quarta-feira, 31 de julho de 2024

ENQUANTO O AMOR NÃO FAZ MORADA NA TERRA

Dia desses assistimos a um filme e a fala de um personagem nos levou a reflexões profundas. 
Dirigindo complicada operação que tinha como objetivo descobrir o chefe por detrás de um grande esquema de corrupção, envolvendo tráfico de drogas e desaparecimento de pessoas, ele quase não dormia. 
Como ficasse horas intermináveis longe do lar, estando a esposa nas últimas semanas de gestação, providenciou que sua mãe viesse estar com ela. 
Certa tarde, enquanto examinava documentos, junto com os subordinados, tentando decifrar a rota elaborada pelos suspeitos, recebeu uma ligação. 
Era a esposa. 
A voz doce, amorosa, falava que estava providenciando os detalhes finais para a decoração do quarto do bebê. 
Entre os sussurros de amor que ela lhe enviava, perguntou se ele poderia ajudá-la a decidir pela cor das cortinas: verde-claro, azul, amarelinha? 
Qual combinaria melhor com os móveis e a cor da parede? 
Ele foi às lágrimas. 
Em seu cérebro, turbilhonado pelas questões que o envolviam, examinando tantos crimes, diariamente, passou a pergunta: 
-Quem pode ser tão doce, ante o caos que estamos vivendo? Como pode alguém estar pensando, nessa hora, em cor de cortina? 
Essas perguntas, de imediato, nos levaram ao cenário atual em que abundam lançamentos de drones, bombardeios atingindo civis e socorristas, ameaças de ataques nucleares. 
De outra banda, notícias de religiosos nos templos oferecendo orações e cultos pela paz. 
Também eventos on-line, diários, de que participam centenas de pessoas, lendo e comentando os Evangelhos, orando pelas famílias, pela Humanidade, pelos governantes. 
Pensamos: 
Quem, num cenário de tanta agressividade, se preocupa em rever os ditos e os feitos do Mestre de Nazaré? 
Quem pode dedicar-se a orar, ante tantas calamidades? 
E nos damos conta de que são essas criaturas que pregam o bem, que rememoram o amor do Amigo Celeste, que se unem para orar em favor dos outros, que estão amainando o panorama de dor do mundo.
Enquanto ficam minutos ou algumas horas discorrendo a respeito da necessidade da transformação moral do homem, da solidariedade para o bem-estar geral, renovam o ambiente psíquico onde se encontram. 
E enviam boas vibrações para a psicosfera do planeta. 
Quem de nós pode avaliar quantas dessas preces já impediram que algo pior pudesse acontecer?
Quem de nós pode dizer para onde vão todas essas orações pela paz?
Quantas poderão alcançar a mente de um governante, de um dirigente, de um cidadão comum? 
Não se trata de alienados, de desinformados ou tolos. 
Tratam-se de homens que têm a certeza de que vivemos época de muita dor, maldade e cataclismos morais de toda ordem. 
Por isso, a insistência nas lições do Mestre de Nazaré. 
Lições que precisam ser reprisadas milhões de vezes para alcançarem os corações endurecidos. 
E orações para iluminar com vibrações pacificadoras a noite escura da desesperança no planeta. 
Oremos e vibremos pela paz. 
Redação do Momento Espírita 
Em 31.7.2024

terça-feira, 30 de julho de 2024

MAIS FELIZ DO QUE ERA ANTES?

Aquela jovem abriu uma pequena empresa que teve um sucesso meteórico. 
Pouco tempo depois foi adquirida por um conglomerado por valor altíssimo. 
Ela saiu da venda com o suficiente para não precisar mais se preocupar com a subsistência financeira. 
Possivelmente, esse é o sonho de muitos de nós. 
Chovem nas redes sociais as promessas de ganhos imensos em pouco tempo. 
Por vezes, são jovens afirmando que já conquistaram seu primeiro milhão e vendem seus cursos para mostrar como chegar lá. 
Não entrando no mérito se são propagandas enganosas ou não, o que acontece é que o desejo de enriquecer está presente. 
A jovem que passou pela experiência de sucesso repentino tem um depoimento curioso: 
-É ótimo poder viajar e fazer o que eu sempre quis fazer. Mas o estranho é que, depois que me recuperei da emoção de ganhar todo aquele dinheiro, as coisas mais ou menos voltaram ao normal. Quer dizer, tudo está diferente. Comprei uma casa nova e tudo mais. Mas no geral acho que não estou muito mais feliz do que era antes.
Interessante observar que esse sentimento não é apenas dela. 
Em diversos estudos realizados com ganhadores de loteria, encontra-se idêntico resultado. 
Depois de um tempo tudo volta ao padrão de antes, no que diz respeito ao seu estado emocional. 
Por outro lado, vemos relatos de pessoas que enfrentaram catástrofes, grandes flagelos ou viveram anos em enfermidade. 
Da mesma forma, depois do acontecido, depois do desespero e sofrimento naturais do processo, as coisas parecem voltar a uma normalidade. 
Com algumas exceções, naturalmente. 
Alguns ramos da ciência, ao estudar esse fenômeno humano, se atrevem a lhe dar nome. 
Falam em adaptação, ou adaptação hedônica, que é a capacidade que temos de nos moldar, de nos adaptar às mudanças. 
Isso vem de nosso instinto de conservação. 
Precisamos nos adaptar para poder sobreviver. 
Os estudos mostram também que o que faz com que as pessoas saiam mais ou menos felizes de cada situação tem menos a ver com a situação em si, isto é, com os acontecimentos externos, e muito mais com o estado mental de cada um ao passar por ela. 
Assim, poderemos ser mais felizes depois de um grande ganho financeiro?
Poderemos. 
Não pelo ganho em si, mas pelo nosso estado mental perante o fato.
Primeiramente, a questão será no que nos tornaremos com essa experiência. 
Quais serão as propostas de vida; que uso faremos desses recursos.
Se serão apenas para nosso próprio bem ou pelo bem comum; se serão veículo do bem ou apenas satisfação de nossos caprichos pessoais. 
Se forem apenas para acúmulo próprio, para satisfazer nosso egoísmo, nossa preguiça e reforçar a vaidade, nada mudará na vida.
Ou poderá mudar para pior. 
Assim, antes de colocarmos para nós esse tipo de sonho, pensemos bem na responsabilidade. 
Pensemos que o foco da vida não está no conforto material que é meio e não finalidade. 
Se não estivermos preparados, a riqueza, mesmo relativa, é prova demasiado arriscada. 
Caso nos chegue, saibamos usá-la com sabedoria e bondade.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 2, do livro A Arte da Felicidade, de Dalai Lama e Howard C. Cutler, ed. Martins Fontes. 
Em 30.07.2024.

