quarta-feira, 28 de maio de 2025

SÓCRATES E A IMORTALIDADE DA ALMA

Sócrates e a Imortalidade da alma No ano 399 a.C., quinhentos e um membros do Tribunal dos Heliastas, da democrática cidade grega Atenas, reuniram-se para o julgamento do filósofo Sócrates. 
O pensador era acusado de recusar os deuses do Estado e de corromper a juventude. 
Figura muito controversa, Sócrates era admirado por uns, criticado por outros. 
Tinha costume de andar pelas ruas com grupos de jovens, ensinando-os a pensar, a questionar seus próprios conhecimentos sobre as coisas e sobre si mesmos. 
Desenvolveu a arte do diálogo, a maiêutica, o momento do parto intelectual, da procura da verdade no interior do homem. 
Seus dizeres só sei que nada sei representam a sua sabedoria, reconhecendo que precisava aprender, buscar a verdade. 
Por isso foi sábio. 
Seus exemplos de conduta moral são inigualáveis. 
Frente a seus acusadores, foi capaz de deixar lições importantíssimas, como quando afirmou: 
-Não tenho outra ocupação senão a de vos persuadir a todos, tanto velhos como novos, de que cuideis menos de vossos corpos e de vossos bens do que da perfeição de vossas almas. 
Ele foi condenado à morte. 
A maioria esperava que ele procurasse negociar sua pena, assumindo o crime, e tentasse livrar-se da punição capital, com pagamento de algumas moedas. 
Com certeza, todos sairiam com as consciências menos culpadas.
Todos menos Sócrates, que de forma alguma permitiu-se ir contra seus princípios de moralidade. 
Assim, aceitou a pena imposta.
Preso por cerca de quarenta dias, teve chance de escapar, dado que seus amigos conseguiram uma forma ilícita de dar-lhe a liberdade.
Não a aceitou. 
Não permitiu ser desonesto com a lei, por mais que fosse injusta a condenação. 
Foram extremamente tranquilos seus últimos instantes na Terra. 
Uma calma espantosa invadiu seu semblante, causando admiração aos que o visitavam. 
Indagado a respeito de tal sentimento, declarou: 
-Todo homem que chega aonde vou agora, que enorme esperança não terá de que possuirá ali o que buscamos nesta vida com tanto trabalho! Este é o motivo de que esta viagem que ordenam me traz tão doce esperança. 
Sócrates tinha a certeza íntima da Imortalidade da alma, e deixou isso bem claro em seus diálogos.
A perspicácia de seus pensamentos e reflexões havia chegado a essa conclusão lógica. 
O grande filósofo partiu, certo de que continuaria seu trabalho, de que prosseguiria pensando, dialogando, e de que desvendaria um novo mundo, uma nova perspectiva da vida, que é uma só, sem morte, sem destruição. 
* * * 
O codificador da Doutrina Espírita perguntou aos imortais: 
-No momento da morte, qual o sentimento que domina a maioria dos homens: a dúvida, o medo ou a esperança? 
Os benfeitores espirituais responderam: 
-A dúvida para os descrentes endurecidos; o medo para os culpados; a esperança para os homens de bem. 
Que possamos nós, como o grego Sócrates, deixar este mundo, de maneira serena, com o coração repleto de esperança. Sobretudo com a inabalável certeza de que apenas mudamos de cenário. 
E assumiremos a nossa Imortalidade, prosseguindo a viver. 
Redação do Momento Espírita, com base no livro O Fédon, de Platão, Coleção Filosofia – Textos nº 4. ed. Porto; no livro Apologia de Sócrates, de Platão, Coleção Aos pensadores, ed. Nova Cultural; transcrição da questão 961, de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. FEB. 
Em 28.05.2025

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