quinta-feira, 26 de setembro de 2019

AMIGO INCOMPARÁVEL

HERMÍNIO CORREA DE MIRANDA
Quanto vale um amigo? 
Por vezes, afirmamos que tudo na vida tem um preço. Quando pensamos dessa forma, utilizamos moedas, cédulas e títulos monetários na aquisição do que desejamos. Logo descobrimos, no entanto, que podemos comprar objetos, coisas, atendermos muitos dos nossos desejos. Mas, não podemos comprar um amigo. Porque amigo é alguém muito especial. É alguém em quem se confia, a quem se entrega a vida, a alma. O amigo é de tal forma precioso que, ao se examinar as vidas de pessoas que se destacaram no mundo, sempre descobrimos alguém que lhes dispensou a amizade doce e pura. Lendo a vida do grande Apóstolo dos gentios, Paulo de Tarso, encontramo-la recheada de amigos. Ananias, o perseguido do ainda orgulhoso Saulo, é quem lhe devolverá a visão, em Damasco e se tornará seu amigo. Amigo de tal forma sincero que, mesmo sob tortura, não revelará aos inimigos do jovem de Tarso, onde ele se encontra. Gamaliel, o que fora seu mestre em Jerusalém, é quem o acolhe, depois de seu retorno de Damasco. É quem o aconselha a um período de retiro para meditação e amadurecimento, antes de se entregar à divulgação da Boa Nova. É quem lhe confia os manuscritos das anotações de Mateus, presente do Apóstolo Pedro, e que lhe deveriam servir de credencial quando Paulo se apresentasse ao velho Apóstolo, na Casa do Caminho. Áquila e Prisca são amigos que o acolhem no oásis de Dan, para onde segue o convertido de Damasco e onde permanecerá por largo período. Foram amigos fiéis até o fim. Companheiros de muitas lutas e andanças, também eles identificados com os ensinos do Cristo. O Evangelista Lucas é outro amigo. Com seu trabalho, concretiza o plano de Paulo de ir à Macedônia, pois lhe custeia a viagem. Nos anos finais de Paulo, será ele o esteio moral e até físico, vivendo ambos sob o terror implantado por Nero, em Roma. Paulo registra sua presença na Epístola a Timóteo, a segunda, poucas semanas antes de ser decapitado: Só Lucas está comigo.
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Ninguém pode dispensar um amigo que é sustentáculo, apoio. Significa afeição, oásis no deserto, água refrescante ao sedento. Por isso, agradeçamos a Deus pelos amigos que temos. Eles representam, em síntese, uma parcela do amor de Deus que se expressa em forma humana, na face da Terra. Mas acima e além de tudo, não nos esqueçamos de um amigo incomparável. Ele se chama Jesus. Cristo é um amigo à parte. Nenhum outro que a Ele se iguale. Os amigos terrenos lançam raízes nos corações, mas acima de todos eles, se encontra Jesus, incomparável, indiscutível. Não O esqueçamos, jamais, nas sombras das nossas noites de amargura ou na claridade radiosa dos nossos dias de alegria.
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Jesus lecionou e viveu a amizade. Suas foram as palavras: Ninguém tem maior amor que o daquele que dá a sua vida por seus amigos. Também disse: Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu pai eu vos tornei conhecido. Aprendamos com Ele, nosso Modelo e Guia.
Redação do Momento Espírita, com base no livro As marcas do Cristo, v. 1, cap. 4, de Hermínio Miranda e no Evangelho de João, cap. 15, vers. 15. 
Em 26.9.2019.

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