segunda-feira, 29 de julho de 2024

A MAIOR PENALIDADE

José Martins Peralva
Ela aderira à carreira militar pelo desejo de fazer a diferença e alcançara a patente de Primeiro-tenente. 
Seu intuito era servir onde e quando fosse necessário. 
Então, foi enviada ao Oriente Médio.
Encontrou ali a oportunidade que desejava. 
Com apoio dos superiores, organizou uma escola, especialmente para instrução de meninas. 
Ensiná-las a ler, a descobrir o tesouro das letras e ter a oportunidade de conhecer outras realidades, através das páginas impressas, a deixava feliz. 
Certo dia, no entanto, um ataque violento alcançou a escola e Ana, tentando salvar duas crianças, de dez e treze anos, se evadiu do local. 
Eram suas alunas, órfãs, que ela aprendera a amar. 
Saiu a correr na direção oposta das bombas que explodiam. 
Quando se imaginaram quase a salvo, tiveram o passo cortado por uma viatura e foram feitas prisioneiras por membros do mesmo esquadrão que promovia o ataque à escola. 
Somente dias depois, as três foram resgatadas. 
Estavam bastante machucadas, vítimas de tortura. 
Para os homens da equipe de resgate, foi terrível ver o estado das crianças e da jovem. 
Para grande surpresa, descobriu-se que uma das promotoras de todo aquele horror era uma professora que, durante meses, lecionara na escola, conquistando a confiança de todos. 
O comandante da Primeira-tenente, preparando-a para retornar para sua casa, teve oportunidade de perguntar-lhe que castigo deveria receber aquela mulher, se ela pudesse decidir-lhe o destino. 
-Penso que ela deva ser responsabilizada por toda a maldade que promoveu: mortes, tortura. 
-Mas como? – Continuou a indagar o superior. 
-Com certeza não sou eu quem deve decidir a sua sentença. Para isso, existem os tribunais. Somente desejo que ela viva. 
-Viver? Essa seria a penalidade para ela? 
-Sim, respondeu Ana. A penalidade dela deve ser viver para ver o que o futuro reserva de bom para sua nação. Como a situação se haverá de modificar, havendo mais compreensão entre as pessoas, menos preconceito, mais liberdade. Ela deverá constatar que seu ódio não conseguiu destruir o mundo novo que já se está construindo, graças aos que vibram e desejam o bem. 
O comandante a olhou e simplesmente comentou: 
-Você é incrível!
* * * 
Perdoar a quem promove o mal é próprio de almas nobres que reconhecem que o agressor é um infeliz, pela própria desdita que ocasiona. 
Trata-se também de uma decisão de felicidade pessoal porque quem não perdoa fica ligado ao adversário, pelas faixas escuras do pensamento rancoroso. 
Quem não perdoa, insistindo na mágoa raivosa, permite se estabeleça, entre a sua e a mente do adversário, uma ponte, através da qual circulam as vibrações do ódio e da vingança. 
Quem não perdoa, fica carregando sombra e dor. 
Tudo isso ocasiona mal estar e provoca enfermidades. 
Por sua vez, quem perdoa, liberta o coração. 
Quem perdoa dissolve o rancor nas águas puras da compreensão. 
O ódio estabelece grilhões entre as pessoas, aprisiona, infelicita. 
O perdão liberta. 
Felizes sejamos em exercitar o perdão que começa não desejando mal a quem nos faz o mal. 
Meditemos a respeito. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 24, do livro O pensamento de Emmanuel, de Martins Peralva, ed. FEB. 
Em 10.8.2020.

domingo, 28 de julho de 2024

O MAIOR MILAGRE

AMÉLIA RODRIGUES(espírito)
e
DIVALDO PEREIRA FRANCO
Durante Seu ministério, entre os homens, Jesus não teve repouso. 
As narrativas evangélicas falam dEle percorrendo várias localidades.
Em todos os lugares por onde andava, a multidão corria para vê-lO e ouvi-lO. 
A Sua voz tinha uma entonação especial. 
A Sua compaixão para com os caídos, os enfermos da alma fazia com que eles se aproximassem. 
Como de Suas mãos se desprendiam energias que curavam, libertando infelizes e doentes, o povo estava sempre com Ele. O que mais despertava o assombro das pessoas eram as Suas curas, consideradas milagrosas, pois que não entendiam como Jesus conseguia libertar os cegos das trevas, os paralíticos da sua imobilidade e os perturbados daqueles que os atormentavam. 
A todo lugar que comparecia, Ele era procurado pelas pessoas que desejavam ver mais e mais milagres e prodígios. 
E os fenômenos se multiplicavam: a pesca maravilhosa, a recuperação do paralítico descido pelo telhado, o retorno de Lázaro do túmulo onde estava há três dias. 
Falava-se da multiplicação de pães e peixes, da tempestade acalmada. 
O que as pessoas não estavam se dando conta, na oportunidade, é que o maior fenômeno de todos, Jesus realizava através da palavra. 
Ele era o Semeador e estava semeando sementes de luz. 
Essa claridade jamais haveria de se apagar. 
Ao contrário, iria se multiplicar no transcorrer dos tempos. 
Ele encontrou uma mulher equivocada e lhe falou a respeito do amor verdadeiro. 
Ela se transformou e, seguindo-lhe os ensinos, se tornou a irmã dos desprezados do vale dos leprosos. 
Seu nome era Maria Madalena. 
Fez questão de Se encontrar com a samaritana, no poço de Jacó, e a convidou ao ministério do bem. 
Transformou-a em uma divulgadora do Evangelho. 
Seu nome era Fotina. 
Por onde quer que passasse, quem O ouvisse não conseguia ser o mesmo. 
Mercadores e viajantes, pastores e agricultores, príncipes das sinagogas, soldados e publicanos, todos que O ouviam tinham algum tipo de reação. 
Alguns O seguiam de imediato, outros bem mais tarde. 
Até hoje a mensagem que Ele deixou continua revolucionando as mentes e os corações. 
As ideias que Ele espalhou aos ouvidos das multidões vencem as distâncias e continuam a realizar o fenômeno da transformação moral nos corações dos homens. 
* * * 
O mais importante é sempre invisível aos olhos. 
Isso porque os sentidos físicos, em razão da sua pequena capacidade de percepção, se enganam, perdem detalhes. 
Ainda hoje muitos de nós desejamos ver, tocar para crer. 
Em verdade, é muito importante primeiro crer, para depois ver. 
O maior fenômeno produzido por Jesus, o mais importante é o da renovação do ser, da sua transformação moral para melhor. 
A mensagem essencial, profunda, é aquela que produz o bem, enchendo de paz e sabedoria as criaturas. 
Essa mensagem é a do amor. E Jesus a espalhou como aroma especial pelo mundo. 
Redação do Momento Espírita, com base na mensagem O ministério, pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. 
Em 05.01.2012.

