sexta-feira, 22 de setembro de 2017

O MANACÁ

O manacá é uma planta conhecida da Mata Atlântica e espalhada por todo o Brasil. Ela se adapta bem aos solos pobres, por isso mesmo recomendável para o povoamento de áreas devastadas. Possui considerável valor ornamental, podendo ser usada em maciços ou isoladamente, na composição dos jardins. De um modo geral, a coloração das flores ao abrir é branca, alterando depois para o lilás e o roxo-violáceo. Um manacá em flor proporciona um verdadeiro show natural, que merece admiração. Possivelmente por esse motivo aquele projeto de árvore, miúdo, baixinho, nos chamou a atenção. Na sua pequenez, apresentava-se carregado de flores. Não se sabia, de imediato, se era um arbusto florido ou um ramalhete de flores coloridas que alguém plantara na terra. Ele mostrava todo seu viço ao sol da manhã e nos detivemos alguns minutos contemplando-o. Como podia aquela árvore minúscula assim se mostrar rica de flores? Ela mal colocara o caule reduzidos centímetros acima do solo... E, olhando-o, entre o espanto e a admiração, é como se ouvíssemos o manacá nos dizer: Eu sou um manacá. Fui plantado para florir, para embelezar este lugar. Então, veja o que eu fiz. Eu floresci. Não importa que eu seja minúsculo, eu fiz a minha parte, eu cumpri a minha missão. Sou flores, cores, beleza.
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Deveríamos ser como o manacá: atender nossa missão, não nos considerando pequenos, ou inúteis. Importante é que façamos aquilo para o qual viemos para este mundo. Ou seja, progredir. E para progredir temos que estudar, reflexionar, ler, meditar. Aprender e executar. Realizar a parte que nos toca no concerto da Criação. Viemos ao mundo para cumprir um plano. E ninguém é pequeno demais para atender o que lhe foi estabelecido ou escolheu, por vontade própria, antes de nascer. Podemos não conquistar o primeiro lugar no curso em que nos matriculamos, mas podemos conclui-lo com honra, extraindo dele o melhor. Podemos não ser o funcionário número um em desempenho, mas podemos realizar a função que nos cabe com seriedade, disciplina, da melhor forma que nos permitam nossas habilidades. Podemos não falar várias línguas mas podemos utilizar palavras preciosas do nosso idioma, como obrigado, por favor, é possível? Podemos não ter o QI mais elevado da equipe profissional, mas podemos desenvolver a consciência do dever retamente cumprido. Podemos ser os únicos a atravessar a rua na faixa de pedestres, a ceder nosso lugar no coletivo a quem reconhecemos ter alguma dificuldade na sua mobilidade. Podemos ser os únicos a cumprir todos nossos deveres, a pagar todas as nossas contas, a honrar nossos compromissos. Podemos, enfim, ser como o manacá. Um ser minúsculo que acredita não será jamais notado. Mas, exatamente imitando-o, podemos surpreender a quem se aproxime de nós pela nossa gentileza, nossa disposição de servir, nossa vontade de ajudar. Permitamos, pois, que qualquer que se nos aproxime receba o perfume da nossa boa vontade, as cores da nossa fraternidade, a beleza da nossa solidariedade. Pensemos nisso. Sejamos no mundo, o manacá minúsculo, na aridez das pedras, explodindo em cores e perfumes, embelezando as veredas, surpreendendo as pessoas. 
Redação do Momento Espírita. Em 21.9.2017

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