Serve a nuvem, serve o vento, serve o sulco.
Onde houver uma árvore para plantar,
planta-a tu.
Onde houver um erro para corrigir,
corrige-o tu.
Onde houver uma tarefa que todos recusem,
aceita-a tu.
Sê quem tira:
a pedra do caminho,
o ódio dos corações
e as dificuldades dos problemas.
Há a alegria de ser sincero e de ser justo.
Há, porém, mais do que isso,
a imensa alegria de servir.
Como seria triste o mundo
se tudo já estivesse feito,
se não houvesse uma roseira para plantar,
uma iniciativa para lutar!
Não te seduzam as obras fáceis.
É belo fazer tudo que os outros se recusam a executar.
Não cometas, porém, o erro
de pensar que
só tem merecimento executar as grandes obras.
Há pequenos préstimos que são bons serviços:
Enfeitar uma mesa.
Arrumar uns livros.
Pentear uma criança.
Aquele é quem critica,
este é quem destrói;
sê tu quem serve.
Servir não é próprio dos seres inferiores:
-Deus, que nos dá fruto e luz, serve.
Poderia chamar-se: O Servidor.
E tem os Seus olhos fixos nas nossas mãos
e pergunta-nos todos os dias:
-Serviste hoje?
* * *
Gabriela Mistral, poetisa chilena, em seu belíssimo poema nos emociona com uma proposta de vida maravilhosa.
O poeta dos poetas, certa vez também afirmou que quem desejasse ser o primeiro, fosse o servo de todos.
Servir é a receita infalível da felicidade presente e futura.
Presente, pois quem serve, quem se doa, quem ajuda, já recebe no coração a paz que tal ato propicia.
Uma paz sem igual: a paz da consciência tranquila.
Futura, pois quem serve semeia concórdia, fraternidade – merecendo colher o mesmo nos passos seguintes da existência imortal do Espírito.
Todo dia nos apresenta diversas oportunidades de servir.
Que possamos estar atentos a elas, e não desperdiçar nenhuma chance, nenhuma dessas experiências enriquecedoras.
Parafraseando a poetisa, perguntamos:
-Você já serviu hoje?
Redação do Momento Espírita, com base no poema
A imensa alegria de servir, de Gabriela Mistral.
Em 28.1.2019
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