sábado, 27 de julho de 2024

O MAIOR MANDAMENTO

Qual o maior mandamento da Lei de Deus? 
A pergunta era provocativa. 
O doutor da lei buscava desafiar Jesus. 
O que poderia saber a respeito das escrituras aquele homem simples, de origem humilde? 
Ele viera das bandas de Nazaré, a mais insignificante de todas as cidades. 
Poderia vir algo de bom daquela localidade? 
Jesus, profundo conhecedor da alma humana, das Leis de Deus, das leis morais que regem nossas relações, percebeu a intenção do doutor da lei e respondeu incisivo: 
-Amarás o senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda tua alma, e de todo teu entendimento. 
E, com uma pausa breve e significativa, complementou a lição: 
-E amarás o teu próximo como a ti mesmo. 
Tão significativos são estes ensinamentos, que Jesus concluiu a resposta, afirmando: 
-Estes dois mandamentos contêm toda a lei e todos os profetas.
Assim, Jesus nos diz que as Leis de Deus podem ser resumidas em um tríplice aspecto de um mesmo sentimento: amor a Deus, amor ao próximo, amor a si mesmo. 
Tudo o mais, todas as escrituras, os filósofos, os profetas, trazem complementos, análises, reflexões em torno deste grande desafio: amar. 
É o contexto de nossa existência: estamos aqui para aprendermos a amar. 
Algumas vezes, imaginamos ser o amor algo distante. 
E não raro nos perguntamos: 
-Como é amar a Deus? Será que para isso basta louvar-Lhe a existência? Orar, estar em comunicação com Ele será suficiente? Como se pode expressar esse amor: com frases de efeito, com cânticos, poesias? 
É verdade que estes são alguns aspectos de amar a Deus. 
Mas também podemos entender que amá-lO é amar a Sua obra.
Respeitar a natureza, os seres dos reinos animal e vegetal, todas as criaturas de Deus. 
Termos cuidados com as águas e suas nascentes, com o lixo que geramos, com a poluição que fomentamos, também é amar a Deus.
Quanto às pessoas, será possível amar a quem nos causa desconforto emocional? 
Como amar a quem temos desprezo, raiva, desejo de vingança? 
Amar o próximo é oferecer uma melhoria, no nível de sentimentos que temos por ele. 
É minimizar o ódio para gradativamente ir substituindo-o pelo sentimento de amor. 
Amar a quem desprezamos, é observá-lo melhor, constatar seus valores para tê-lo em consideração. 
São pequenos esforços, que constituem exercícios de tolerância, de indulgência, de benevolência, de perdão. 
E por terceiro, nos perguntamos: o que é amar-se? 
Se Jesus nos recomenda amar ao próximo como a si mesmo, é necessário que nos amemos, para poder expressar esse sentimento ao outro. 
Nessa lição, Jesus nos orienta a termos por nós o amor compreensão, o amor aceitação, o amor entendimento, o amor perdão. 
Não se referia Ele a esse amor egoísta, narcisista, egocêntrico.
Conclamava-nos a nos aceitarmos com todas as nossas limitações e nos alegrarmos com nossas conquistas. 
* * * 
Exercitando essa tríplice possibilidade do amor, estaremos aprendendo a mais profunda lição que Deus espera de cada um de nós. 
Estaremos cumprindo o maior dos mandamentos. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 27.5.2015.

sexta-feira, 26 de julho de 2024

O MAIOR LEGADO

Jack Canfield, Mark Victor Hansen
Tudo aconteceu mais ou menos assim, em casa de Clara. 
Eles eram cinco filhos, de idades entre doze a dois anos. 
A mãe era uma pessoa alegre e que nunca estava ocupada demais para eles. 
Ela parava de passar roupa para ajudar em qualquer projeto da escola. 
Ou desligava o aspirador de pó para convocar todos para um passeio no bosque para colher espécimes para o projeto de ciências de algum deles. 
As vidas daquelas crianças eram repletas de divertimento e de amor.
Até o dia em que a mãe reuniu os cincos filhos e lhes contou que tinha um tumor terminal no cérebro e que lhe restava apenas alguns meses de vida. 
Houve soluços, muito choro, lágrimas e mais lágrimas. 
Mas, ela lhes disse que o maior presente que poderiam lhe dar era tocar a vida como se nada estivesse errado. 
Queria que suas últimas recordações fossem felizes. 
E todos concordaram em se esforçar. 
Então, ela morreu e, nas semanas seguintes, a angústia e a dor daquela família parecia algo impossível de se descrever. 
Até o dia em que Clara foi vestir a irmã mais nova para a escola e encontrou um bilhete engraçado que a mãe escondera dentro da meia da menina. 
Era como ter a mãe de volta. 
Nos dias que se seguiram, toda a família virou a casa de cabeça para baixo à cata de mais recados. 
Cada nova mensagem encontrada era compartilhada, lida e relida. 
No Natal, ao tirarem os enfeites do armário, encontraram uma maravilhosa mensagem de Natal. 
Nos anos posteriores, as mensagens continuaram a surgir, esporadicamente. 
Na formatura de Clara, no seu casamento. 
Até mesmo no dia em que nasceu o primeiro filho de Clara, chegou um cartão com uma comovente mensagem. 
Cada filho recebeu esses bilhetes curtos e engraçados, ou cartas repletas de amor, até o último se tornar adulto. 
É que a mãe havia confiado cartas e cartões a amigos, para serem entregues nas datas especiais, aos seus filhos. 
O marido se casou outra vez e, no dia de seu casamento, um amigo lhe entregou uma carta escrita pela esposa, para ser lida pelos filhos.
Ela desejava ao marido felicidades e instruía os filhos a cercarem a madrasta de amor, pois tinha imensa fé de que o pai jamais escolheria uma mulher que não fosse generosa e carinhosa, para com seus preciosos amores. 
* * * 
Com certeza deve ter sido com muita dor que aquela mulher escreveu aquelas cartas para os filhos. 
Também é possível que o tenha feito, em várias oportunidades, de uma forma bem alegre, antevendo a surpresa e a alegria deles, ao recebê-las, no futuro. 
No entanto, o que mais impressiona no seu gesto, são as recordações maravilhosas que ela proporcionou para aquelas crianças, apesar da dor que sofreu, em silêncio, e da angústia que deve ter sentido em saber que logo mais teria que deixar a sua adorada família, para partir para o mundo espiritual. 
* * * 
O verdadeiro amor supera a dor, a angústia e a tristeza. 
Pensa no objeto da sua dedicação, antes que em si próprio. 
Por isso, sobrevive ao tempo, supera a morte e coloca nos corações amados a chama inapagável da alegria e da esperança. 
O verdadeiro amor é sempre bordado de renúncia e dedicação.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Amor de mãe, de Pat Laye, do livro Histórias para aquecer o coração das mães, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen, Jennifer Read Hawthorne e Marci Shimoff, ed. Sextante.
Em 26.9.2014.

