quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

ESPETÁCULO DIVINO

A madrugada despede a noite e se instala. Mas, a escuridão ainda predomina. Os homens usam a luz artificial para espancar as trevas. São faróis de carros, para os que se deslocam a distâncias. Nas casas, são lâmpadas, velas, lampiões. Lâmpadas nos postes auxiliam a mostrar o caminho que a cara redonda da lua, com sua luz prateada, não se mostra suficiente. Faróis em pontos estratégicos apontam o rumo aos que navegam nas águas mansas ou agitadas dos mares. Logo mais, os braços da madrugada se espreguiçam e pequenos raios de luminosidade tocam a manhã, para que desperte. Finalmente, é manhã plena e, enquanto os homens correm, de um lado para outro, em função de seus estudos, de seus negócios, de suas vidas, Deus instala Seu extraordinário aparelho multimídia para a projeção do novo dia. Em trabalho sem igual, que a cada dia não se repete da mesma forma, o Arquiteto sem par projeta na tela do Universo, os Seus slides. Há luz, som, animação. Os braços do salgueiro balançam, agitados pelo vento que se veste de brisa ligeira. Jardins, montanhas, campinas. Áreas verdejantes, rios cantantes, fontes generosas se multiplicam. A projeção é tão magnífica que o espetáculo permite se sentir o perfume da terra, das flores, dos veios da madeira aberta em sulcos. Os raios do sol aqui lançam sombra, além se estendem, espancando nuvens. As pequenas elevações parecem ondular na paisagem. As folhas multicoloridas do outono se misturam em um quadro, enquanto noutro as delícias da primavera explodem em botões. Paisagens desérticas, quase intermináveis em um ponto. Dunas, oásis, palmeiras. Paredes altas, montanhosas, de outro. Gelo aqui, calor acolá. Pássaros cantam, ovos são chocados, a vida se multiplica em toda parte. E assim, durante as horas do dia, os slides irão se sucedendo um a um. O homem passa apressado, poucos se dando conta dos quadros que se alternam, sucedem, de contínuo. Quando morre a tarde e a noite retorna, como hábil artista, Deus estende um negro manto, a fim de que os astros, que percorrem o Infinito, possam melhor ser percebidos. Assim é, a cada dia, a cada noite. Se o homem contemplasse mais a natureza, estudasse melhor as suas leis, compreendesse a harmonia que ela leciona, viveria melhor. Quando o cansaço o tomasse, nas horas de trabalho, pararia um pouco e olharia o jardim. Se estivesse cercado por paredes de concreto de vários edifícios, poderia olhar o céu, acompanhar o passeio das nuvens e permitir-se despentear pelo vento. Bastaria colocar a cabeça para fora de uma das janelas em que esteja. Tudo isso o revigoraria. E o faria lembrar de Quem o criou por amor e por amor o sustenta. Dar-se-ia conta de que acima das leis humanas, uma maior, imutável e justa vigora. Lembraria que é filho de Deus, que a vida é um tesouro muito precioso para ser desperdiçado. E, então, aprenderia que o dia foi feito para o homem e não o homem para o dia. O que quer dizer que dosaria trabalho, lazer, meditação. Horário para alimentar o corpo. Horário para alimentar a alma. Sobretudo amaria intensamente aos que com ele convivem neste lar abençoado que se chama planeta Terra. 
Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 14, ed. FEP. 
Em 8.6.2017.

Nenhum comentário:

Postar um comentário