quarta-feira, 22 de novembro de 2023

O AUXILIAR QUE DESEJAMOS

MARIA HELENA MARCON
Quando planejamos uma atividade e pensamos em equipe, quase sempre buscamos pessoas prontas, hábeis no que pretendemos executar. 
Pessoas que realmente ajudem, deem sugestões, sejam experts em seu mister e, acima de tudo, comprometidas com o trabalho. 
Depois de algum tempo, nos damos conta de que não existem pessoas prontas na totalidade e que estejam dispostas a dar o máximo de si, a se entregar inteiramente ao projeto. 
Mas, antes que o desânimo se abata sobre nós, olhemos para a equipe montada pelo nosso Modelo e Guia. 
Nenhum dos apóstolos era perfeito. 
Os Evangelhos nos falam da impulsividade dos irmãos Zebedeu, da traição de Judas, do abandono de quase todos eles na hora da prisão do líder, no Horto das Oliveiras.
Lembramos de Tomé, conhecido como aquele que, mesmo tendo convivido quase três anos ao lado do Mestre, ter assistido a suas curas e feitos extraordinários, não acreditou que Ele ressuscitara e visitara os amigos, no cenáculo. 
Oito dias depois, foi surpreendido com a aparição de Jesus e convidado a lhe tocar os punhos, os pés, a chaga no peito, feita pela lança de Longinus. 
Tomé era descendente de um pescador de Dalmanuta, cidade para onde foi Jesus depois da segunda multiplicação dos pães. 
Era rápido no pensar e no desacreditar. 
Andava segundo a lógica. 
Parecia desconfiar de tudo e de todos. 
Ele esteve presente, no barco, no lago de Genesaré, na pesca infrutífera de uma noite inteira. 
Até aparecer na praia um homem que lhes diz para jogar a rede à direita do barco e ela retornar com cento e cinquenta e três peixes. 
O Mestre tornava a estar com eles. 
E os aguarda, na praia, com o fogo aceso para assar o peixe e servir o pão. 
Então, Tomé, como os demais, sente amor e temor. 
Confiança e respeito. 
Jesus ressurgira da morte. 
Ele está ali, mas num corpo diferente, um corpo de surpreendentes propriedades, que lhe permite entrar nas casas de portas fechadas. 
E desaparecer de forma instantânea. 
Numa tarde de azul profundo, junto com cinco centenas de corações amigos, Tomé ouviu as derradeiras exortações de Jesus, conclamando-os a se fazerem mensageiros da Boa Nova entre os homens. 
Agora, sua alma se enche de coragem e ilimitada confiança. 
-Estarei para sempre convosco. – Afirmara aquele Mestre excelso. 
E Tomé saiu a pregar. 
Estendeu seu apostolado até a Índia, onde é reconhecido como fundador da igreja dos cristãos de São Tomé. 
Nas tradições cristãs, consta que no ano 53, ele foi martirizado a flechadas, na cidade indiana de Madras.
Padeceu intensa hemorragia e sua vida foi se dissolvendo, a pouco e pouco. 
A dor e o sangue não lhe destruíram os sonhos.
Ele sonhava com a eternidade. 
* * * 
Pensemos a respeito. 
O companheiro que hoje se apresenta frágil, inquieto, indeciso, pode ser conquistado por nós, quando exemplificamos a firmeza no trabalho, a execução da tarefa com esforço e dedicação. 
O tempo o burilará, enquanto exercita a mente, o coração e as mãos no trabalho. 
Sigamos o exemplo do Divino Pastor. 
Sua equipe era de homens do povo. 
Ele os preparou para iluminar o mundo. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. O apóstolo descrente, do livro Personagens da Boa Nova, de Maria Helena Marcon, ed. FEP. 
Em 21.11.2023

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