quinta-feira, 25 de julho de 2024

A ÁGUIA DAS ASAS PARTIDAS

AMÉLIA RODRIGUES(ESPÍRITO)
E
DIVALDO PEREIRA FRANCO
Ele possuía muitas riquezas. 
Tinha as arcas abarrotadas de ouro e gemas preciosas. 
A juventude lhe sorria e os amigos sempre se faziam presentes nos banquetes. 
Habituara-se a dormir em seu leito de ébano e marfim. 
Dormir e sonhar. 
Em seus sonhos, misturava-se a realidade das tantas vitórias que lhe enriqueciam os dias. 
E um desejo de paz que ainda não fruía. 
Ele amava as corridas de bigas e quadrigas. 
Recentemente comprara cavalos árabes, fogosos. 
E escravos o haviam adestrado durante dias. 
Tudo apontava para a vitória nas próximas corridas no Porto de Cesareia. 
Mas os momentos de tristeza se faziam constantes. 
A felicidade não era total. 
Faltava algo. 
Ao mesmo tempo, ele temia perder a felicidade que desfrutava. 
Por isso, ouvindo falar daquele homem singular que andava pelas estradas da Galileia, O procurou. 
-Bom Mestre, que bem devo praticar para alcançar a vida eterna?
Desejava saber. 
Como desejava. 
A resposta veio sonora e clara: 
-Por que me chamas bom? Bom somente o Pai o é. À tua pergunta, respondo: “Cumpre os mandamentos, isto é, não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honrarás teu pai e tua mãe.” 
-Tudo isso tenho observado em minha mocidade. No entanto, sinto que não me basta. Surdas inquietações me atormentam. Labaredas de ansiedade me consomem. Falta-me algo! 
Então – propõe-lhe a Luz :
– Vende tudo quanto tens, reparte-o entre os pobres. Vem, e segue-me! 
A ordem, a meiguice daquele Homem ecoava em seu Espírito.
Ele era uma águia que desejava alcançar as alturas. 
E o Rabi lhe dizia como utilizar as asas para voar mais alto. 
Pela mente em turbilhão do jovem, passam as cenas das glórias que conquistaria. 
Os amigos confiavam nele. 
Tantos esperavam a sua vitória. Israel seria honrada com seu triunfo.
Sim, ele podia renunciar aos bens de família, mas ao tesouro da juventude, às riquezas da vaidade atendida, os caprichos sustentados...? 
Seria necessário renunciar a tudo? 
A águia desejava voar mas as asas estavam partidas... 
Recorda-se o jovem que os amigos o esperam na cidade para um banquete previamente agendado. 
Num estremecimento, se ergue: 
-Não posso! – Murmura.-Não posso agora. Perdoa-me. 
E afastou-se a passos largos. 
Subindo a encosta, na curva do caminho, ele se deteve. 
Olhou para trás. 
Vacilou ainda uma vez. 
A figura do Mestre se desenha na paisagem, aos raios do luar. 
A Luz parece chamá-lo uma vez mais. 
Indecisa, a alma do moço parece um pêndulo oscilante. 
A águia ainda tenta alçar o voo. 
O peso do mundo a retém no solo. 
Ele se decide. 
Com passos rápidos, quase a correr, desaparece na noite. 
Os Evangelistas Mateus, Marcos e Lucas narram o episódio e dizem como o jovem se retirou triste e pesaroso. 
Nem poderia ser diferente: fora-lhe dada a oportunidade de se precipitar no oceano do amor e ele preferira as areias vãs do mundo.
* * * 
O Divino Amigo nos chama, diariamente, para a conquista do reino de paz. 
Alguns ainda somos como o moço rico. 
Deixamos para mais tarde, presos que ainda estamos a muitas questões e vaidades pessoais. 
É bom analisar o que vale mais: a alegria efêmera do mundo ou a felicidade perene que tanto anelamos. 
Depois, é só optar. 
Redação do Momento Espírita com base no cap. O mancebo rico, do livro Primícias do Reino, pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Sabedoria. Disponível no CD Momento Espírita, v. 12, ed. FEP. 
Em 25.7.2024.

quarta-feira, 24 de julho de 2024

O MAIOR IMPEDIMENTO

CHICO XAVIER

NEIO LÚCIO(ESPÍRITO)
Diz antiga narrativa, que um sacerdote sábio, desejando ensinar o caminho do céu aos crentes que confiavam nele, rogou a Jesus lhe fosse revelado qual o maior impedimento contra a iluminação espiritual. 
De mente limpa, dormiu e sonhou que era conduzido à porta celestial. 
Envolvido em esplendor, um anjo o recebeu, bondoso. 
-“Mensageiro de Deus!” - disse o sacerdote – “Venho rogar a verdade para as ovelhas humanas que me seguem.”
-“Que pretendes saber?” - Perguntou a entidade angélica.
-“Peço esclarecimento sobre o maior obstáculo para a alma, na marcha para Deus. 
Sei que cometemos faltas graves, que aniquilam em nós a graça divina, na ascensão para a luz. 
Entretanto, desejaria explicações mais claras, quanto ao problema do mal, porque nossas faltas variam ao infinito.” 
O Espírito elevado sorriu e considerou:
-“A solução é simples. Quais são as falhas a que te referes?” 
O ministro da fé movimentou os dedos e respondeu: 
-“Orgulho, avareza, ira, gula, inveja e preguiça. Deles nascem as demais imperfeições.” 
O mensageiro respondeu: 
-“No fundo, podemos reduzir todas as faltas a um único problema porque todas as imperfeições procedem de uma fonte única.” 
O sacerdote, curioso, suplicou: 
-“Anjo amigo, esclareça meu entendimento!” 
O emissário da esfera superior, sem qualquer pretensão de superioridade, explicou: 
-“Se o orgulhoso trabalhasse para o bem de todos, não encontraria ensejo de cultivar o orgulho e a vaidade que o levam a acreditar ser o ponto central do universo. Se o avarento conhecesse a vantagem do suor, na felicidade dos semelhantes, não se entregaria ao prazer da posse que o obriga a acumular dinheiro inutilmente. Se o homem inclinado à tentação dos prazeres fáceis aprendesse a utilizar as próprias forças em favor da elevação coletiva, não teria ocasião para prender-se às paixões aniquiladoras que o arrastam ao crime. Se as pessoas irritadiças estivessem dispostas a servir de acordo com os desígnios divinos, não envenenariam a própria saúde com remorsos e angústias injustificáveis. Se o guloso vivesse atento à tarefa construtiva que lhe cabe no mundo, não se escravizaria aos apetites que lhe arruínam o corpo e a alma. E se o invejoso utilizasse a existência, no trabalho digno, não gastaria tempo acompanhando maliciosamente as iniciativas do próximo, complicando o próprio destino... Como vê, a maior das imperfeições, a causa primordial de todos os males, é a preguiça. Dá trabalho edificante às tuas ovelhas e convence-te de que, na posse do serviço, não se afastarão do caminho justo.” 
O sacerdote não teve mais o que perguntar. 
Despertou, instruído, e, do dia seguinte em diante, o povo reparou que ele modificara o tom das suas pregações. 
* * * 
O problema que se destaca na atualidade é o da preguiça.
Empreguismo, facilidade, repouso, amolentamento moral, prazer são condimentos que temperam a preguiça a funcionar qual ferrugem destruidora nas engrenagens do Espírito, corroendo o homem. 
O cristão decidido, a exemplo do seu Mestre, é atuante, adversário natural e espontâneo desse corrosivo odiento, no entanto, muito requerido e bem aceito. 
Quando sentirmos, sem motivos reais, moleza e necessidade de repouso demorado, despertemos e produzamos. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 36, do livro Alvorada cristã, pelo Espírito Néio Lúcio, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB e no cap. 8, do livro Espírito e Vida, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. FEB.
Em 23.08.2018.

