Rubens C. Romanelli |
- Outra vez acordada?
Perguntou ele quase colérico.
Não quis que fosse se deitar, sem que antes fizesse um lanche.
-Preparei torradas, chá quentinho. Espero que você goste.
E, sem perguntar-lhe onde estivera e o que fizera até aquela hora, ela o beijou carinhosamente e se recolheu ao leito.
Na terceira noite, ela o esperou com um bolo delicioso. Antes mesmo que o marido dissesse qualquer coisa, ela se prendeu ao pescoço dele, abraçou-o e pediu que provasse da nova delícia.
Assim, todas as madrugadas, a ocorrência se repetiu. O marido começou a se preocupar.
Na mesa de jogo, tinha o pensamento menos preso às cartas do que à esposa, que o esperava, pacientemente, como um anjo da paz.
Começou a experimentar uma sensação de vergonha, ao mesmo tempo de indiferença e quase repulsa por tudo quanto o rodeava.
O que ele tinha em casa era uma mulher que o esperava, toda madrugada, para o abraçar, dar carinho.
Aos poucos, foi se tornando mais forte aquele incômodo. Finalmente, um dia, de olhar vago e distante, como se tivesse diante de si outro cenário, o rapaz se levantou da mesa de jogo e retirou-se, para nunca mais voltar.
* * *
Nos dias atuais, é bem comum os casais optarem por se separar, até por motivos quase ingênuos.
Poucas criaturas, em nome do amor, decidem lutar para harmonizar as diferenças, superar os problemas, a fim de que a relação matrimonial se solidifique.
Contudo, quando o amor se expressa, todo o panorama se modifica.
É difícil a alma que resista às expressões do amor porque ele é portador da mensagem do bem-estar, da alegria.
Sempre salutar, portanto, investir no amor, expressando-o através de gestos, atenções pequenas, gentilezas.
O amor é o sentimento por excelência e tem a capacidade de transformar situações e pessoas.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita, com base no cap.
A força do amor, do livro O primado do Espírito,
de Rubens C. Romanelli, ed. Síntese.
Em 25.4.2017.
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