sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

FIDELIDADE A DEUS

O vocábulo fidelidade possui inúmeros significados. 
Segundo o dicionário, dentre outras acepções, pode significar lealdade, firmeza, exatidão e pontualidade. 
No âmbito dos relacionamentos amorosos, a palavra fidelidade é frequentemente entendida como exclusividade. Entende-se que amor fiel é o amor exclusivo. 
Entretanto, essa significação não é absoluta. Um fidelíssimo amor entre esposos não exclui o afeto dos filhos, em semelhante nível de importância. 
Assim, fidelidade não implica sempre exclusividade, pois tudo depende do contexto. 
Um homem pode ser fiel a suas ideias sem que deva ter apenas uma linha de raciocínio em sua mente. 
É possível ser fiel a um amigo, mas ainda assim possuir incontáveis outros amigos. 
A fidelidade a um ideal não se expressa pela ausência de qualquer outro objetivo na vida. 
A fidelidade se manifesta antes de mais nada pela constância. Ela implica perseverar na vivência de um ideal, na fruição de um amor, mesmo em tempos difíceis. 
A fidelidade é justamente a virtude que viabiliza a permanência e a fixação de todas as outras. 
Sem fidelidade a propósitos anteriormente assumidos, eles se sucedem sem parar, ao sabor dos acontecimentos. O real desafio é perseverar na busca das metas eleitas, ante os desafios do mundo. 
É fácil eleger o ideal da vida reta, quando tudo sorri. 
Difícil é persistir nele quando se é tentado, quando surgem injustiças e crueldades. 
Muitos cristãos reputam que o resultado de sua fé deve ser uma vida material tranquila. Acreditam que a função de Deus é lhes assegurar conforto e facilidades, em recompensa de suas crenças. Entretanto, olvidam-se de que o Cristo recomendou a quem quisesse segui-lO que renunciasse a si mesmo e tomasse a própria cruz. Tal não significa a apologia da miséria e do sofrimento. Mas apenas o reconhecimento de que, em um mundo ainda corrupto, a vivência das virtudes cristãs constitui tarefa difícil. 
É preciso viver honesta e puramente, mesmo que isso signifique abdicar de facilidades, companhias e gozos. Ainda por algum tempo, a opção da pureza e da compaixão será difícil e pouco compreendida. Entretanto, urge reconhecer que tudo na vida tem um custo. 
O desfrutar de paixões consome dinheiro e saúde. 
A ganância e a avareza tiram a paz. 
Assim, não é de se estranhar que a fidelidade a um ideal de transcendência também exija algum sacrifício. 
A diferença é que a vivência dos valores cristãos propicia uma paz inacessível a outras opções de vida. 
Importa, pois, ser fiel a Deus. 
Essa fidelidade é expressa na forma de constância na vivência do ideal do belo e do bem. 
Não esperar facilidades e privilégios, mas persistir sempre, mesmo em face de quedas e tentações. 
Afinal, toda facilidade material de que se abdique está mesmo fadada a desaparecer no pó. 
Mas a dignidade espiritual conquistada persistirá para sempre. 
Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 23, ed. Fep. 
Em 2.1.2013.

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