DIVALDO PEREIRA FRANCO E JOANNA DE ÂNGELIS |
Quando ela se apresenta, abala-nos as fibras emocionais ao arrebatar violentamente aqueles que ainda há pouco conosco conviviam.
Deixa rastro dolorido quando, lentamente abraça o ser amado, que se vai aos poucos, minado pela doença fatal que, imbatível, vence todas as resistências orgânicas.
Aturde-nos quando se faz intensa, retirando do palco da vida centenas de criaturas, pelos desastres naturais, como se a natureza em fúria quisesse se vingar de algo ou de alguém.
Chega a nos chocar quando seleciona aqueles que, no vigor da vida física, vão em seus braços, levando consigo sonhos, planos futuros, expectativas e esperanças inconclusas.
Desperta indignação, quando não revolta, quando vem abraçada pela violência urbana, ainda mais se atinge crianças, trabalhadores, mães ou pais de família.
* * *
A morte é a etapa final da existência física, não da vida.
É a conclusão do fenômeno biológico, que nenhum de nós se eximirá de experimentar.
A vida porém, transcende em muito o vaso orgânico por intermédio do qual se manifesta sobre o planeta.
Assim, analisando o fenômeno da morte, que é unicamente fisiológico, não há por que temê-lo.
Trata-se de processo natural da vida.
Também não há por que ignorá-lo, desde que se mostra inexorável para cada um de nós.
Por tudo isso, não é viável alimentar a revolta ou o inconformismo quando ela chegar para aqueles a quem amamos.
Nem tampouco devemos nos permitir o desequilíbrio ou desentendimento das leis da vida, quando ela assaltar a muitos, de forma coletiva.
Desaconselhável alimentarmos o inconformismo quando forem vidas infantis ou juvenis aquelas que a morte der por concluídas, mesmo que possamos cogitar de aparente injustiça divina.
Melhor será trocarmos o inconformismo, a revolta, o desânimo e a desesperança pela canção da Imortalidade, da vida plena e da libertação que enseja a morte física.
A existência corporal é veste breve, que logo mais se fará rota para cada um de nós, exigindo que dela nos apartemos, para que a vida plena estue em nós.
A certeza da imortalidade da alma e o entendimento de que os laços do amor, do afeto e do querer bem não serão por ela desatados, nos permitirão entender a verdadeira dimensão do fenômeno da morte.
Assim, se hoje ela nos faz apartar de quem queremos bem, ou se nos assusta pela violência com que arrebata a tantos, vejamo-la apenas como processo natural da vida.
E tenhamos a certeza, na intimidade do coração, de que dia virá em que também nós receberemos a sua visita, a nos libertar das vestes físicas, para retornarmos à casa, nas asas da Imortalidade, sob as bênçãos de Deus.
* * *
Ante a morte, guardemos a certeza da Imortalidade e honremos os que partem, deixando-nos mergulhados em saudade, não cedendo ao desespero e à revolta.
Discípulos do Cristo, recordemos que Ele, o Modelo e Guia por excelência, nos ensinou que a morte é vencida pelo Espírito imortal.
Redação do Momento Espírita, com base no cap.13, do livro Momentos de felicidade, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 10.02.2012.
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