Marcus Lucius deixara a vida civil e se alistara nas poderosas legiões romanas.
Fez carreira, alcançando o posto de centurião, comandante de cem homens.
Nessa condição, fora mandado a Cafarnaum, como chefe das tropas de ocupação.
Ele representava o imperador.
Quando passava pelas estradas, com seu passo lento e cadenciado, os soldados o saudavam:
-Ave, Marcus Lucius, o chefe! Sobre ti a proteção dos deuses.
Longe da esposa e do filho, que haviam permanecido em Roma, ele tomou um escravo a seu serviço.
Para Roma, um escravo nada valia.
Se morresse, era logo substituído por outro.
Afinal, havia tantos homens dominados pelo poderio romano.
O centurião, no entanto, era diferente.
Aquele escravo o servia, lhe providenciava o de que necessitava, a refeição, a roupa, o aposento asseado.
Era o amigo que o ouvia, nas noites solitárias.
Quando ele adoeceu, Marcus providenciou todo o possível para lhe restituir a saúde.
Nada adiantou.
Então, o centurião se lembrou de que ouvira falar de um Rabi poderoso, que curara dez leprosos, fizera andar paralíticos e até trouxera uma menina de volta à vida.
Assim, enviou uma embaixada de judeus para que rogassem a Jesus a cura do seu serviçal.
Os judeus foram a Jesus e falaram daquele homem bom, diferente dos demais romanos, amigo do povo.
E pediram que o Mestre fosse à sua casa.
Quando o oficial soube que Jesus estava a caminho, saiu ao Seu encontro.
Sensibilizado diante do gesto daquele Mestre Incomparável, lhe disse:
-Senhor, não precisas ir à minha casa. Não sou digno que entres sob o meu teto. Mandei emissários a Ti, porque não me julguei digno de ir ter contigo.
Trata-se de meu servo. Dize uma só palavra, Senhor, e ele será curado.
Não é preciso que estejas em sua presença. Eu sou um oficial, estou habituado a dar ordens e ser obedecido.
Os meus soldados me respeitam mesmo quando não estou presente. Se sabem que é uma ordem minha, a executam.
Creio no Teu poder, Profeta de Nazaré. Portanto, basta que dês a ordem e a enfermidade abandonará o corpo do meu servidor.
Jesus se voltou para os que O seguiam, naquele momento e afirmou:
-Em verdade vos digo que jamais encontrei tamanha fé em Israel.
E, ao centurião romano:
-Volta para tua casa. Faça-se tudo conforme crês.
De retorno, Marcus Lucius encontrou mensageiros que lhe vieram informar de que o servo doente estava restabelecido.
Quanta fé em alguém que nem era seguidor do Messias:
-Basta que ordenes, Senhor, e serás obedecido!
***
Com notícias aterradoras que nos chegam, falando de terremotos e enchentes, que levam milhares à morte e tudo destroem, em sua passagem; de epidemias e de violências que surgem aqui e ali, o medo nos domina.
Tememos pelo amanhã, pela nossa vida, pelos que amamos, pelos poucos bens que temos e de que necessitamos.
Alguns nos desesperamos e desejamos desistir das lutas, do trabalho, da vida.
Esquecemos do Pastor Vigilante.
Como o centurião, roguemos:
-Jesus, Tu és o Senhor. Tu tens o poder. Socorre-nos.
E acalmemos nossa alma temerosa.
Redação do Momento Espírita, com base no cap.
O poder e a fé, do livro Personagens da Boa Nova,
de Maria Helena Marcon, ed. FEP.
Em 7.11.2023.
Hoje, em todas as celebrações das missas na Igreja Católica, na Comunhão ao receber o Corpo de Cristo, proferem-se estas palavras: -
Nenhum comentário:
Postar um comentário