quinta-feira, 14 de setembro de 2017

OS DOIS MONTES

ESPÍRITO AMÉLIA RODRIGUES
No ano 100 a. C., foi edificada a fortaleza de Massada, nome derivado desse imenso planalto na Cordilheira da Judeia. Toda a região era árida, o clima hostil e ardente. Poucas vezes, as chuvas amenizavam o tormento das pedras calcárias que os ventos e as poucas torrentes cavavam, produzindo abismos. O deserto da Judeia pode ser comparado a muitos sentimentos humanos, nos quais não brotam as delicadas expressões da gentileza, do amor, da compaixão ou da solidariedade. Na solidão do deserto são inevitáveis a morte ou a comunhão com a Divindade. Após a queda de Jerusalém, algumas centenas de pessoas buscaram abrigo em Massada. Então, oito mil soldados sitiaram a fortaleza. Depois de vários meses, conseguiram penetrar a forte muralha. Mas, as novecentas e setenta pessoas, entre crianças, mulheres e homens haviam sido mortas e o autor se suicidara. Tudo para não se renderem aos romanos. Sobreviveram à tragédia duas mulheres e cinco crianças, que se esconderam, e mais tarde narraram o acontecimento pavoroso. Massada passou para a História como o triunfo, a vitória da liberdade sobre a escravidão, pela prática generalizada de crimes de homicídio e suicídio. 
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Na fértil e verde Galileia existe um monte de menor altura de onde se contempla o mar generoso e rico de peixes. A natureza ali é alegre, as flores desabrocham. Tudo fala de vida social pacífica, de amizade, de lutas e de esforços para a sobrevivência no dia a dia existencial. O rio Jordão é o responsável por aquele abençoado mar, que as barcas atravessam de um lado para o outro entre as inúmeras cidades que o embelezam, como pérolas num colar. Nesse local, Jesus ensinou as mais valiosas lições da Sua doutrina. As bem-aventuranças tornaram-se o hino internacional de beleza e de misericórdia, de vida exuberante e de esperança, de emoções sublimes e de venturas. O poema tomou conta das mentes e dos corações dos simples em espírito, dos mansos e pacíficos, dos esfaimados e sedentos de paz e justiça, dos misericordiosos, dos perseguidos. Aquela região é abençoada pela beleza e pelo perfume de uma quase eterna primavera, com lembranças felizes e alegrias renováveis. No monte das bem-aventuranças o verde continua e a suave melodia, que ali foi cantada, permanece engrandecendo as vidas que se movem em sua volta como símbolo de grandeza do amor. Ali foram estabelecidas as bases éticas e morais da doutrina de Jesus. Nunca mais se ouviu nada que se igualasse ao que ali foi apresentado. Na sociedade terrestre existem pessoas que fazem recordar Massada, temida e detestada, dominadas pela força bruta e pela ambição desmedida. Também existem pessoas que são semelhantes às paisagens do outro monte, o das venturas excelsas, da generosidade ímpar, da renúncia e da abnegação, do sacrifício da própria vida em favor do seu irmão. Massada continua ardente quase sempre ou gelada nos dias frios do inverno. O monte esperança permanece agasalhador e vital para o ser humano, ameno e gentil, evocando o amor. O que somos nós: o monte árido ou o monte da esperança? Pensemos nisso. 
Redação do Momento Espírita, com base na mensagem Dois montes, dois destinos, pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de Divaldo Pereira Franco, em 28 de janeiro de 2014, em Jerusalém, Israel. Em 13.9.2017.

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