terça-feira, 23 de julho de 2024

PARA ONDE NOS CONDUZEM OS SONHOS

Imagem e semelhança de Deus, somos Espíritos imortais. 
Nosso verdadeiro lar é o mundo espiritual. 
Estabeleceu Deus que, criados simples e ignorantes, todos peregrinássemos pelas tantas casas da Sua morada. 
E a lei que determina que tenhamos experiências para adquirir conhecimento e sentimento de excelência, se chama lei de progresso.
Por isso, nascemos e renascemos muitas vezes em diversos mundos.
Como numa gradação vamos do jardim de infância, do bê-à-bá aos bancos universitários, jornadeamos pelos tantos mundos de Deus, periodicamente e por tempos limitados. 
E porque sentiríamos saudades do local de onde viemos, das criaturas com quem convivemos e que nem sempre vêm para o mundo material, na mesma época, criou Deus algo maravilhoso. 
Definiu que teríamos dia e noite. 
Lemos os versos poéticos no primeiro livro bíblico: Deus pôs na luz o nome de dia e na escuridão o nome de noite. 
A noite passou, e veio a manhã. 
Assim temos as horas de trabalho, de estudo, de agitação. 
Para o repouso, adormecemos. 
Dorme o corpo enquanto o Espírito voa livre ao encontro das suas aspirações. 
Tudo o que se passa nesse período do sono reparador das energias físicas, tudo o que recordamos ao reabrir os olhos na carne, se chama sonho. 
O que fazemos quando dormimos depende de cada um de nós.
Vamos ao encontro de outros seres que como nós se libertam parcialmente. 
Encontros de almas viventes. 
Podemos ter amores, amigos reencarnados em outros lugares, distantes. 
Alguns que conhecemos nesta vida, com quem mantemos laços de afeto. 
Ou até criaturas de outras vidas, com as quais nunca mantivemos contato durante a vigília. 
Isso explica por que encontramos e conversamos com pessoas, que reconhecemos durante o sono, mas, ao acordarmos, não sabemos dizer quem eram. 
Podemos ir para junto de companheiros de nível superior. 
Podemos viajar com eles, nos instruir com eles, talvez até colaborar em alguma ação benemérita. 
Se estamos com problemas graves, sofrendo, podemos ouvir exortações, conselhos dos bons Espíritos, daqueles que nos amam, que se interessam por nós. 
Eles nos transmitem bom ânimo, coragem. 
Em certas circunstâncias muito graves, poderão nos abrir o leque de vida ou de vidas anteriores, para nos explicar o porquê dos sofrimentos que ora nos alcançam. 
Podemos ser avisados da nossa desencarnação, de quando se dará e, inclusive, preparados para aquele momento. 
Aproveitarmos muito bem essas horas de repouso físico, depende de cada um de nós. 
O que nos leva a considerar a importância de nos prepararmos para o sono. 
Entregarmo-nos a um sono tranquilo pela consciência pacificada nas boas obras, acendendo a luz da oração. 
Fazermos uma leitura amena, nobre, entregando-nos à proteção dos bons Espíritos. 
* * * 
Ao despertar, busquemos extrair sempre os objetivos edificantes desse ou daquele painel entrevisto em sonho. 
Em tudo há sempre uma lição. 
Busquemos percebê-la, sem fanatismo, nem impetuosidade. 
À noite, sonhamos. 
Preparemo-nos para bons e produtivos sonhos. 
Redação do Momento Espírita, com transcrição do cap. I, vers. 1, do livro bíblico Gênesis e com base nas questões 400 a 412, de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. FEB. 
Em 23.7.2024

segunda-feira, 22 de julho de 2024

PARA O MELHOR AMIGO, O MELHOR PEDAÇO!

Serapião era um velho mendigo que perambulava pelas ruas da cidade. 
Ao seu lado, o fiel escudeiro, um vira-lata branco e preto que atendia pelo nome de Malhado. 
Serapião não pedia dinheiro. 
Aceitava sempre um pão, uma banana, um pedaço de bolo ou outro alimento qualquer. 
Quando suas roupas estavam imprestáveis, logo era socorrido por alguma alma caridosa. 
Mudava a apresentação e era alvo de brincadeiras. 
O mendigo era conhecido como um homem bom que perdera a razão, a família, os amigos e até a identidade. 
Não tomava bebida alcoólica e estava sempre tranquilo, mesmo quando não recebia nada de comida. 
Dizia sempre que Deus lhe daria um pouco na hora certa e, sempre na hora em que precisava, alguém lhe estendia uma porção de alimentos. 
Serapião agradecia com reverência e rogava a Deus pela pessoa que o ajudava. 
Tudo que ganhava, dava primeiro para o Malhado que, paciente, comia e ficava esperando por mais um pouco. 
Não tinham onde passar as noites. 
Onde anoitecia, lá dormiam. 
Quando chovia, procuravam abrigo embaixo da ponte do ribeirão. 
Ali o mendigo ficava a meditar, com um olhar perdido no horizonte.
Aquela figura era intrigante, pois levava uma vida vegetativa, sem progresso, sem esperança e sem um futuro promissor. 
Certo dia, um homem, com a desculpa de lhe oferecer umas bananas, foi bater um papo com o velho mendigo. 
Iniciou a conversa falando do Malhado. 
Perguntou pela idade dele, mas Serapião não sabia. 
Dizia não ter ideia pois se encontraram num certo dia, quando ambos perambulavam pelas ruas. 
-Nossa amizade começou com um pedaço de pão. - Disse o mendigo.Ele parecia estar faminto e eu lhe ofereci um pouco do meu almoço. E ele agradeceu, abanando o rabo e daí, não me largou mais. Ele me ajuda muito e eu retribuo essa ajuda sempre que posso. 
-Como vocês se ajudam? Perguntou. 
-Ele me vigia quando estou dormindo. Ninguém pode chegar perto que ele late e ataca. Quando ele dorme, eu fico vigiando para que outro cachorro não o incomode. 
Continuando a conversa, o homem lhe fez uma nova pergunta:
-Serapião, você tem algum desejo na vida? 
-Sim, respondeu ele. Tenho vontade de comer um cachorro-quente, daqueles que têm na lanchonete da esquina. 
-Só isso? Indagou. 
-É, no momento, só isso que eu desejo. 
-Pois bem, disse-lhe o homem, vou satisfazer agora esse grande desejo. 
Saiu, comprou um cachorro-quente e o entregou ao velho. 
Ele arregalou os olhos, deu um sorriso, agradeceu a dádiva e, em seguida, tirou a salsicha, deu para o Malhado e comeu o pão com os temperos. 
O homem não entendeu aquele gesto, pois imaginava que a salsicha era o melhor pedaço. 
-Por que você deu para o Malhado, logo a salsicha? 
Interrogou, intrigado.
Ele, com a boca cheia, respondeu: 
-Para o melhor amigo, o melhor pedaço. 
E continuou comendo, alegre e satisfeito. 
O homem se despediu de Serapião, passou a mão na cabeça do cão e saiu pensando com seus botões: 
-Aprendi alguma coisa hoje. Como é bom ter amigos. Pessoas em quem possamos confiar. Por outro lado, é bom ser amigo de alguém e ter a satisfação de ser reconhecido como tal. Jamais esquecerei a sabedoria daquele mendigo. 
E você, que parte tem reservado para os seus amigos? 
Redação do Momento Espírita, com base no texto Para o melhor amigo, o melhor pedaço! de autor desconhecido. Disponível no CD Momento Espírita, v. 8/9 e no livro Momento Espírita, v. 3, ed. FEP.
Em 22.07.2024

