quarta-feira, 21 de maio de 2025

O CÉU QUE NOS PROTEGE

Para onde vão os amores que partem para a pátria espiritual, deixando-nos uma grande saudade n´alma? 
Será que continuará a olhar por nós? 
Ou, envolvido em outras tarefas, esquecerão os amores deixados na Terra? 
Com certeza, muitos de nós nos questionamos a respeito. 
Mas, Rose, grávida de oito meses, estava, naqueles dias, preparando-se para receber seu bebê. 
E não havia espaço, em sua mente para outra coisa. 
O bebê, tão aguardado, logo nasceria. 
Subitamente, contudo, ele deu sinais de problemas cardíacos. 
A apreensão dos médicos inquietou ainda mais a jovem mãe.
Disseram-lhe que as possibilidades do seu filho viver eram limitadas.
Durante as vinte e quatro horas seguintes, médicos e enfermeiras permaneceram de vigília. 
As condições do feto pioraram e a opção foi induzir o parto. 
Rose deu à luz um menino e ficou esperando pelos prognósticos.
Observava as enfermeiras irem e virem, ouvia o som das máquinas, sentia o cheiro de desinfetante. 
Por fim, dominada pelo cansaço, ela dormiu. 
O capelão do hospital foi chamado pela equipe médica, tendo em vista a preocupação com o pequenino, que poderia morrer a qualquer momento. 
O padre veio e, na sua opinião, pensou que o melhor seria a criança ser encomendada a Deus, a fim de que seu Espírito pudesse ser recebido pelos anjos, na Espiritualidade. 
E assim o fez. 
Enquanto isso, Rose teve um sonho. 
Seu tio Patrick, desencarnado há muitos anos, ele apareceu. 
Ela não conseguiu apreender detalhes. 
Mas o rosto do tio, sereno, ficou fixado em sua memória. 
Também a mensagem de esperança: 
-Não se preocupe. Seu filho ficará bem. Vai dar tudo certo. 
Quando Rose acordou, seu coração estava apaziguado. 
Uma grande serenidade a envolvia, pensando na frase alentadora que ouvira de seu tio. 
Então ela viu o padre e ficou aterrorizada. 
Seu filho teria morrido? 
O sacerdote deve ter percebido a sua inquietação, pois falou rápido:
-Minha filha, agarre-se à esperança. Orei por seu filho e até resolvi batizá-lo. Como não sabia como chamá-lo, eu o chamei de Patrick. Espero que não se importe. 
Quando ela ia abrir a boca para relatar o sonho com seu tio, um médico adentrou o quarto e deu a informação de que a situação da criança se estabilizara. 
-Ele deverá vencer uma crise! – Afirmou, otimista. 
Rose suspirou, aliviada. 
Foi até o berçário e olhou para o seu bebê, dormindo na incubadeira.
O pequeno peito subia e descia, no ritmo do coração. 
Ela coloriu seu rosto no vidro e sussurrou: 
-Patrick, meu filho, vai dar tudo certo. 
* * * 
A morte não rompe os vínculos do afeto. 
E, mais do que imaginamos ou podemos ter consciência, os seres amados continuam a nos proteger. 
Muitos se tornam deles, com aquiescência divina, zelosos protetores dos seus amores. 
Pensemos nisso e luarizemos a grande noite da saudade enviando aos seres nossos queridos preces de fortalecimento, de gratidão, de ternura. 
Redação do Momento Espírita, com base em história do livro Pequenos milagres , v. II, de Yitta Halberstam e Judith Leventhal, ed. Sextante. 
Em 21.05.2025

Nenhum comentário:

Postar um comentário