quarta-feira, 25 de setembro de 2019

EU ME DEI CONTA

Falando com alguns jovens, eu me dei conta dos tantos anos vividos. Eu lhes falei do disco de setenta e oito rotações, da maravilha que foi quando surgiu o compacto simples, depois o compacto duplo, o long-play. A maioria deles jamais ouvira falar dessas coisas. Olharam uns para os outros e perguntaram se eu era do século passado. Bem, eu lhes disse, na verdade não sou somente do século passado, mas do milênio passado. E usei o telefone, aquele preto, com disco onde era preciso colocar a ponta do dedo em cada pequeno círculo numérico e girar para fazer a ligação. Sou do tempo da máquina fotográfica que precisava de um rolo de filme dentro dela. Havia de doze, vinte e quatro e trinta e seis poses. E a foto só podia ser vista depois de revelada, o que era feito após todas as poses terem sido utilizadas. Tristeza era quando aquele momento especial não ficara registrado. A foto queimara por inabilidade do fotógrafo ou má exposição do filme. Tempos antigos. Tempos de fita cassete, de vídeo cassete. Tempos em que se aguardava, com ansiedade, o mais recente álbum do cantor ou banda favorita chegar na loja da cidade. Pesquisas escolares somente na biblioteca, nos volumes grossos da enciclopédia, que nem sempre trazia os últimos dados, porque fora impressa há algum tempo. Vivemos o tempo da Jovem Guarda, do Rock, da Bossa Nova. Vibramos com os artistas da época. Alguns, ainda fazendo sucesso, encarnados. E o cinema? Crianças, não podíamos perder a sessão da tarde, no domingo, que chamávamos, de forma equivocada, de matiné. Eram exibidos seriados a cada semana e não podíamos perder nenhum capítulo. Assistimos à chegada do Cinemascope e nos encantamos com as cores. E ficamos anos ouvindo a apresentadora brasileira dizer no seu programa: Ah, se a TV fosse a cores, enquanto descrevia os vestidos com os quais as modelos desfilavam. Damo-nos conta que tudo aconteceu muito rápido. Temos um pouco mais de meio século. Não diremos exatamente, quanto mais. Porém, em curto tempo, a tecnologia progrediu muito. Então, quando nos encantamos com os filmes da atualidade, com suas fantásticas produções, seus efeitos sonoros e visuais; quando de forma rápida fazemos nossas pesquisas na internet; quando falamos com nossos amigos e familiares onde quer que estejam; quando assistimos aos acontecimentos do mundo em tempo real, louvamos a Deus. Somos seres imortais, criados à Sua Imagem e Semelhança, por isso tão criativos, tão inventivos. Os anos passados foram bons como bons são os da atualidade, com tanto progresso e tecnologia. Importante mesmo é saber que, ser imortal, vou partir algum dia. Mas voltarei e tenho certeza de que encontrarei um mundo ainda mais pleno de tecnologia e igualmente, cheio de amor, porque teremos aprendido que somos uma enorme família, reunida em um único lar chamado Terra. Um planetinha, cada dia menor porque cada dia ficamos mais próximos uns dos outros. A tecnologia nos permite isso E para ficarmos bem pertinho uns dos outros, basta abrir nossos corações. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 25.9.2019.

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