Dia desses, conversando com um amigo, ele nos confidenciou a sua mania de guardar caixinhas. Ao lhe perguntarmos o porquê, ele não soube nos dizer.
Simplesmente afirmou que as guarda. Caixas grandes, pequenas, médias, de todos os tamanhos. Sóbrias, coloridas. Nacionais, internacionais.
Ouvindo-o falar, recordamos de como guardamos coisas sem utilidade.
São vestimentas e utensílios que nos lembram alguma ocasião especial e que nunca serão utilizados.
Quinquilharias que entulham gavetas, como se portas adentro do lar erigíssemos um museu.
Colecionamos joias caras, que usamos esporadicamente, quando o fazemos, pois que tememos o roubo e o furto. Guardamo-las em cofres hermeticamente fechados.
Nossos valores.
Heranças.
Mimos exclusivos.
E contudo, todos sabemos que tais valores passam, não são imperecíveis.
Para nós, terão a exata durabilidade de uma vida, pois que em partindo para a pátria espiritual, não os poderemos levar conosco.
Assim sendo, seria muito mais produtivo para nós que começássemos uma campanha para angariar e guardar legítimos valores.
Conquistas pessoais, virtudes.
E os nossos guardados materiais os poderíamos utilizar a benefício dos sofredores, dos carentes.
Tantas vezes lemos e relemos os ditos do Senhor que nos falam dos tesouros perecíveis do mundo, que a traça corrói e os ladrões roubam.
Valores que poderão ser consumidos, furtados, corroídos.
Mas, mesmo assim, continuamos a manter os nossos guardados inúteis, na mesma medida em que afirmamos não dispor de recursos para atender a miséria que campeia no mundo.
Armazenemos alegrias para distribuí-las com os desalentados.
Colecionemos sorrisos para espalhá-los pelos caminhos, como respingos de bondade.
Guardemos ternura, ofertando-a aos que convivem ao nosso redor, nesses dias de tanta indiferença e frieza.
Guardemos as palavras libertadoras do Evangelho de Jesus na mente e no coração, a fim de que nos libertemos, iluminando-nos.
Fazendo amigos com os recursos que movimentarmos no mundo, promoveremos alegrias e alevantaremos muitas vidas.
Guardados no amor de Deus, que nos sustenta a existência, guardemo-nos nós mesmos na fé e no trabalho, dando em cada hora o melhor dos nossos empenhos, em nome do amor ao próximo.
Ao final da jornada, verificaremos que os cofres de nossa alma estarão plenificados de bênçãos, pela oportunidade inigualável que tivemos de praticar o bem, enquanto no caminho dos homens.
* * *
CAMILO CASTELO BRANCO E JOSÉ RAUL TEIXEIRA |
O bem que se faz sempre é triunfo para o próprio coração.
Redação do Momento Espírita, com base no verbete Bem, do livro Repositório de sabedoria, v. 1, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal e no cap. 41 do livro Nossas riquezas maiores, pelo Espírito Camilo, psicografia de José Raul Teixeira, ed. Fráter.
Em 6.2.2012.
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