quinta-feira, 28 de julho de 2022

ROGATIVA DO CULPADO

DIVALDO PEREIRA FRANCO
E
JOANNA DE ÂNGELIS
Caro amigo: 
Desejo pedir perdão pelo mal que te fiz. Infelizmente, naquela ocasião, eu me encontrava infeliz, mal comigo mesmo, sem a capacidade de discernir entre o bem e o mal. O que deveria e o que não deveria fazer. Reconheço que te magoei com a minha insolência e desequilíbrio, te causando sofrimentos desnecessários. Aprendi a lição da dignidade, após atravessar os caminhos sombrios do remorso, procurando reparar a culpa, tentando reabilitar-me através das boas ações, a fim de me encorajar a te pedir perdão. Reconheço que é mais infeliz aquele que acusa indevidamente, aquele que comete o erro de ofender o outro do que a sua vítima. Quando o ofendido supera a situação deplorável, se eleva no rumo da iluminação, enquanto o seu adversário mergulha no abismo do desequilíbrio, assinalado pela culpa de que não se consegue libertar. Tem piedade, portanto, de mim, conforme hoje dou-me conta da própria inferioridade. Sei que não será fácil compreender tudo quanto sinto e gostaria de te dizer... No entanto, prossegue na tua jornada, olhando para trás e estendendo a mão para mim, em socorro, eu que me encontro na retaguarda. Desejo, porém, que saibas quanto estou feliz por poder haver chegado a esta conclusão, a este momento, conseguindo te dizer, embora em poucas palavras, o que me vai na alma, reabilitando-me, pelo menos um pouco, do mal que te fiz. 
* * * 
Pedir perdão é vencer uma grande batalha dentro de nós. 
É vencer o orgulho que, sempre, através das épocas, foi vencedor em nossa intimidade desequilibrada. 
Pedir perdão, de coração, é grande passo na conquista do acerto final e completo com as Leis Divinas. 
Há humildade em tal pedido. 
Também sabedoria. 
Baixar a fronte. 
Reconhecer-se imperfeito, porém, perfectível, mutável. 
Se pedíssemos perdão mais vezes, certamente seríamos mais felizes. 
O pedido de perdão verdadeiro nos faz mais fortes, porque com ele vem o reconhecimento do erro, e a autoproposta de não mais errar. 
No pedido de perdão vem o desejo do bem ao outro. 
Desejo exatamente oposto àquele que gerou toda a situação desastrosa entre as almas de um e de outro. 
Por carregar tal aspiração, representa grande vitória do bem contra o mal.
Dessa forma, ao reconhecer que magoamos alguém, que prejudicamos alguém, disponhamo-nos a pedir perdão. 
Procuremos o outro e, de alguma forma, demonstremos que estamos cientes do erro, que nos arrependemos do que dissemos, ou fizemos em seu prejuízo e que, agora, somente lhe desejamos o bem. Não esperemos contrapartida. 
A vitória de quem sabe pedir perdão está dentro de si mesmo, e não depende da aceitação da outra parte. 
Eventualmente, o outro não estará preparado ou disposto a nos conceder o perdão. 
Isso, na essência, não importa. 
A nós, compete reconhecer o erro, pedir perdão, estabelecer o propósito de não tornar a cometer a mesma falta. 
Finalmente, dependendo do que tenhamos dito ou feito, nos disponhamos a reparar o mal que tenhamos causado. 
Quando tomarmos essa decisão, estaremos no início da grande jornada da felicidade, que é a paz de uma consciência íntegra. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 5, do livro O amor como solução, pelo Espírito Joanna de Ângelis, Psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL. 
Em 27.7.2022.

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