Há muitos tipos de santos. Uns são mais populares. Geraldo é santo do povo porque sua vida foi sempre no meio do povo sofrido, socorrendo suas necessidades. Sua vida maravilhosa tornou-se lenda no meio do povo que soube enriquecê-la com fatos fantásticos para mostrar seu grande afeto por este homem tão simples e ao mesmo tempo tão grande. Geraldo, moço muito piedoso, tentou ser religiosos capuchinho. Mas seu tio, padre capuchinho, disse: “Você é muito fraco de saúde, não suportará nossa vida que é muito dura”. Quando os redentoristas pregaram missão na sua cidade, Muro Lucano, pediu para ser redentorista. Negaram pelo mesmo motivo. Na despedida dos missionários, sua mãe, conhecendo o filho que tinha, trancou-o no quarto. Ele fez uma corda de lençol, fugiu e correu atrás dos missionários implorando para ser aceito. Após tanta insistência, o Pe. Paulo Cafaro aceita-o e manda para a casa de Deliceto com este bilhete: “Aí vai um inútil. Mais uma boca para encher! Mas, na cidade, é considerado um jovem virtuoso”. Um inútil! Belo relatório! Feito o seu noviciado e profissão, vive 4 anos na Congregação Redentorista como irmão. Morre, depois de muitos sofrimentos, atingido pela tuberculose. Toda sua vida foi um contínuo amor a Jesus, com quem quis se igualar no sofrimento.
Milagres não lhe faltaram.
No santuário de Materdomini (Caposele – Itália), onde repousa, vemos o mesmo povo simples que vem pedir e agradecer seus benefícios. Há lá uma sala com ex-votos de crianças. Por ali podemos ver a beleza do carinho que demonstrou e demonstra para com os pequeninos. Mães agradecem a gravidez que parecia impossível ou o parto bem sucedido em um momento difícil. Seus milagres não podem ser vistos só como a solução de um problema. São eles a expressão muito clara de seu desejo de que cada um vivesse bem, e isso, porque aprendera o amor de Deus no qual estava imerso. Este homem frágil tem uma ânsia em sua vida: em tudo agradar a Deus e fazer sua vontade. Quanto estava para morrer, escreveu uma tabuleta na porta do quarto, onde sofria: “Aqui se faz a vontade de Deus como Ele quer e por quanto tempo Ele quiser”.
Em tudo semelhante a seu Redentor.
Conhecemos S. Geraldo mais por seus milagres. Mas o verdadeiro Geraldo encontra-se em suas cartas e em seus escritos. Poucos, mas de uma sabedoria invejável. Tinha uma sabedoria que era um dom de Deus, pois não tinha estudos. Em uma carta à Irmã Maria de Jesus, sua jovem e santa amiga, escreve no leito de dor: “Bendito seja sempre Aquele que me dá tantas graças. Em lugar de fazer-me morrer sob seus santos golpes. Esta é a vontade de meu celeste Redentor: estar pregado nesta amarga cruz. Inclino a cabeça e digo: esta é a vontade de meu querido Deus". A própria liturgia proclama esta raiz da espiritualidade de Geraldo: “O Deus que atraístes S.Geraldo desde a sua infância, tornando-o conforme à imagem do vosso Filho crucificado...”. Imagem de Cristo sofredor, que faz a vontade do Pai no amor aos mais abandonados. Modelo e intercessor de todo cristão que se dispõe a amar a Deus e aos necessitados.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM OUTUBRO DE 2003
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