domingo, 21 de julho de 2024

O MAIOR ÊXITO

Trinta anos se haviam passado. 
A turma de ensino médio programou um reencontro. 
Foi numa tarde quente, na enorme mansão de um deles. 
Não faltavam elogios ao anfitrião, que recebia os amigos: a arquitetura, a disposição dos móveis, tudo como numa moldura de sonhos. 
Após o almoço, reunidos na sala ampla, a conversa passou para o relato das conquistas pessoais, o sucesso na carreira. 
Eram emocionantes. 
Alguns mais, outros nem tanto, mas todos haviam alcançado sucesso na profissão escolhida. 
Eram médicos, engenheiros, advogados, professores de ensino superior. 
Falavam de seu casamento, dos filhos. 
Quase todos tinham filhos no Exterior: Inglaterra, Suíça, Austrália.
Filhos que ali aprimoravam seus estudos ou que exerciam profissão.
Era um longo desfile de alegrias. 
Falavam da empresa multinacional para a qual haviam sido contratados os filhos, dos altos cargos que ocupavam em hospitais, indústrias e por aí afora. 
Dava gosto constatar a felicidade que sentiam pelo êxito próprio, que incluía o dos filhos. 
Deram-se conta, depois de muito falar, que uma, dentre eles, se mantinha calada, somente vibrando com a felicidade de cada colega.
Voltaram-se para ela e lhe perguntaram: 
-E você, quais os grandes lances da sua vida? 
Ela sorriu e disse: 
-Amigos, nada tão eletrizante como os seus relatos. Vi meus irmãos se formarem, constituírem suas famílias e partirem, buscando seus próprios destinos. A mim, finalizando o ensino médio, sucederam acontecimentos: a morte repentina de meu pai, um irmão menor sob meus cuidados, necessidade de trabalhar para o sustento do lar, dedicação à avó e à mãe, que enfermaram, em anos sucessivos, me exigindo dedicação. Não consegui adentrar a Universidade tal o acúmulo de deveres para manter a família e atender aos problemas, que surgiam, como uma avalanche, a cada ano. Tive ofertas para crescer profissionalmente, transferindo-me para a capital federal, depois para o Rio de Janeiro e São Paulo. A debilidade orgânica de minha avó e de minha mãe não me permitiram atender a nenhum dos convites. Elas tinham somente a mim. Passaram os anos. Não me casei, não tenho filhos senão os da alma, que assumi, por questões muito próprias. Nunca empreendi grandes viagens, porque minhas economias eram e ainda o são direcionadas aos que dependem de mim. Então, acho melhor vocês continuarem a falar de seus progressos, de suas glórias. A mim, tudo isso encanta porque me parecem fenomenais os seus relatos. 
O silêncio se fez na sala. 
Havia lágrimas em algumas faces. Todos ficaram olhando para a colega que, nos bancos do ensino médio, tinha ousados sonhos.
Viajar para o Exterior, aprimorar-se em outro idioma, cursar a faculdade, casar-se, ter filhos. 
Tudo lhe fora frustrado.
No entanto, ali estava ela a se alegrar com o sucesso dos amigos, a se regozijar com as suas conquistas. 
Olhares se cruzaram.
Finalmente, um deles disse:
-Já sabemos quem alcançou o prêmio de maior vencedor entre todos nós. Sim, há os que vencem no mundo e há os que vencem a si próprios, no silêncio da renúncia, servindo ao semelhante.
Redação do Momento Espírita 
Em 22.8.2022.

sábado, 20 de julho de 2024

AUXÍLIO MÚTUO

CHICO XAVIER E NEIO LÚCIO
Em zona montanhosa, através de região deserta, caminhavam dois velhos amigos, ambos enfermos, cada qual a defender-se, quanto possível, contra os golpes do ar gelado, quando foram surpreendidos por uma criança semimorta, na estrada, ao sabor da ventania de inverno. 
Um deles fixou o singular achado e exclamou, irritadiço: 
-Não perderei tempo. A hora exige cuidado para comigo mesmo. Sigamos à frente. 
O outro, porém, mais piedoso, considerou: 
-Amigo, salvemos o pequenino. É nosso irmão em humanidade. 
-Não posso - disse o companheiro, endurecido -, sinto-me cansado e doente. Este desconhecido seria um peso insuportável. Temos frio e tempestade. Precisamos chegar à aldeia próxima sem perda de minutos. 
E avançou para diante em largas passadas. 
O viajor de bom sentimento, contudo, inclinou-se para o menino estendido, demorou-se alguns minutos colando-o paternalmente ao próprio peito e, aconchegando-o ainda mais, marchou adiante, embora menos rápido. 
A chuva gelada caiu, metódica, pela noite adentro, mas ele, amparando o valioso fardo, depois de muito tempo atingiu a hospedaria do povoado que buscava. 
Com enorme surpresa porém, não encontrou aí o colega que havia seguido à frente. 
Somente no dia imediato, depois de minuciosa procura, foi o infeliz viajante encontrado sem vida, numa vala do caminho alagado.
Seguindo à pressa e a sós, com a ideia egoísta de preservar-se, não resistiu à onda de frio que se fizera violenta e tombou encharcado, sem recursos com que pudesse fazer face ao congelamento. 
Enquanto que o companheiro, recebendo, em troca, o suave calor da criança que sustentava junto do próprio coração, superou os obstáculos da noite frígida, salvando-se de semelhante desastre.
Descobrira a sublimidade do auxílio mútuo... 
Ajudando ao menino abandonado, ajudara a si mesmo. 
Avançando com sacrifício para ser útil a outrem, conseguira triunfar dos percalços do caminho, alcançando as bênçãos da salvação recíproca. 
* * * 
As mais eloquentes e exatas testemunhas de um homem, perante o Pai Supremo, são as suas próprias obras. 
Aqueles que amparamos constituem nosso sustentáculo. 
O coração que amparamos constituir-se-á agora ou mais tarde em recurso a nosso favor. 
Ninguém duvide. 
Um homem sozinho é simplesmente um adorno vivo da solidão, mas aquele que coopera em benefício do próximo é credor do auxílio comum. 
Ajudando, seremos ajudados. 
Dando, receberemos: esta é a Lei Divina. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 16 do livro Jesus no lar, pelo Espírito Neio Lúcio, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB. Disponível no CD Momento Espírita, v. 1, ed. FEP.
Em 20.07.2024.

sexta-feira, 19 de julho de 2024

O MAIOR DOS PROFETAS

Uma das obras mais célebres do Século XX, rapidamente traduzida para quase todas as línguas, é a Vida de Jesus, de autoria de Ernest Renan. 
Em 1862, o autor foi nomeado professor de hebraico no Collège de France. 
O governo de Napoleão III suspendeu o curso, após a primeira aula. 
Isso porque Renan chamara Jesus de Homem Incomparável. 
Um Homem acima de todos os profetas, ímpar, sem igual. 
Mas, um homem. 
Para ele, a popularidade de Jesus procedia daquele amor raro que Ele oferecia a todas as gentes, um amor incondicional. 
As pessoas não estavam acostumadas a esse tratamento. 
Acabavam se maravilhando e entregando suas próprias crenças ao serviço da Boa Nova apaixonante. 
Também o discurso do Nazareno, de fácil compreensão, cheio de parábolas sábias e ilustrativas, soava aos ouvidos como o mais belo e convincente. 
Eram palavras que prometiam uma nova vida, cheia de esperança e livre das dores humanas. 
Uma filosofia nunca dantes apresentada. 
A vida de Jesus é verdadeiramente arrebatadora. 
Muito a respeito dessa invulgar personalidade já se escreveu. 
Seus primeiros biógrafos, os quatro Evangelistas, O retratam como um homem fora do Seu tempo. 
Nem poderia ser de outra forma. 
Conforme os ensinos dos Espíritos, Jesus é o único Espírito Perfeito que habitou a Terra. 
Por isso, Suas ações, Seus ensinos extrapolam os conceitos da Humanidade que ainda não alcançou a excelência das virtudes.
Como pedagogo de excepcionais qualidades, Ele viveu o que ensinou. 
Disse que se deveria oferecer ao agressor a outra face, ou seja, não revidar o mal recebido. 
E, sendo traído por um dos Seus, para ele somente teve gestos de afeto. 
Quando recebe o beijo da traição, indaga: 
-Amigo, a que viestes? 
Ou seja, o que você deseja? 
-Por que vem a mim, na calada da noite, com soldados armados?
Senhor do Mundo, Se submeteu ao julgamento do procurador da Judeia, que estava muito mais interessado em manter a sua posição e o seu poder do que, verdadeiramente, julgar com imparcialidade e nobreza. 
Tão verdadeiro é esse posicionamento que, mesmo não tendo encontrado nada que devesse ser punido naquele homem, lhe confere a sentença de morte. 
E O manda executar da forma terrível que Roma reservava para os revolucionários, os que se erguiam contra o Império. 
Contudo, o Pastor das Almas somente teve palavras de perdão. 
Em meio à agonia da cruz, roga ao Pai que a todos perdoe, pois que não sabem o que fazem. 
O supliciado Se preocupa pelo futuro dos Seus algozes. 
Arauto da Imortalidade, entregou o Espírito ao Pai, em lacônica mas profunda prece. 
E, adentrando a Espiritualidade, retornou glorioso, demonstrando que a morte não Lhe destruíra senão o corpo físico. 
Ele estava ali, triunfador da morte, testificando que a vida prossegue, que quem parte não esquece os que permanecem na Terra. 
E, aparecendo no cenáculo a portas fechadas, fazendo-Se anunciar por vento brando; ou aguardando na praia os companheiros que vinham da pesca, demonstra estar vivo, presente, atuante. 
Sim, tinha razão Ernest Renan ao apresentá-lO como um Homem Incomparável, o maior entre todos os Profetas: Nosso Mestre e Senhor Jesus. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 05.05.2015.

