As crianças são os seres que Deus manda a novas existências.
Para que não lhe possam imputar excessiva severidade, dá-lhes Ele todos os aspectos da inocência.
Ainda quando se trata de uma criança de maus pendores, suas más ações são cobertas com a capa da inconsciência.
Essa inocência não constitui superioridade real com relação ao que eram antes, não. É a imagem do que deveriam ser.
* * *
Já paramos para pensar que cada criança é um Espírito como nós?
É um outro ser, que retorna à Terra com objetivos muito claros, trazendo uma bagagem rica de diversas experiências anteriores.
Parece estranho, num primeiro momento, pois ela se nos apresenta completamente nova, como um ser que nunca conheceu o que é viver antes.
Precisa aprender tudo, depende de todos e não traz lembranças de um suposto passado.
Se abrirmos a mente um pouco enxergaremos mais uma das grandes propostas do Criador para nossa existência espiritual.
Trata-se do projeto de renovação chamado reencarnação.
Cada vez que tornamos a habitar um planeta precisamos estar com a roupagem adequada. Um novo corpo, que moldamos de acordo com nossas possibilidades e necessidades.
Nesse projeto de renovação está incluso o esquecimento do passado, para que nada atrapalhe os novos planos.
Incluído também o mecanismo minucioso que nos permite retornar à carne, que vai desde a fecundação dos gametas, passando pela importante gestação, até chegar ao nascimento propriamente dito.
Sem exceção, todos chegamos nas encarnações como bebês. Um corpo pequeno, delicado, frágil. Incapaz de sobreviver sozinho. Sempre dependerá de alguém que o cuide.
Aí vemos uma das grandes lições da reencarnação: já dependemos de alguém, nossa vida esteve nas mãos de outras pessoas e elas possibilitaram que chegássemos onde estamos hoje.
Poucos não nos encantamos com os bebês. Eles inspiram amor, carinho, cuidados, naturalmente.
Imaginemos se retornássemos à Terra crescidos, adultos, cheios de costumes, vícios e pensamentos pré-formatados, sem necessidade dos aprendizados básicos, sem depender de outros, como seria difícil, ou até, impossível, esse projeto grandioso do Criador.
Ainda, durante os primeiros sete anos de vida, em especial, temos outro projeto extraordinário – a infância.
A delicadeza da infância nos torna brandos, acessíveis aos conselhos da experiência e dos que nos devem fazer progredir.
Nessa fase é que se pode reformar os caracteres, trabalhando os maus pendores e reforçando as tendências positivas.
Há algo de mágico na infância, pois de certa forma ela representa a imagem do que deveríamos ser. Não nos referimos aos aspectos da inexperiência ou falta de conhecimento das coisas, mas sim à pureza de alma.
A infância exala singeleza, simplicidade, uma certa inocência...
É o Criador nos mostrando o perfil do futuro. Uma parte do que deveremos nos tornar tão logo aprendamos a amar.
Percebamos os projetos do Criador para nós. Percebamos quanto somos importantes e todo o cuidado que recebemos para que nossa evolução possa acontecer.
Redação do Momento Espírita, com base na questão
384, de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. FEB.
Em 17.9.2019.
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