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Augusto Cury |
-Como assim, com sementes? - Diria nosso espanto.
Sementes são preciosos repositórios de produção, de multiplicação.
Mas foi exatamente com sementes que um Mestre inigualável produziu chamas que jamais se extinguem.
Se usasse lenha para fazer uma fogueira, depois de consumida a madeira, nada mais restaria.
Teria oferecido calor, brilho, iluminação por um período que poderia ser breve ou um pouco mais longo.
Por isso, Ele resolveu usar sementes para atear fogo à Terra.
Ele se chamava Jesus.
Viera das bandas de Nazaré, e alterou a face do mundo de tal sorte que, até hoje, surpreende.
Numa época em que a imprensa não existia, nem as mídias sociais, nem sofisticados instrumentos de comunicação, Ele se serviu da Sua voz, do Seu exemplo para espalhar as Suas sementes.
Seu objetivo era atear fogo nas mentes, nos corações.
Pensava a longo prazo.
Ele não tinha pressa, semeava por onde passava.
Nem todas as sementes frutificavam de imediato.
Ou, como Ele mesmo falou, produziam segundo sua qualidade, a trinta, sessenta ou cem por cento.
Nunca se preocupou com os aplausos do mundo, com as labaredas momentâneas de soluções imediatistas.
Sabia que o plantio requer paciência.
A semente cai na Terra, adormece na escuridão do solo.
No tempo certo, brota, e cresce, produz copa frondosa, folhas e frutos.
Ele subiu a um monte e despejou sementes de luz e sabedoria.
Os que O ouviram se inebriaram.
Porém, não falou para Seu tempo, com exclusividade.
O vento da paixão das almas levou as Suas sementes para os mais longínquos lugares, transformando vidas.
Algumas, de imediato.
Pescadores deixaram suas redes e foram realizar a pescaria no oceano das almas.
Como Ele, saíram a distribuir sementes de paz, de liberdade, de amor a todos os campos.
Ele não desejou transformar Seus seguidores em heróis, para as honras do mundo.
Nem exigia o que não podiam oferecer.
Por isso, nada cobrou de qualquer deles. Conhecia a fragilidade humana.
Abandonado na hora da prisão, negado por um amigo, traído por outro, jamais retornou para acusar ninguém.
Ressurgindo da morte, demonstrou que a vida é imperecível.
E voltou para fortalecer os que haviam ficado receosos, na Terra.
Com Sua ressurreição, depositou nas almas dos Seus seguidores a certeza imorredoura da vida imortal.
As sementes que plantou criaram raízes profundas, fortes, que nem a perseguição, nem a tortura nem a morte tiveram a capacidade de abalar.
Os Seus seguidores mudaram a face do mundo.
Jesus foi a fagulha que nasceu numa gruta, cresceu numa região desprezada, foi silenciado pela cruz, incendiou a história humana.
As sementes que espalhou continuam incendiando o mundo, com ideias de amor, fraternidade, vitória sobre si mesmo.
As lágrimas, o sangue e a dor dos Seus seguidores se tornaram precioso adubo para o cultivo de nova safra de sementes.
Jesus, Divino e Sábio semeador de chamas imperecíveis.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 2,
do livro O Mestre da sensibilidade, da coleção Análise
da Inteligência de Cristo, de Augusto Cury, ed. Academia
de Inteligência.
Em 19.06.2025
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