segunda-feira, 4 de julho de 2022

IMENSIDÃO

Andrey Cechelero
Reconhecer a enormidade do Universo é admitir a nossa própria imensidão. 
Não somos apenas poeira diante de dimensões e distâncias incalculáveis.
Somos galáxias pensantes, viajando, velozes, através de um fluido etéreo, multimodificado, num espaço infinito de perfeição. 
* * * 
Você já parou para admirar a grandiosidade do Universo? 
Suas distâncias incalculáveis; as dimensões impensáveis; suas leis que fascinam pela exatidão, pela forma com que operam sem falhas, sem ruído algum. 
Já parou para admirar a imensidão de um céu de estrelas longe da cidade grande, quando recebemos a luz de astros que podem nem mais existir?
Tudo está em equilíbrio, tudo em harmonia. Cada sol, cada planeta, exatamente onde deveria estar. A terra, a lua, posicionados com perfeição para que a vida, conforme conhecemos, seja possível. 
Uma leve mudança e pronto: está decretado o fim da nossa espécie.
Porém, há vastidão no que chamamos de micro também. Nas minúsculas dimensões. Nas harmonias moleculares, no espetáculo do átomo e nas suas diminutas, mas importantes partículas. Invisíveis até para os mais poderosos instrumentos inventados pelo homem. 
Você já parou para admirar tudo isso? 
E já se deu conta que faz parte disso também? 
Que você é parte dessa grandiosidade toda? 
Não somos menos ou mais importantes do que as estrelas ou os átomos.
Num Universo onde reina a perfeição não existe esse tipo de graduação, tão utilizado pelo homem. 
Tudo é a vida pulsante do Cosmo, entrelaçada, buscando harmonia plena.
Se dentro de nós ainda não percebemos esse equilíbrio, essa paz, é porque, de alguma forma, precisamos aprender. 
O aprendizado faz parte da lei de evolução, uma das leis radiantes do Universo. 
A lei de evolução, de progresso, diz que as coisas são perfectíveis, não nascem prontas, precisam se desenvolver.
E não há falha ou descontrole algum nesse processo.
É mais uma nuance da beleza do Universo e de seu Criador. 
Pode parecer contraditório, mas a nossa imperfeição, a nossa procura pela felicidade ou por nos encontrarmos, fazem parte desse mecanismo de harmonia do Universo e suas leis. 
Da mesma forma, o que chamamos ou entendemos por mal no mundo é apenas a ausência do bem, como o frio é a ausência do calor. 
Assim como o frio não é um fluido especial, também o mal não é atributo distinto. 
Um é o negativo do outro. 
Onde não existe o bem, forçosamente existe o mal. 
A perfeição divina quis que ficássemos sujeitos à lei do progresso, e que o progresso resultasse do nosso próprio trabalho, de nossas próprias conquistas, a fim de que fosse nosso o mérito pelo conquistado. 
Da mesma maneira que nos cabe a responsabilidade do mal que pratiquemos. 
Com o tempo perceberemos como tudo isso vai fazendo sentido, vai se encaixando, assim como nós vamos nos sentindo parte dessa imensidão toda. 
Fazer parte desse grande espetáculo deve nos trazer o sentimento de alegria, de vontade de viver, de colaborar. 
Reconhecer a enormidade do Universo é admitir a nossa própria imensidão. 
Pensemos nisso. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 3, item 8, do livro A Gênese, de Allan Kardec, ed. FEB e no poema Imensidão, de Andrey Cechelero. 
Em 25.2.2019.

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