Não se sabe ao certo como surgiram, mas bancos camaradas ou bancos da amizade surgiram, inicialmente, em escolas nos Estados Unidos, com o intuito de ajudar as crianças a lidarem com o bullying e a solidão.
São, normalmente, bancos de madeira, pintados em uma cor específica e com identificação devida, colocados em locais estratégicos no pátio da escola.
Quem se sentar ali está dizendo que se sente sozinho, isolado, e quer algum tipo de auxílio.
Nem sempre as crianças conseguem verbalizar esse sentimento e os tais bancos foram uma forma encontrada para tornar mais claro esse pedido de ajuda.
Por vezes, servem apenas para que crianças novas ou tímidas façam amigos, que chamem a atenção dos outros dizendo estou aqui.
Em alguns locais de ensino, a proposta se tornou projeto da própria escola.
As crianças se envolvem desde a confecção do banco até a sua pintura, produzindo verdadeiras obras de arte.
Os resultados têm sido muito bons.
De um lado, atendendo aqueles que estão vivendo momentos de fragilidade, que podem estar simplesmente chateados com algo que acabou de acontecer e querem falar com alguém.
Na outra ponta, aqueles que precisam ser lembrados de que podem ser úteis, que podem ajudar, bastando que olhem para as pessoas para perceberem se há alguém com algum tipo de emergência emocional.
Imaginemos uma ideia como essa ou algo semelhante, em todas as instituições que frequentamos.
Empresas, órgãos públicos, praças, parques e até dentro de casa.
Um lugar, um banco, um cantinho que seja, onde alguém se sente apenas para conversar, pois precisa desabafar, precisa contar alguma coisa que acabou de acontecer.
Ou mesmo chorar uma tristeza.
Poderíamos pensar:
-Mas, e os amigos? Esse não seria o papel dos amigos?
Sem dúvida.
Porém, acreditemos, nem todos têm essa abertura com seus amigos.
Muitos sequer construíram amizades.
Possuem conhecidos, companheiros de trabalho.
Nada mais.
Por essa razão, qualquer iniciativa que nos aproxime de estranhos que estejam fragilizados, que estejam precisando de mão amiga, é muito importante.
Não se trata de julgar se as pessoas estão frágeis em demasia ou se estão suscetíveis em excesso.
Isso é trabalho para cada um de nós consigo mesmo.
E para os profissionais da área da saúde psicológica.
O ponto aqui é nos perguntarmos se hoje não podemos ser úteis para alguém.
Será que não há alguém, próximo a nós, sentado em algum banco camarada, querendo conversar, desabafar?
Talvez simplesmente querendo uma companhia pois se sente muito só.
É possível que, se fôssemos mais sensíveis, se estivéssemos apenas um pouco mais envolvidos com a comunidade, se fôssemos mais fraternos, não precisássemos dos bancos.
Pensemos nisso.
Olhemos ao redor.
Procuremos sinais invisíveis e, certamente, encontraremos variadas formas de sermos úteis, nesse sentido.
Quantos estados mais graves de saúde mental poderiam ser evitados...
Quantas depressões...
Quantos suicídios, se esses irmãos tivessem encontrado um banco para sentar e alguém que os ouvisse, por alguns minutos apenas...
Redação do Momento Espírita
Em 19.10.2023.
http://momento.com.br/pt/index.php
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