segunda-feira, 29 de novembro de 2021

O HÁBITO NOCIVO

Hábito é o que incorporamos ao nosso dia a dia.
É nossa maneira usual de ser. 
É o que realizamos de forma mecânica. 
Atitudes que assumimos e realizamos, sem nos darmos conta. 
Vejamos: quantas vezes já nos aconteceu de chegar em casa e colocar as chaves sobre algum lugar? 
Tão mecanicamente é executada a ação que, ao precisar das chaves, algum tempo depois, não conseguimos recordar onde as deixamos. 
Saímos de casa, apagamos as luzes, passamos a chave na porta. 
Depois de andarmos algumas quadras, nos questionamos se fechamos ou não a casa.
E precisamos retornar para ter a certeza, a fim de que não permaneçamos o restante do dia em desassossego. 
Muitas outras coisas fazemos de forma automática.
Tomamos café, regamos as plantas, alimentamos o gato, sem pensar. 
Ao lado dessas questões, outros hábitos temos não muito saudáveis. 
E, por incorporados à nossa forma de ser, não nos apercebemos o quão danosos são. 
É comum se observar, antes de uma palestra ou conferência, um grande burburinho pelo salão. 
Natural, num primeiro momento, pelo reencontro com amigos, cumprimentos, saudações, sorrisos. 
Torna-se desagradável quando uma música se faz presente, e não modificamos nossa postura.  Alguém toca ao piano delicada melodia, ou dedilha um violão, ou canta e nós prosseguimos a falar, como se nada estivesse acontecendo. 
A impressão que se têm é que chegamos ao local programados para ouvir a palestra. 
E tudo o mais que antes aconteça, não tomamos conhecimento, não registramos.
Mau hábito, que caracteriza, inclusive, grande indelicadeza de nossa parte, desde que o artista que vai se apresentar naquele momento, merece, ao menos, que permaneçamos em silêncio, para ouvir a sua arte. 
E não menos grave é quando, concluída a palestra que nos propusemos ouvir, de imediato, nos erguemos e saímos com ruído. Não aguardamos a real conclusão do evento para um lembrete final que se fará, um agradecimento ao orador, uma advertência útil. 
E o mesmo se repete nos cinemas quando, acabado o filme, nos levantamos e vamos saindo, esquecidos de que muitos apreciam ver todos os créditos. O que não lhes é permitido porque em nos levantando, obstruímos a sua visão da tela. 
É essa mesma atitude que nos permite observar a miséria perambulando pelas ruas, sem que nos atinja. 
Habituamo-nos de tal sorte às cenas que nos tornamos insensíveis. 
Habituamo-nos a ver a corrupção triunfar, que já não desejamos fazer coisa alguma para a debelar. 
Hábitos... 
Hábito de ver a mentira adquirir forma, volume e não emitirmos movimento algum no sentido de esclarecer a verdade, de defender o caluniado. 
Hábito de receber a bênção da chuva, os raios do sol, as carícias do vento, sem nenhuma gratidão. Como se o Universo inteiro nos devesse o favor de servir. Hábito de não ouvir quem nos fala da sua dor, da sua dificuldade. 
Hábito de não pensar senão em si mesmo. 
É hora de parar para pensar e buscar refazer atitudes. 
Reflitamos que o bom da vida é viver. 
E para viver intensamente é preciso se sentir tudo que se faz, tudo que nos chega.
É preciso olhar em torno, estar presente, agir, tomar atitudes pensadas, atentas.
Desta forma, alteremos o rumo. 
Aprendamos a observar o dia, a olhar as pessoas nos olhos, a perceber o que acontece ao nosso redor. 
Moldemos hábitos de gentileza, de delicadeza, de gratidão. Vivamos mais conscientes. 
Aprendamos a sentir prazer nas pequenas coisas como andar, correr, comer, molhar-se na chuva ou aquecer-se ao sol. 
Aprendamos a olhar para as estrelas, a nos extasiar com a noite enluarada, a vibrar com a música, o perfume, as pessoas. 
Abandonemos hábitos nocivos e nos tornemos mais felizes, desde agora. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 13.09.2010.

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