Família Jacó do Bandolim Sérgio, Adylia, Jacob e Elena |
É comum nos darmos conta do valor de quem conviveu próximo a nós, quando essa pessoa realiza a sua viagem para o Grande Além.
É como se de repente tudo o que ela representava nos assomasse à memória, numa sucessão de cenas.
É o momento em que temos, ao lado do sentimento de perda física, um misto de arrependimento por não termos usufruído um tanto mais daquela presença.
E, na medida que ouvimos comentários de outros a respeito dos benefícios realizados por aquele que se foi, da influência salutar de sua vida em outras vidas, mais aumenta esse sentimento de quem perdeu alguém muito precioso.
Alguém que nem sabíamos que nos faria tanta falta.
Possivelmente, iremos recordando e repassando uma vez, e mais outra, os momentos vividos ao seu lado, os conselhos recebidos, as histórias ouvidas.
E, ao lado do arrependimento por ter deixado passar tantas oportunidades, uma leve tristeza nos toma a alma.
Uma saudade dolorida se instala.
Talvez sentindo exatamente isso, é que aquele compositor escreveu:
Naquela mesa ele sentava sempre e me dizia o que é viver melhor.
Naquela mesa ele contava histórias que hoje na memória eu guardo e sei de cor.
Naquela mesa ele juntava gente e contava contente o que fez de manhã.
E nos seus olhos havia tanto brilho que mais que seu filho eu fiquei seu fã.
E descrevendo a dor da ausência, continua nos versos seguintes:
Eu não sabia que doía tanto uma mesa num canto, uma casa e um jardim.
Sim, todo lugar que olhamos, grita a ausência daquela presença que conferia um toque especial a cada recanto.
A mesa, materialmente falando, é a mesma. No entanto, falta-lhe brilho, porque o amigo, o familiar, o amado não está ali.
A casa, o jardim tudo pode continuar a ser conservado, cuidado. Mas tiveram diminuídos seus valores porque quem os abrilhantava, não mais se faz presente.
É a ausência do riso, da fala, da alegria, da voz.
Conforme o inspirado compositor:
Hoje ninguém mais fala do seu bandolim...
Naquela mesa está faltando ele e a saudade dele está doendo em mim.
* * *
A saudade é recíproca. Quem fica a sente intensificar a cada dia. E quando pensa que não poderá doer mais, descobre que o peso daquela ausência ficou muito maior.
Por outro lado, os que partem também sentem saudades. Saudades do ninho onde foram felizes, das brincadeiras com os filhos, dos mil nadas do matrimônio, que fazem a grande diferença.
Eles, de certa forma, se ressentem, quando nos visitam, nos abraçam, nos enviam todo o seu amor em vibrações e nós não os percebemos.
Nunca será demais insistirmos em como se faz de importância, nesse mundo de transitoriedades, usufruirmos da companhia dos amores, enquanto estamos a caminho com eles.
Gravar na retina da alma os momentos de felicidade. Os primeiros passos do filho, as alegrias das festas em família, o aconchego do lar.
Pensemos nisso e não percamos essas oportunidades que enchem a alma, hoje. E, amanhã nos servirão para abrandar a imensa saudade das ausências...
Redação do Momento Espírita, com citação de versos
da música Naquela mesa, de Sérgio Bittencourt.
Em 5.9.2017.
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