quinta-feira, 21 de abril de 2022

HONESTIDADE

A humanidade cada vez mais demonstra preocupação com questões transcendentes da vida. 
A consciência de que viver não se resume a aspectos materiais se dissemina pela sociedade. 
Fala-se em entrar em contato com a própria essência, em desenvolver a espiritualidade. 
Independentemente de filiação a determinada corrente religiosa, a ampla maioria afirma acreditar em uma força superior. 
Isso revela que as criaturas estão buscando identificar a razão de sua existência. 
Como tudo no Universo se encontra em constante metamorfose e aprimoramento, conclui-se que o progresso é uma das finalidades da vida. 
O anseio pelos aspectos sublimes da existência demonstra justamente as criaturas em pleno processo evolutivo. 
Mas é importante recordar que a evolução dá-se de modo cadenciado. 
Na natureza não ocorrem saltos. 
As espécies não se transformam repentinamente. Determinadas etapas devem ser vencidas para ser possível atingir-se a fase seguinte. 
É como a construção de uma casa: ninguém inicia pelo acabamento. Faz-se necessário antes providenciar sólida estrutura. 
O mesmo ocorre com o psiquismo das criaturas. 
A identificação com as faixas superiores da vida pressupõe o domínio de aspectos básicos do viver. 
A harmonia e a paz são o resultado de vivências nobres do Espírito. 
Tais conquistas não são improvisáveis e nem surgem de um momento para o outro. 
Assim, ao nos preocuparmos com questões transcendentes, não esqueçamos coisas elementares. 
A honestidade é justamente uma das primeiras virtudes a serem conquistadas por quem deseja a paz e a felicidade. 
O céu não é um local determinado no espaço, mas um estado de consciência, de harmonia com as leis Divinas. 
Mas não é possível harmonizar-se com tais leis sem o rigoroso atendimento dos próprios deveres. 
Ser honesto implica demonstrar lealdade em todos os aspectos da existência. 
O homem honesto realiza as tarefas que lhe cabem, com ou sem testemunhas. 
Ele não inventa desculpas para avançar sobre o patrimônio do vizinho. 
Infelizmente, nossa sociedade vive uma grande crise ética. 
Ao tempo em que demonstra indignação com a desonestidade alheia, os indivíduos são, com frequência, desleais em seus negócios particulares. 
Muitas vezes, quem reclama dos políticos não paga corretamente seus impostos. 
Inúmeros estudantes bradam contra a falta de ética de governantes e empresários, mas colam nas provas e copiam as tarefas dos colegas. 
Esse gênero de conduta sinaliza apenas hipocrisia. 
Como afirmou Jesus, é necessário dar a César o que é de César. 
Ao agir honestamente, ninguém faz mais do que a obrigação. Mas não há como desenvolver harmonia espiritual se nem a honestidade ainda foi assimilada. 
É paradoxal fazer caridade sem pagar as próprias contas. 
A torpeza dos outros não nos deve servir de desculpa. 
Antes de nos preocuparmos com a ausência de ética alheia, analisemos nosso modo de viver. 
Pensemos se temos condições de assumir tudo o que fazemos e dizemos. 
* * * 
A lealdade irrestrita é uma recompensa em si mesma, pois confere dignidade e autorrespeito. 
Assim, se você deseja viver em paz, seja honesto. 
Afinal, a conquista da paz pressupõe poder observar o próprio proceder sem remorso ou vergonha. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 5.11.2014.

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