quinta-feira, 29 de maio de 2025

MÉRITO PESSOAL

CAIO JÚLIO CÉSAR
A cada um segundo suas obras, ensinou o mestre de Nazaré, há mais de dois mil anos. 
A frase sintetiza perfeitamente a lei da justiça divina, do ponto de vista moral, e o homem tem recebido, ao longo do tempo, sempre de acordo com suas obras. 
Um professor de tradicional escola era o coordenador de um concurso anual. 
Tratava-se de eleger César. 
Isto mesmo, o imperador romano de tantas glórias. 
O concurso objetivava estimular os alunos a debruçar-se de forma ímpar, sobre a história romana. 
Ano a ano, o concurso, um verdadeiro duelo na área do conhecimento, movimentava professores, pais e alunos. 
César, além da toga romana, recebia a coroa de louros da vitória. 
Sua foto passava a figurar na ala do colégio dedicada aos Césares. 
O coordenador tinha em sua classe um aluno muito problemático.
Indisciplinado, desordeiro, agressivo, era o terror de todos os professores. 
Pois o coordenador resolveu nele investir. 
Falou-lhe de suas potencialidades e o desafiou a ser César. 
O garoto pareceu se modificar. 
Passou a estudar, aplicando-se. 
Tão entusiasmado ficou que o coordenador resolveu lhe dar uma mãozinha. 
Emprestou-lhe um livro, sinalizando, embora sutilmente, o capítulo que ele deveria estudar. 
Seu desejo? 
Que ele ficasse entre os três finalistas para disputar a coroa de louros.
Como ele não conseguiu a classificação, o professor favoreceu-o com uma boa nota, embora indevida, e em detrimento do verdadeiro classificado. 
Ninguém ficou sabendo disso, a não ser a própria consciência de quem agiu incorretamente. 
Mas, no teste oral, perante todos, o professor percebeu que o garoto colava. 
Fingia pensar e consultava apontamentos que trazia presos ao braço esquerdo. 
E somente não venceu porque, percebendo a desonestidade, o professor lhe fez uma pergunta que não constava do capítulo específico. 
O tempo passou. 
Vinte anos depois, aquele ex-aluno, agora rico industrial, pede uma revanche. 
Em sua propriedade, em um final de semana, reúne o velho professor, os colegas de classe e os finalistas da época da adolescência. 
Aqueles mesmos com os quais ele havia disputado o título de César, não alcançando êxito. 
Começa o interrogatório, nos moldes da velha e longínqua escola. 
Os colegas vibram. 
As esposas torcem por seus maridos. 
As crianças, por seus pais. 
Terá o rapaz, homem agora, se preparado de forma digna? 
Saberá mesmo o tema? 
Para tristeza do professor, em meio à inquirição, descobre que seu protegido continuava usando de malícia e desonestidade. 
Através de minúsculo aparelho em seu ouvido direito, as respostas lhe estavam sendo transmitidas por alguém que ele contratara, mediante polpuda soma em dinheiro. 
* * * 
Toda vez que desejes investir em alguém faze-o de forma correta.
Nunca prejudiques a outrem, em nome dessa vontade de auxiliar.
Nunca entregues prêmios, cargos e encargos imerecidos. 
Salutar é o investimento em quem deseja verdadeiramente crescer, melhorar, modificar-se. 
Bom é o investimento em amor, confiança, incentivo. 
Jamais o que privilegia, age com parcialidade, porque então, não estará auxiliando. 
Antes, prejudicando ao alvo dessas atenções. 
A cada um segundo as suas obras. 
Pense nisso. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 31.05.2021

Nenhum comentário:

Postar um comentário