É nossa maneira usual de ser.
É o que realizamos de forma mecânica.
Atitudes que assumimos e realizamos, sem nos darmos conta.
Vejamos: quantas vezes já nos aconteceu de chegar em casa e colocar as chaves sobre algum lugar?
Tão mecanicamente é executada a ação que, ao precisar das chaves, algum tempo depois, não conseguimos recordar onde as deixamos.
Saímos de casa, apagamos as luzes, passamos a chave na porta.
Depois de andarmos algumas quadras, nos questionamos se fechamos ou não a casa.
E precisamos retornar para ter a certeza, a fim de que não permaneçamos o restante do dia em desassossego.
Muitas outras coisas fazemos de forma automática.
Tomamos café, regamos as plantas, alimentamos o gato, sem pensar.
Ao lado dessas questões, outros hábitos temos não muito saudáveis.
E, por incorporados à nossa forma de ser, não nos apercebemos o quão danosos são.
É comum se observar, antes de uma palestra ou conferência, um grande burburinho pelo salão.
Natural, num primeiro momento, pelo reencontro com amigos, cumprimentos, saudações, sorrisos.
Torna-se desagradável quando uma música se faz presente, e não modificamos nossa postura. Alguém toca ao piano delicada melodia, ou dedilha um violão, ou canta e nós prosseguimos a falar, como se nada estivesse acontecendo.
A impressão que se têm é que chegamos ao local programados para ouvir a palestra.
E tudo o mais que antes aconteça, não tomamos conhecimento, não registramos.
Mau hábito, que caracteriza, inclusive, grande indelicadeza de nossa parte, desde que o artista que vai se apresentar naquele momento, merece, ao menos, que permaneçamos em silêncio, para ouvir a sua arte.
E não menos grave é quando, concluída a palestra que nos propusemos ouvir, de imediato, nos erguemos e saímos com ruído.
Não aguardamos a real conclusão do evento para um lembrete final que se fará, um agradecimento ao orador, uma advertência útil.
E o mesmo se repete nos cinemas quando, acabado o filme, nos levantamos e vamos saindo, esquecidos de que muitos apreciam ver todos os créditos.
O que não lhes é permitido porque em nos levantando, obstruímos a sua visão da tela.
É essa mesma atitude que nos permite observar a miséria perambulando pelas ruas, sem que nos atinja.
Habituamo-nos de tal sorte às cenas que nos tornamos insensíveis.
Habituamo-nos a ver a corrupção triunfar, que já não desejamos fazer coisa alguma para a debelar.
Hábitos...
Hábito de ver a mentira adquirir forma, volume e não emitirmos movimento algum no sentido de esclarecer a verdade, de defender o caluniado.
Hábito de receber a bênção da chuva, os raios do sol, as carícias do vento, sem nenhuma gratidão. Como se o Universo inteiro nos devesse o favor de servir.
Hábito de não ouvir quem nos fala da sua dor, da sua dificuldade.
Hábito de não pensar senão em si mesmo.
É hora de parar para pensar e buscar refazer atitudes.
Reflitamos que o bom da vida é viver.
E para viver intensamente é preciso se sentir tudo que se faz, tudo que nos chega.
É preciso olhar em torno, estar presente, agir, tomar atitudes pensadas, atentas.
Desta forma, alteremos o rumo.
Aprendamos a observar o dia, a olhar as pessoas nos olhos, a perceber o que acontece ao nosso redor.
Moldemos hábitos de gentileza, de delicadeza, de gratidão.
Vivamos mais conscientes.
Aprendamos a sentir prazer nas pequenas coisas como andar, correr, comer, molhar-se na chuva ou aquecer-se ao sol.
Aprendamos a olhar para as estrelas, a nos extasiar com a noite enluarada, a vibrar com a música, o perfume, as pessoas.
Abandonemos hábitos nocivos e nos tornemos mais felizes, desde agora.
Redação do Momento Espírita.
Em 13.09.2010.
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