quinta-feira, 16 de junho de 2022

SEMEADURA DE BÊNÇÃOS

Yitta Halberstam e Judith Leventhal
Henya estava grávida e muito preocupada. O marido e o irmão, que morava com eles, estavam desempregados. Ela se perguntava se, após a licença maternidade, teria ainda o seu emprego, se não seria despedida. Ela vira isso acontecer com outras companheiras, nessas circunstâncias. Em meio a um jantar dos funcionários, o dono da empresa demonstrou interesse em saber a cidade de origem de cada um. Quando Henya declinou o nome da sua cidade natal, ele manifestou curiosidade maior, perguntando onde, exatamente, ela residira, naquela cidade. Como se chamavam seus pais, seus avós. A surpresa foi tomando conta de todos quando, emocionado, o empresário relatou: 
-Há muitos anos, viviam na sua cidade, dois eletricistas amigos. Um deles conseguira um bom emprego e ia muito bem. O outro ganhava o suficiente para sobreviver. Um dia, um infarto o levou, deixando esposa e filhos. O amigo soube e foi prestar condolências à família. Percebeu como tudo era velho na casa: o sofá, a mobília escassa, os poucos objetos. Viu a geladeira e as prateleiras vazias. Nos dias que se seguiram, furtivamente, entrava pela porta da cozinha e deixava algumas provisões. Dois meses depois, a viúva entrou em contato com ele. Contou que, no porão da casa, havia muito material elétrico e ofereceu para venda. Então, durante três semanas, o amigo visitou o porão, separando pilhas de equipamentos, ferramentas, máquinas úteis e inúteis. Ela não sabia, mas ele não tinha intenção de comprar nenhum daqueles materiais. Quando terminou a seleção, chamou todos os empreiteiros e mestres de obras que conhecia e anunciou uma venda de material elétrico. Conseguiu arrecadar três vezes mais do que o preço que a viúva estipulara. Todo o arrecadado, ele depositou nas mãos dela. A quantia deu para sustentar a família, durante meses.
Nessa altura da história, o empresário deu um suspiro e revelou: Henya, o eletricista que ajudou a família do amigo era seu avô. 
-Eu era um dos órfãos. Foi meu pai que morreu. Sua generosidade e bondade salvaram nossa família. 
E, concluiu: 
-Não precisa se preocupar com seu emprego. Prometo que sempre terá um em minha empresa. E caso seu marido e irmão queiram vir ao meu escritório, terei prazer em dar emprego a ambos. 
Naquela noite, Henya escreveu uma carta a seu avô, que ainda residia na mesma localidade. 
Relatou toda a história e finalizou: 
-Muito obrigada, vovô. Saiba que o senhor não salvou somente a família de seu amigo. Salvou a minha também. 
* * * 
O bem que se faz sempre gera benefícios. 
Por vezes, nós mesmos colhemos, ainda em vida, as bênçãos da sua semeadura, das mesmas mãos que beneficiamos. 
De outras, e são muitas, o que fazemos se multiplica em dádivas para outras vidas. 
Assim, semear bênçãos é sempre motivo de alegria a quem o faz.
Por isso, a sabedoria do Cristo lecionou que façamos ao outro o que desejaríamos que ele nos fizesse. 
Pensemos nisso! 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 17, do livro Milagres em família, de Yitta Halberstam e Judith Leventhal, ed. Butterfly. 
Em 15.6.2022.

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