sexta-feira, 5 de novembro de 2021

A RESPEITO DE UM FRANCISCO

SÃO FRANCISCO DE ASSIS
Ele nasceu em setembro de 1182, filho de um mercador que enriquecera no comércio de tecidos e roupas. Ele gozou tudo o que a riqueza lhe poderia oferecer. Liderava a juventude de Assis, em noites de muitas festas. Servia-se de sua voz e de seu talento musical para as serenatas com que honrava as jovens da cidade. Seu sonho era se tornar cavaleiro, o defensor dos oprimidos e sofredores. Por isso, se serviu de armas e lutou em Assis, em Perugia. Paramentou-se ricamente para acompanhar um nobre a caminho das cruzadas. Então, em Spoleto, a trinta e seis quilômetros de Assis, em sonho, lhe é recordado de que lhe compete servir ao Senhor. Reprisando as palavras de Maria de Nazaré, ao receber a ratificação da sua missão como Mãe do Messias, pelo mensageiro celeste, ele indaga: 
-Senhor, que queres que eu faça? 
É o servo se dispondo a servir, conforme a Vontade Superior. 
A resposta nos remete, igualmente, a versículos de Atos dos Apóstolos, quando o Cristo, em pleno sol do meio-dia, recomenda a Saulo de Tarso, às portas de Damasco, que entre à cidade e aguarde. 
A Francisco é recomendado que volte para Assis. 
Lá ele saberá o que fazer. 
A visão que tivera, anteriormente, de adentrar uma sala cheia de armas, armadura brilhante, deveria, igualmente, ser interpretada de forma diferente. 
Sim, não eram das armas do mundo que ele deveria se utilizar, mas das propostas, feitas séculos antes, por um carpinteiro, nas estradas da Galileia. 
Ainda um tempo demoraria Francisco para bem entender o que lhe estava determinado como missão. 
Os homens se haviam afastado muito da fonte generosa da Boa Nova. 
A lei de amor, a compaixão, o atender ao irmão desfavorecido – tudo havia sido esquecido. 
Mais importante, para os homens da época, era a posse do ouro, o dominar o seu semelhante, a fim de que os servissem em totalidade. 
Haviam esquecido de que o Senhor dos céus viera ao mundo e aqui Se colocara como Aquele que serve. 
Também, Aquele que não responde agressão com agressão, nem arquiteta vingança de qualquer ordem. 
A ordem que ensinara fora o perdão das ofensas, a oferta da outra face, a da paz, da mansidão. 
Por isso, a missão de Francisco de Assis marca, de forma indelével, aqueles dias, lembrados até a atualidade. 
Pobreza extrema, atender somente às mínimas necessidades do corpo, não se permitir os prazeres do mundo. 
Pobreza, humildade, castidade. 
Seu exemplo causa assombro, choca mesmo. 
E nos remete a uma lição extraordinária dos Espíritos do Bem, que nos dizem que é preciso que o mal chegue ao excesso, para tornar compreensível a necessidade do bem e das reformas. 
Então, as ações de quase miserabilidade, de não se permitir nada, exemplificadas e pregadas por Francisco, causam espanto. 
Elas se faziam de importância para que os homens prestassem atenção e comparassem sua maneira de agir com as novas propostas. 
Era preciso chocar a Humanidade, a fim de que os homens pudessem se dar conta do quanto distantes andavam da simplicidade das pombas, do amor que se oferece em holocausto pelo bem do seu irmão. 
Pensemos nisso. 
Redação do Momento Espírita, com base em dados biográficos de Francisco de Assis e transcrição da questão 784, de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. FEB.
Em 5.11.2021.

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