quarta-feira, 21 de julho de 2021

JEJUM E ORAÇÃO

Jesus havia descido do monte onde, há pouco, Pedro, Thiago e João haviam presenciado o fenômeno da transfiguração. Quando chegaram à multidão, aproximou-se-lhe um homem, pondo-se de joelhos diante dele, e dizendo: 
-Senhor, tem misericórdia de meu filho, que é lunático e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo, e muitas vezes na água. E trouxe-o a teus discípulos, e não puderam curá-lo. 
Eis que Jesus lhe respondeu: 
-Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei eu convosco, e até quando vos sofrerei? Trazei-mo aqui.
Narra, então, o Evangelista Mateus que Jesus repreendeu o Espírito mau que estava com ele e o Espírito o abandonou. 
Os discípulos se aproximaram de Jesus, curiosos, e, em particular, lhe perguntaram: 
-Por que não pudemos nós expulsar o espírito mau? 
Ao que o Mestre lhes redarguiu: 
-Por causa de vossa pouca fé. Porque, em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: passa daqui para acolá, e há de passar. E nada vos será impossível. 
Finaliza Jesus a lição, afirmando: 
-Mas esta casta de demônios não é expulsa senão pela oração e pelo jejum.
* * * 
Necessário serenar a alma e as ideias preconcebidas, e refletir profundamente sobre a proposta de jejum e oração oferecida pelo Rabi.
Será que Jesus, ao propor o ato de jejuar, referia-se a deixar de se alimentar regularmente? 
Pois é assim que muitos entendem até os dias de hoje. 
Por isso, faz-se mister que nos debrucemos sobre a temática a partir deste ponto. 
A proposição do Mestre ia muito além da dieta alimentar. 
Ele trazia a ideia da abstinência moral, de abster-se de tudo aquilo que nos conduz aos excessos. 
Fala Ele, assim, de um jejum do comportamento doentio. 
Este é o único caminho para a libertação das influências deletérias dos obsessores espirituais. 
A oração é primordial, pois nos liga ao Criador, nos purifica os pensamentos e eleva a sintonia mental. 
Junto dela, a mudança de comportamento, de direção nos propósitos de vida é fundamental. 
Os Espíritos infelizes se ligam a nós através da sintonia com nossas misérias íntimas. 
Se deixarmos de cultivar tais misérias, se alterarmos a faixa mental, não haverá mais compatibilidade nesse plug psíquico. 
A privação das ações negativas, dos desejos malsãos deve ser o jejum para a alma que deseja se libertar de qualquer influência espiritual inferior.
A fé raciocinada e a ação no bem nos protegem de tudo. 
Não há o que temer, quando as mãos estão perfumadas pelas flores do bem que deixamos pelo caminho. 
Não há o que temer, quando o coração está aquecido pela certeza de que as Leis de Deus são perfeitas, e que a Presença Divina é constante em nossas vidas. 
Perante qualquer dificuldade que venhamos a enfrentar, lembremos da lição do jejum e da oração. 
Lembremos deste medicamento poderoso de que todos nós dispomos.
Redação do Momento Espírita. 
Em 21.7.2021.

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