quinta-feira, 18 de julho de 2024

A MAIOR DOR

Qual é a maior dor? 
Você já pensou nisso? 
Um jovem deixou um bilhete aos familiares, pouco antes de cometer suicídio, e expressou no papel o que estava sentindo. 
Disse ele que a maior dor na vida não é morrer, mas ser ignorado. 
É perder alguém que nos amava e que deixou de se importar conosco. 
É ser deixado de lado por quem tanto nos apoiava e constatar que esse é o resultado da nossa negligência. 
A maior dor na vida não é morrer, mas ser esquecido. 
É ficar sem um cumprimento após uma grande conquista. 
É não ter um amigo telefonando só para dizer Olá. 
É ver a indiferença num rosto quando abrimos nosso coração. 
O que muito dói na vida é ver aqueles que foram nossos amigos, sempre muito ocupados quando precisamos de alguém para nos consolar e nos ajudar a reerguer o nosso ânimo. 
É quando parece que nas aflições estamos sozinhos com as nossas tristezas. 
Muitas dores nos afetam, mas isso pode parecer mais leve quando alguém nos dá atenção.
* * * 
É bem possível que esse jovem tenha tido seus motivos para escrever o que escreveu. 
Todavia, em nenhum momento deve ter pensado naqueles que o rodeavam. 
Se pudesse sentir a dor de um coração de mãe dilacerado ante o corpo sem vida do filho amado... 
Se pudesse experimentar o sofrimento de um pai que tenta, em vão, saber do filho morto o que o levou a tamanho desatino... 
Se sentisse o desespero de um irmão que busca resposta nos lábios imóveis do ser que lhe compartilhou a infância... 
Se pudesse suportar, ainda que por instantes, a dor de um amigo sincero a contemplar seus lábios emudecidos no caixão, certamente mudaria seu conceito sobre a maior dor. 
* * * 
Se você pensa que está passando pela maior dor que alguém pode experimentar, considere o seguinte: 
Uma mãe que chora sobre o corpo do filho querido que foi alvo das bombas assassinas, em nome das guerras frias e cruéis.
Uma criança debruçada sobre o corpo inerte da mãe atingida por granadas mortíferas. 
Um órfão de guerra que é obrigado a empunhar as mesmas armas que aniquilaram seus pais... 
Um pai de família que assiste o assassinato dos seus, de mãos amarradas. 
Enfim, pense um pouco nessas outras dores... 
Pense um pouco nos tantos corações que sofrem dores mais amargas que as suas. 
E se ainda assim você estiver certo de que a sua dor é maior, lembre-se daquela mãe que um dia assistiu a crucificação do Filho inocente, sem poder fazer nada. 
Lembre-se também Daquele que suportou a cruz do martírio mas não perdeu a confiança no Pai, que tudo sabe. 
E se ainda assim você achar que é o maior dos sofredores, considere que talvez o egoísmo esteja prejudicando a sua visão. 
* * * 
Pense nisso! 
Descobrir qual é a maior dor, é muito difícil. 
Mas a maior decepção é fácil de deduzir. 
É a daqueles que se suicidam pensando que extinguirão a vida e com ela todos os problemas. 
Esses saem do corpo, mas, indubitavelmente, não saem da vida e, muito menos, acabam com os problemas. 
Portanto, por mais difícil que esteja a situação, nunca vale a pena buscar essa porta falsa, chamada suicídio. 
É importante lembrar sempre: por mais escura e longa que seja a noite, o sol sempre volta a brilhar. 
E por mais que pensemos estar na solidão, temos sempre conosco um amigo fiel e dedicado que jamais nos abandona: o meigo Rabi da Galiléia. 
Pense nisso! 
Redação do Momento Espírita, com base em mensagem volante sem menção ao autor. Disponível no CD Momento Espírita, v. 6, ed. Fep.
Em 29.09.2009.

quarta-feira, 17 de julho de 2024

O EXEMPLO ARRASTA

Um amigo recém-chegado da Europa contou-nos uma experiência curiosa. 
Disse que caminhava pelas ruas de determinada cidade europeia, em companhia de seu anfitrião, quando resolveu atravessar a rua a alguns metros da faixa de segurança. 
O anfitrião segurou-o pelo braço, impedindo o gesto e observou: 
-Não faça isso! Crianças podem estar nos observando e fatalmente irão imitar nossa atitude, atravessando a rua fora da faixa de segurança. 
Não sejamos nós exemplo de indisciplina. 
Se todos pensássemos e agíssemos assim, a disciplina seria uma realidade em qualquer situação. 
Ao contrário, mesmo conduzindo as crianças dentro do próprio veículo, damos múltiplos exemplos de indisciplina. 
Avançamos o sinal, paramos em fila dupla, fazemos ultrapassagens perigosas, excedemos os limites de velocidade, entre outras infrações. 
O que poderemos esperar das crianças que convivem constantemente com essas situações? 
Não nos iludamos que elas, quando crescerem, agirão de forma diferente, pois o exemplo arrasta. 
Principalmente o exemplo dos pais que, de maneira geral, os filhos têm como heróis. 
Esses hábitos observados desde a infância, formarão o caráter dos pequenos, que mais tarde estarão dirigindo pelas ruas e rodovias, tal qual aprenderam com seus pais e outros adultos. 
Junto a esses exemplos de indisciplina, há outros não menos prejudiciais. 
A mentira, a corrupção, a preguiça, a acomodação, a violência, a indiferença, entre outros. 
Alguns pais dirão que, para certos filhos, o exemplo não resolve.
Diremos que, embora os resultados não apareçam de imediato, mais tarde germinarão e frutificarão, desde que as sementes foram lançadas. 
E se reforçarmos, com a nossa má conduta, a rebeldia que já trazem do passado, estaremos deformando ainda mais o seu caráter, e responderemos por isso. 
Não olvidemos que nossos filhos são Espíritos reencarnados e, como tal, trazem a bagagem de experiências vividas ao longo das existências. 
Experiências felizes ou não, que cabe aos pais perceber e trabalhar de forma eficiente nessas almas que Deus lhes confia como filhos.
Assim, tenhamos em mente que sempre poderá haver alguém mirando-se nos nossos exemplos. 
Por isso, esforcemo-nos para dar exemplos dignos de serem imitados.
Lembremos que somos responsáveis, perante as leis divinas, por tudo o que resulte do nosso comportamento. 
* * * 
Você sabia que não basta apenas não praticar o mal, para corresponder às leis divinas? 
Dizem os Espíritos superiores que é preciso fazer o bem na medida de nossas forças. 
E que responderemos por todo o mal que resulte do fato de não termos praticado o bem. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 17.07.2024.

