JOANNA DE ÂNGELIS E DIVALDO PEREIRA FRANCO |
Ao esboçarmos tal conceito, o que temos em mente é de repassá-lo para adultos, isto é, pessoas maduras.
É que nutrimos a ilusão de que os mais idosos é que partem primeiro, o que nem sempre é verdadeiro, embora possa parecer a lei natural.
Dessa forma, é bastante importante que comecemos a ministrar a lição da doação, do desapego aos pequeninos.
Excelente exercício é convidá-los a doar alguns dos seus brinquedos para outras crianças.
Afinal, para os pequenos, o que existe de mais precioso, senão os seus brinquedos?
A experiência tem demonstrado que, assim convidadas, as crianças normalmente escolhem diversos brinquedos, em especial se lhes for dito que eles se destinam a outras crianças que não têm com que brincar.
É comovente se observar como elas separam bonecas, bolas, bichinhos de pelúcia, e vão afirmando:
-Com este, eu já não brinco mais. Este eu posso dar.
Mais comovente ainda é observá-las entregar, de boa vontade, os seus brinquedos a outras crianças.
Mas o que se tem registrado em momentos tais é a interferência dos pais, separando, dentre os escolhidos pela criança para doação, aqueles brinquedos que reputam de muito valor para irem parar nas mãos de uns pequenos carentes.
É que os adultos olhamos para os brinquedos com olhos de valores comerciais, enquanto a criança tem olhos de utilidade.
Muitas vezes, o brinquedo caro não é o seu preferido.
Quando, como pais, assim procedemos, estamos demonstrando o quanto somos apegados às coisas materiais e o quanto nos falta ainda exercitar para nos libertarmos em definitivo de tais conceitos.
Urgente que aprendamos a não interferir nas decisões das nossas crianças, quando a generosidade se lhes estampa nos gestos.
Pois é nas lições do cotidiano que se forma o caráter dos pequenos.
E, de um modo geral, somos nós mesmos, os pais, que podamos com nossas atitudes aquilo que é espontâneo nos nossos pequenos.
Dar coisas, e mormente aquelas que consideramos como preciosas, é a verdadeira lição da doação.
Lição que os pequenos demonstram em abundância, nas quais nós, os adultos, nos devemos espelhar.
É que, normalmente, buscamos dar daquilo que nos sobra, que nos é supérfluo, que não mais desejamos.
Quando assim agimos, não estamos nos doando verdadeiramente, pois que nada mais fazemos que atender a um gesto de fraternidade, algo que se espera de qualquer ser humano em relação a outro carente.
* * *
O sinal de que Jesus está conosco e nós com Ele é exatamente o que nos dispomos dar, em nome Dele.
Doemos, pois, o pão da esperança, da alegria e do bom ânimo para todos os que encontremos em nosso caminho, desesperançados, tristes e acabrunhados.
Engrandeçamo-nos nas pequenas doações, crescendo nos deveres que nos cabem realizar.
Redação do Momento Espírita, com pensamento final extraído
do verbete Doação, do livro Repositório de sabedoria, v.2,
pelo Espírito Joanna de Ângelis , psicografia de
Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 30.12.2008.
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