Também retornaremos para aqui muitas e muitas vezes.
Conforme o Mestre de Nazaré, daqui não sairemos, em definitivo, até termos pago o último centavo, ou seja, concluirmos o resgate dos equívocos que cometemos neste planeta.
Ou em outro.
Precisamos nos quitar com a Lei.
O que pode parecer, a princípio, um terrível castigo, é uma dádiva porque, se este mundo nos oferece dores, problemas diários, é o lar que aprendemos a amar.
E ao qual somos infinitamente agradecidos.
Tanto que nem podemos dimensionar.
Quem de nós pode se lembrar de quando chegou aqui pela primeira vez?
Em que localidades já viveu, em que idiomas já se expressou, em que culturas sedimentou valores?
Terra. Lar. Escola.
Alguns estamos ensaiando os primeiros passos na alfabetização.
Outros, adentramos o ensino médio.
E alguns nos encontramos em mestrado e doutorado.
Alguns usufruímos das amplas possibilidades de aprendizado nas ciências, dominamos a tecnologia, avançamos em projetos que nos apontam um futuro menos braçal e mais intelectual.
Muitos adentramos pelos caminhos da arte e deixamos nossas marcas no mundo da arquitetura, escultura, literatura, música.
Porém, quantos de nós teremos abraçado a mais doce poesia que o mundo concebeu, os versos do Sermão da Montanha, estabelecendo-os como norma de conduta?
Quantos de nós teremos atendido ao convite de um Cantor Galileu, Maestro de um coral angélico, que dedilhou inúmeras vezes o alaúde do lago do Tiberíades?
Quantos de nós teremos atendido à voz do Pastor e O seguido, mais ou menos, pelas vias terrenas, em várias e várias vidas?
Quando, afinal, faremos adesão total a esse cântico de paz que os mensageiros dos céus anunciaram, numa noite quase fria, de um distante século:
-Glória a Deus nas alturas, paz na Terra, boa vontade para com os homens?
***
Terra amada!
Esperamos tanto pelo Terceiro Milênio, sonhando com uma era de paz, concórdia e felicidade entre as criaturas.
Pensamos que, com sua chegada, as guerras seriam abolidas da face do mundo.
Que as enfermidades fossem menos agressivas, que a dor dos corações fosse acalmada, que o som cadenciado dos tambores fosse substituído por sinos anunciando alegria e paz.
Mas o mundo continua nos apresentando a sua face de disputas, que começam no lar e estouram nos ambientes internacionais.
Continua a nos oferecer revoluções naturais, que destroem paisagens, incendeiam matas, ceifam vidas preciosas, em campo de desolação.
As enfermidades atacam aqui, irrompem ali, desafiando a sabedoria humana, entregando para a senhora da morte crianças, jovens e adultos.
Onde está o Terceiro Milênio ansiado por tanto tempo?
Esquecemos, em nossa observação, que o Terceiro Milênio apenas começou.
Temos mil anos para transformar nosso lar em um quase paraíso.
Se conseguiremos, somente nós podemos afirmar.
Somos nós, os seres inteligentes da Criação, que o devemos construir.
Não amanhã, não em nossa próxima experiência terrena.
Hoje, aqui, agora, enquanto nos encontramos a caminho.
Pensemos nisso e mãos à obra.
Redação do Momento Espírita
Em 9.11.2023.
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