terça-feira, 16 de julho de 2024

A MAIOR DOAÇÃO

Peter Calderella
Quantas vezes detivemos o gesto por acreditar que a nossa contribuição é diminuta, insignificante? 
Quantas vezes, ante campanhas desencadeadas por pessoas ou instituições, sentimos a vontade de contribuir e nos esquivamos?
Sempre e ainda em nome de que o que temos a oferecer é muito pouco. 
E contamos que quem tenha muitas posses, quem detenha melhores condições do que as nossas, doe, em nome da fraternidade, da solidariedade. 
E, no entanto, essa migalha poderá fazer falta a alguém que espera a bênção do alimento, do remédio, do agasalho. 
Esquecemos de que o imenso oceano se formou a partir de pequenas gotas. 
E cada uma delas tem sua riqueza própria e especial. 
Quando se trata de presentear amigos que detenham melhor status social do que o nosso, refreamos o gesto de doação porque pensamos que aquele mimo que confeccionamos é tão modesto, tão pequeno para quem tem tanto. 
Contudo, por vezes, essas pessoas que imaginamos tenham tudo, apreciam e muito, algo pequeno, despretensioso. 
Algo que elaboramos com nossas mãos, com nossa criatividade e que se encontra repleto das nossas boas e amorosas vibrações. 
Uma lembrancinha que fará a grande diferença no dia de quem está acostumado a ganhar presentes caros de pessoas ilustres. 
Presentes envoltos em papel refinado com abundantes e caprichosos laços de fita. 
Pensamos e pensamos e deixamos de fazer coisas tão extraordinárias.
Deixamos de ofertar a nossa migalha, nossa gota ao oceano. 
As crianças não têm esses pruridos. 
Elas colhem uma flor no meio do campo e correm a entregá-la para o amigo, a mãe, a professora. 
Felizes, como se aquela fosse a mais rara e bela flor do Universo. 
E isso porque quando eles a viram, a acharam bonita, colorida e decidiram oferecê-la a quem amam. 
Espontaneidade. 
É o que nos falta: deixar que fale e aja o coração. 
Por isso, o gesto daquele menino italiano repercutiu nas redes sociais. 
Desejando agradecer pela cura de sua mãe, ele entregou um envelope ao médico que a tratara. 
Ao abrir, doutor Peter Calderella ficou emocionado. 
Em meio a palavras de agradecimento, havia quarenta e cinco centavos que o garoto tinha economizado. 
Tudo com uma recomendação: que o médico utilizasse aquele valor para fazer pesquisas a fim de descobrir a cura do câncer. 
O menino tem apenas cinco anos e, com certeza, não tem a exata dimensão da importância de uma pesquisa científica, nem imagina quanto ela custa. 
No entanto, ele simplesmente se permitiu expressar a sua generosidade. 
Doou o que tinha. 
O seu tesouro. 
Todas as suas economias. 
Algo que nos lembra muito bem o óbolo da viúva da parábola narrada pelo Mestre Jesus. 
* * * 
Sejamos generosos, sempre. 
Com poucas moedas ou com grandes importâncias. 
Com nosso quilo de alimento ou com toneladas que possamos ofertar. 
Com uma peça miúda de vestuário ou com fardos de cobertores, acolchoados e edredons. 
Sejamos generosos e gratos. 
Doemos o que nos seja possível: pequeno, grande, minúsculo. 
E junto com nossa doação, que vá a nossa vibração de carinho, revestida de ternura. 
Isso tornará a nossa oferta muito, muito valiosa. 
Redação do Momento Espírita, com fato extraído do site www.sonoticiaboa.com.br, de 9.4.2018. 
Em 21.5.2018.

segunda-feira, 15 de julho de 2024

CAMINHOS PARA A LIBERDADE

FREDERICO MENEZES
Muitas são as diretrizes que indicam caminhos para se encontrar a felicidade. 
Muitas sugestões e conselhos já foram dados para os que procuram pela felicidade. 
Essas iniciativas são positivas, quando nascidas do desejo sincero de ajudar. 
E são necessárias porque cada pessoa poderá seguir pela rota que mais lhe seja favorável e que esteja de acordo com suas forças e entendimento. 
Os caminhos para a felicidade são muitos. 
Uns são mais curtos e mais íngremes e exigem mais esforço e renúncias. 
Outros são mais longos e mais planos, mas todos conduzem ao mesmo fim. 
A felicidade é, sem dúvida, uma construção diária, que mais se efetiva quanto mais a ela nos dedicamos. 
Quanto mais conscientes dos passos que nos levarão ao seu encontro, mais perto dela estaremos. 
Mas enquanto não conseguimos conquistar a felicidade suprema, podemos ir preparando o caminho com algumas atitudes fáceis e lúcidas, nos passos de cada dia. 
Eis algumas dicas: Use expressões meigas e cobertas de ternura. 
As energias afáveis favorecem uma atmosfera de paz no coração que as exercita. 
Busque a visão otimista sobre as pessoas. Enxergue o lado bom que todos nós possuímos. 
Pequenos gestos de bondade por dia alicerçam as grandes atitudes do amanhã, sedimentando os nobres e elevados sentimentos. 
Silencie diante das críticas às atitudes infelizes do próximo. 
Somos nós mendigos do entendimento alheio ante nossos equívocos repetidos. 
Aprenda a deixar fluir a compaixão, quando a dor espelhar-se na alma do próximo. 
Condicionará, desta forma, as próprias forças no caminho da caridade, irradiando o calor da fraternidade por onde passar. 
Sorria ainda que esteja atravessando difíceis momentos na Terra. 
O sorriso gera simpatias e afasta invernos escuros, permitindo o brilho do sol da esperança para você e para tantos que atravessam em seu caminho. 
Mantenha a calma em qualquer situação. 
Quem confia em Deus e está convicto de Sua Providência infalível, sabe que os recursos necessários chegarão tanto mais rápidos e precisos quanto estivermos em posição positiva na vida. 
Tolere o mais que possa. 
Perdoe sempre. 
Leve paz onde houver dissensões. 
Quem semeia brisas suaves não enfrentará os tufões da agonia em estradas futuras. 
Conceda ao irmão do caminho a gentileza de sua sincera alegria pelas conquistas dele. 
Demonstre desprendimento natural. 
Prossiga leve com as aspirações elevadas. 
A cada dia coloque-se como instrumento de construção, ciente de que Deus nos favorece com a bênção do serviço, para que Sua presença seja sentida no mundo por nosso intermédio. 
* * * 
Você, e somente você é responsável pela sua felicidade ou sua desdita. 
Seu caminho para a felicidade só pode ser construído por você, mais ninguém. 
Se hoje você encontra em seu caminho pedras e espinhos é porque houve um tempo em que você se descuidou do seu jardim. 
Por isso, é importante não perder mais tempo. 
Selecione a boa semente e comece agora a reflorir seu caminho para que possa encontrar, logo mais, o perfume agradável da boa semeadura. 
Pense nisso! 
Redação do Momento Espírita, com base em mensagem extraída do livro Ajuda-te, pelo Espírito Marta, psicografia de Frederico Menezes, ed. DPL. Disponível no CD Momento Espírita, v. 10 e no livro Momento Espírita, v. 5 ed. FEP. 
Em 15.7.2024