terça-feira, 13 de maio de 2025

MOEDA RARA

Classificamos como raro um objeto, um item que seja difícil de encontrar. 
Algo escasso ou incomum. 
Tratando-se de um livro, torna-se raro porque teve uma edição limitada. 
Ou porque restam poucos exemplares no mundo. 
Um selo torna-se raro por ter sido lançado em evento específico, comemorativo a data importante. 
Ou porque foi emitido com erro, cortado ou carimbado de uma forma diferente. 
Pode ser muito valioso até mesmo por haver vários exemplares em uma única folha. 
Em síntese, ser único ou quase isso. 
Portanto, raro é algo difícil de se obter, pouco ofertado, que dificilmente se encontra. 
Raras são as pepitas de ouro, os diamantes de alta qualidade e as esmeraldas. 
Em se falando de sentimentos, também há um que pode ser considerado raro, desde que não se apresenta em todos os corações.
Chama-se gratidão. 
A gratidão exige retornar no tempo, olhar para trás, viver uma etapa não mais existente. 
Requisita humildade frente às conquistas, o compartilhamento diante da vitória. 
Raros são aqueles que, superadas as dificuldades, conseguem lembrar dos que os ampararam durante as lutas ferrenhas. 
Não importa onde estejamos, sempre haverá aqueles a quem devemos gratidão. 
Aos pais, não importa se, efetivamente, assumiram ou não sua função, devemos-lhe a vida. 
Gratidão por quem nos acordava pela manhã, com a mesa posta, a fim de que pudéssemos ir à escola, alimentados. 
À professora que nos alfabetizou, sem o que os passos seguintes seriam impossíveis. 
Ao conselho do professor, à fala amiga do colega, às orientações de quem estava próximo. 
Podemos imaginar quão diferentes seriam nossos passos se não fossem as ações dessas pessoas? 
É imperioso reconhecermos no outro o quanto ele contribuiu para sermos quem somos. 
Ou para chegarmos aonde nos encontramos. 
Somente o arrogante e pretensioso não consegue encontrar motivos de gratidão. 
Afinal, ninguém se faz sozinho, tampouco dispensa colaboração. 
A gratidão nasce da generosidade do coração quando reconhecemos nossas limitações. 
Quando lembramos do quanto precisamos da ajuda de muitos, a fim de que nossos esforços culminassem em êxito. 
A beleza da gratidão pede que não nos percamos na prepotência de quem se imagina autossuficiente. 
E, do alto das nossas conquistas, recordemos os apoiadores do nosso caminhar. 
Quantos serão? Poucos? Muitos? 
Talvez hoje não mais necessitemos que nos auxiliem, que nos amparem. 
Mas nos merecem gratidão pelo que representaram quando as dificuldades nos alcançaram. Saibamos ser reconhecidos, agradecidos. 
E lhes ofereçamos nossas preces, nosso abraço, nosso carinho. Traduzamos nossa gratidão em gestos constantes, oferecendo a flor preciosa dos nossos mais doces sentimentos. 
Afinal, não somos apenas aquilo que conquistamos com nossos esforços. 
Somos também a somatória de tudo aquilo que colhemos das mãos generosas daqueles que nos acompanharam a jornada, que cruzaram nossos caminhos, que ombrearam problemáticas conosco. 
Gratidão, sempre. 
Não esqueçamos de acionar essa moeda rara. 
Redação do Momento Espírita 
Em 12.5.2025

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