Sobretudo por partir da boca generosa de homem conhecido por sua dedicação ao semelhante.
Desejaria, acaso, assinalar que para conquistá-lo se faz necessário suar sangue?
Estaria se referindo àqueles que, de forma impiedosa, exigem de seus subordinados horas intermináveis de trabalho, que os exaurem, como se lhes retirassem o precioso líquido que lhes corre nas veias?
Ou estaria pensando naqueles desonestos que extraem sua riqueza da desgraça de seu semelhante?
Indagando a esposa, tão dedicada ao bem quanto ele próprio, ouvimos a explicação.
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| Leopoldina Araújo |
Interessante alegoria.
O sangue é um dos componentes mais vitais do nosso corpo, atuando como um complexo sistema de transporte, regulação e defesa.
Suas funções são abrangentes e essenciais para a manutenção da vida.
É como um rio em nosso organismo, garantindo que cada célula receba o que precisa e que os resíduos sejam eliminados.
Também atua como a linha de frente do nosso sistema imunológico e de cicatrização.
Os glóbulos brancos circulam, identificando e atacando vírus, bactérias, fungos e outros invasores.
O plasma transporta anticorpos, que neutralizam agentes estranhos.
Por sua vez, as plaquetas e as proteínas de coagulação são essenciais para estancar sangramentos.
Trabalhando juntas, formam um coágulo, vedando a ferida e evitando a perda excessiva de sangue.
Demo-nos conta, então, de que aquele filantropo sabia exatamente o que representava ter uma grande fortuna.
Hildebrando Araújo, o criador da frase, distribuía fartamente seus bens.
Não só os quinze irmãos de sua esposa, mas também inúmeros filhos de conhecidos e desconhecidos do interior do Estado, encontraram um lar em sua residência, um castelinho, em zona privilegiada da capital curitibana.
O dinheiro, circulando, sem parar, lhes pagou os estudos, enquanto recebiam apoio moral e incentivo para seu próprio crescimento.
Viúva, a esposa preocupou-se em assegurar que a vitalidade do dinheiro não estagnasse.
Em testamento, repartiu os bens, recordando de familiares, mesmo distantes.
Contudo, uma parte foi delegada a uma instituição benemérita a fim de que criasse uma fundação para oferecer a meninos e meninas, em situação de risco, a possibilidade de cursos profissionalizantes.
Algo que os guindasse à condição de cidadãos honrados, garantindo o seu sustento e contribuição salutar à sociedade.
Dessa maneira, honrou a frase do marido:
-Dinheiro é sangue.
Precisa circular para manter a vida, para oxigenar as artérias de um mundo necessitado de produção e paz.
Precisa circular para garantir que cada célula da sociedade receba o seu quinhão, em termos de oportunidade de crescimento.
Como um rio generoso, precisa auxiliar a impedir o avanço do mal, criado pelas bactérias da ociosidade e pelo vírus da hora vazia.
Dinheiro é sangue. Tem que circular, transformando bolsões de miséria e dor em bênçãos de vida frutífera.
Redação do Momento Espírita, com dados da
vida do casal Hildebrando e Leopoldina Araújo.
Em 19.09.2025


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