quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

O ESPÍRITA

Certa vez, adentrou um Centro Espírita, um senhor bastante interessado no Espiritismo. Era uma noite de palestra que versava sobre o problema do alcoolismo e as influências espirituais que atingem as vítimas desse vício. O expositor abordava o tema de uma forma bastante contundente, a fim de que a plateia se desse conta da gravidade do hábito de beber, ante a visão espiritual da existência. Desse modo, havia nas colocações do referido estudioso, uma austeridade necessária. O homem, que pegou a palestra pela metade, a certa altura se levantou, pediu a palavra e disse que estava decepcionado com os espíritas, pois viera ali em busca de paz e serenidade e encontrara apenas palavras de reprovação, que lhe pareciam pesadas e radicais. Buscara alegria e se deparara com o desencanto. Dito isto pediu licença e se retirou. 
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Existem pessoas que, à semelhança do citado cidadão, taxam o Espiritismo como uma doutrina muito severa e que exige demais dos seus adeptos. Isso, porém, não é verdade. Existe, por certo, uma preocupação com os aspectos morais, justamente por representarem a essência dos ensinos dos Espíritos. Allan Kardec caracterizou os verdadeiros espíritas, a que chamou espíritas-cristãos, dizendo que seriam aqueles que apreendessem as consequências morais da Doutrina. Essa classificação acompanha o raciocínio de que, corrigindo-se o homem, corrigir-se-á o mundo. Os verdadeiros espíritas têm, portanto, muito mais do que a preocupação, o desejo de viver bem, de acordo com os valores imperecíveis da vida. Mas isso não impede que sejam alegres e expansivos, sabendo, ademais, que a alegria verdadeira procede da paz de Espírito e nada tem a ver com estímulos falsos e exteriores. O Espiritismo é uma religião que inspira o otimismo, pois seus esclarecimentos objetivos e transparentes não deixam espaços para a revolta da ignorância. Mais do que ninguém, quem conhece e vivencia a mensagem da vida imortal tem todos os motivos para sorrir. Por isso aproveitamos o ensejo para esclarecer a quem apenas pode captar o lado austero do Espiritismo, que essa é a religião da consciência desperta e que, nem sempre, euforia nos lábios significa paz no coração. Pense nisso, pense agora! 
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Talvez não haja no mundo alegria mais pura que a do sorriso de uma criança e mais verdadeira que aquela que é fruto do dever cumprido. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 25.07.2012.

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