agua, com terras áridas, onde antes abundavam as searas.
Se Deus envia pessoas especiais para nos apontar coisas Divinas, sinalizando as venturas de que podemos gozar, atentemos para o que nos prescrevem. 
Repensemos nossas atitudes. 
Ainda há tempo de reconstruir, de refazer caminhos, de revigorar uma Terra exaurida e explorada, sem limites.
Pensemos nisso. 
Redação do Momento Espírita, com base em dados biográficos de Leonardo da Vinci. 
Em 22.6.2016.

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