sábado, 24 de abril de 2021

FORMANDO CIDADÃOS CONSCIENTES

O garoto de não mais de cinco anos entrava na igreja, puxado pela mãe. Percebia-se que ele estava contrariado. E demonstrando a razão da sua contrariedade, o ouvimos perguntar: 
-Se Deus me aceita como eu sou, então, me diga: por que eu precisei tomar banho para vir à igreja? 
Pode-se levar a indagação à conta dessas coisas de criança. Ou podemos realizar uma profunda reflexão, a respeito dos nossos métodos de educação que, diga-se, insistimos em afirmar não dão os resultados excelentes que desejamos. A criança pensa e faz perguntas inteligentes, coerentes. O que, de um modo geral, ocorre é que, sem argumentos na hora da indagação, respondemos de forma autoritária ou sem fundamento. Isso, naturalmente, vai levar nosso pequeno a concluir que não temos razão, ou que somos tolos. Quase sempre, quando a criança nos pergunta por que deve fazer alguma coisa, desejando nos vermos livres, de imediato, da questão, utilizamos a tradicional frase: 
-Eu estou mandando. Ponto final. 
Isso não educa, nem estimula nossa criança a voltar a indagar, em outras situações. É possível que, no futuro, ela se torne uma pessoa que simplesmente aguarda e obedece ordens. Afinal, foi assim que a educamos na infância. Melhor seria, embora nos exija investir um certo tempo, sempre explicar os porquês. 
-Por que deve tomar banho, escovar os dentes? 
-É uma questão de higiene, de saúde. 
-Por que deve guardar os brinquedos? 
-Para cooperar com a organização do lar, para não ter a desagradável possibilidade de alguém pisar em um deles e quebrá-lo, ou se machucar.
-Por que deve dormir cedo? 
-Porque ele deve também se levantar cedo para ir para a creche, para a escola. 
Mas, convenhamos, para isso, é preciso que, ao exigirmos ou pedirmos que algo seja feito, tenhamos a consciência do porquê assim procedemos. Necessitamos de decisões conscientes, não mecânicas. 
Nem disposições como: 
-Eu fui criado assim e tem que ser assim, o que não é resposta aceitável.
Se fui criado assim e deu certo para mim, então a indagação deve ser: por que deu certo? 
Porque era a forma acertada de orientar, de disciplinar ou porque eu simplesmente me resignei, aceitei, sem maiores questionamentos?
Pensemos nisso e invistamos na educação dos nossos filhos, se os desejamos cidadãos conscientes, ativos. Assim, eles irão à escola e não serão joguetes de ninguém. Conquistarão seu espaço, estabelecerão os seus limites e exigirão o respeito dos demais. Porque isso eles aprenderam no lar. Saberão perguntar, questionar, indagar, conscientes de que é o seu direito serem informados do porquê as coisas devam ocorrer dessa ou daquela maneira. E saberão respeitar normas, diretrizes, disciplinados que os educamos. 
Pensemos nisso e iniciemos o investimento de luz nesse patrimônio excelente que são as jóias celestes que o Pai nos confiou, para guarda, crescimento e progresso. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 20.07.2009.

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