quinta-feira, 9 de novembro de 2023

FÉ INIGUALÁVEL

MARIA HELENA MARCON
Ele era um chefe enérgico, digno e justo. 
Marcus Lucius deixara a vida civil e se alistara nas poderosas legiões romanas. 
Fez carreira, alcançando o posto de centurião, comandante de cem homens. 
Nessa condição, fora mandado a Cafarnaum, como chefe das tropas de ocupação. 
Ele representava o imperador. 
Quando passava pelas estradas, com seu passo lento e cadenciado, os soldados o saudavam: 
-Ave, Marcus Lucius, o chefe! Sobre ti a proteção dos deuses. 
Longe da esposa e do filho, que haviam permanecido em Roma, ele tomou um escravo a seu serviço. 
Para Roma, um escravo nada valia. 
Se morresse, era logo substituído por outro. 
Afinal, havia tantos homens dominados pelo poderio romano.
O centurião, no entanto, era diferente. 
Aquele escravo o servia, lhe providenciava o de que necessitava, a refeição, a roupa, o aposento asseado. 
Era o amigo que o ouvia, nas noites solitárias. 
Quando ele adoeceu, Marcus providenciou todo o possível para lhe restituir a saúde. 
Nada adiantou. 
Então, o centurião se lembrou de que ouvira falar de um Rabi poderoso, que curara dez leprosos, fizera andar paralíticos e até trouxera uma menina de volta à vida. 
Assim, enviou uma embaixada de judeus para que rogassem a Jesus a cura do seu serviçal. 
Os judeus foram a Jesus e falaram daquele homem bom, diferente dos demais romanos, amigo do povo. 
E pediram que o Mestre fosse à sua casa. 
Quando o oficial soube que Jesus estava a caminho, saiu ao Seu encontro. 
Sensibilizado diante do gesto daquele Mestre Incomparável, lhe disse: 
-Senhor, não precisas ir à minha casa. Não sou digno que entres sob o meu teto. Mandei emissários a Ti, porque não me julguei digno de ir ter contigo. Trata-se de meu servo. Dize uma só palavra, Senhor, e ele será curado. Não é preciso que estejas em sua presença. Eu sou um oficial, estou habituado a dar ordens e ser obedecido. Os meus soldados me respeitam mesmo quando não estou presente. Se sabem que é uma ordem minha, a executam. Creio no Teu poder, Profeta de Nazaré. Portanto, basta que dês a ordem e a enfermidade abandonará o corpo do meu servidor. 
Jesus se voltou para os que O seguiam, naquele momento e afirmou: 
-Em verdade vos digo que jamais encontrei tamanha fé em Israel. 
E, ao centurião romano: 
-Volta para tua casa. Faça-se tudo conforme crês. 
De retorno, Marcus Lucius encontrou mensageiros que lhe vieram informar de que o servo doente estava restabelecido.
Quanta fé em alguém que nem era seguidor do Messias:
-Basta que ordenes, Senhor, e serás obedecido! 
***
Com notícias aterradoras que nos chegam, falando de terremotos e enchentes, que levam milhares à morte e tudo destroem, em sua passagem; de epidemias e de violências que surgem aqui e ali, o medo nos domina. 
Tememos pelo amanhã, pela nossa vida, pelos que amamos, pelos poucos bens que temos e de que necessitamos. 
Alguns nos desesperamos e desejamos desistir das lutas, do trabalho, da vida. 
Esquecemos do Pastor Vigilante. 
Como o centurião, roguemos: 
-Jesus, Tu és o Senhor. Tu tens o poder. Socorre-nos.
E acalmemos nossa alma temerosa. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. O poder e a fé, do livro Personagens da Boa Nova, de Maria Helena Marcon, ed. FEP. 
Em 7.11.2023.

Hoje, em todas as celebrações das missas na Igreja Católica, na Comunhão ao receber o Corpo de Cristo, proferem-se estas palavras:  -

Domine, non sum dignus

Domine , non sum dignus ut intres sub tectum meum: Sed tantum dic verbo et sanabitur anima mea. 
Senhor, não sou digno de que venhais para debaixo do meu teto: Mas dizei uma palavra e minha alma será salva!

Nenhum comentário:

Postar um comentário