Segundo o dicionário, dentre outras acepções, pode significar lealdade, firmeza, exatidão e pontualidade.
No âmbito dos relacionamentos amorosos, a palavra fidelidade é frequentemente entendida como exclusividade.
Entende-se que amor fiel é o amor exclusivo.
Entretanto, essa significação não é absoluta.
Um fidelíssimo amor entre esposos não exclui o afeto dos filhos, em semelhante nível de importância.
Assim, fidelidade não implica sempre exclusividade, pois tudo depende do contexto.
Um homem pode ser fiel a suas ideias sem que deva ter apenas uma linha de raciocínio em sua mente.
É possível ser fiel a um amigo, mas ainda assim possuir incontáveis outros amigos.
A fidelidade a um ideal não se expressa pela ausência de qualquer outro objetivo na vida.
A fidelidade se manifesta antes de mais nada pela constância.
Ela implica perseverar na vivência de um ideal, na fruição de um amor, mesmo em tempos difíceis.
A fidelidade é justamente a virtude que viabiliza a permanência e a fixação de todas as outras.
Sem fidelidade a propósitos anteriormente assumidos, eles se sucedem sem parar, ao sabor dos acontecimentos.
O real desafio é perseverar na busca das metas eleitas, ante os desafios do mundo.
É fácil eleger o ideal da vida reta, quando tudo sorri.
Difícil é persistir nele quando se é tentado, quando surgem injustiças e crueldades.
Muitos cristãos reputam que o resultado de sua fé deve ser uma vida material tranquila.
Acreditam que a função de Deus é lhes assegurar conforto e facilidades, em recompensa de suas crenças.
Entretanto, olvidam-se de que o Cristo recomendou a quem quisesse segui-lO que renunciasse a si mesmo e tomasse a própria cruz.
Tal não significa a apologia da miséria e do sofrimento.
Mas apenas o reconhecimento de que, em um mundo ainda corrupto, a vivência das virtudes cristãs constitui tarefa difícil.
É preciso viver honesta e puramente, mesmo que isso signifique abdicar de facilidades, companhias e gozos.
Ainda por algum tempo, a opção da pureza e da compaixão será difícil e pouco compreendida.
Entretanto, urge reconhecer que tudo na vida tem um custo.
O desfrutar de paixões consome dinheiro e saúde.
A ganância e a avareza tiram a paz.
Assim, não é de se estranhar que a fidelidade a um ideal de transcendência também exija algum sacrifício.
A diferença é que a vivência dos valores cristãos propicia uma paz inacessível a outras opções de vida.
Importa, pois, ser fiel a Deus.
Essa fidelidade é expressa na forma de constância na vivência do ideal do belo e do bem.
Não esperar facilidades e privilégios, mas persistir sempre, mesmo em face de quedas e tentações.
Afinal, toda facilidade material de que se abdique está mesmo fadada a desaparecer no pó.
Mas a dignidade espiritual conquistada persistirá para sempre.
Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 23, ed. Fep.
Em 2.1.2013.
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